Hedge: Entenda o que é e quando é necessário
Investir e minimizar os riscos com as oscilações de mercado é possível com o hedge. Para quem já investe no mercado financeiro ou para quem está iniciando, conhecer esse instrumento é crucial para proteger as aplicações.
Para quem já sabe como funciona o hedge, mas ainda tem dúvidas de como fazê-lo ou por qual motivo utilizá-lo, acompanhe este artigo que iremos tirar essas dúvidas.
Caso você se questione sobre o risco que determinado ativo oferece em relação ao retorno, descubra como o índice de Sharpe pode auxiliá-lo na resolução da dúvida.
O que é hedge?
O hedge, como já foi falado, é um mecanismo que oferece proteção contra os riscos que o mercado pode oferecer. A tradução do inglês significa cerca/barreira, que dá a ideia de seguridade do investimento.
A alta volatilidade que o valor de um determinado ativo ou ação pode ter é capaz de afastar certos investidores, porém, o hedge ajuda a delimitar os preços e possibilita traçar um planejamento amplo, com riscos reduzidos. Basicamente, os preços futuros são definidos em contrato com base nas cotações de mercado do momento.
Mas como isso funciona na prática? Dependendo da forma como é empregado, ele pode ser um instrumento menos formal, no qual o próprio investidor observa as oportunidades do mercado e emprega o seu capital comprando em momento de baixa, utilizando-o quando julgar necessário, como no caso da compra de dólares.
Ou, então, pode ser algo totalmente formal, estabelecido em contrato, ou com títulos de mercado futuro e de fundos cambiais negociados na Bolsa de Valores.
Os tipos de hedge
O hedge pode ser encontrado de quatro formas mais disseminadas: em commodities, natural, em ações e cambial. Vejamos:
Commodities: São estabelecidos contratos futuros, com base nas commodities, a fim de que os produtores se resguardem da variação dos preços. É fixado um valor para a venda futura, que dê segurança para a continuidade da produção, mesmo que a oferta e a demanda gerem bruscas alterações.
Essa operação tem grande importância historicamente, porque é responsável por manter o mercado calmo, além de garantir que os produtores de bens vitais para a sociedade não sejam tão afetados, caso algum imprevisto aconteça.
Natural: É utilizado por quem trabalha com exportação, como também tem ativos em outra moeda, geralmente o dólar. Quando a moeda nacional (real) se desvaloriza frente ao dólar, por exemplo, as receitas obtidas com a exportação irão aumentar, com benefícios para a empresa.
Caso aconteça o movimento contrário e a moeda nacional se valorize, os efeitos negativos para a empresa são menores em comparação com quem só tem ativos na moeda nacional.
Ações: Como o mercado pode sofrer com grandes variações e a Bolsa de Valores pode oscilar sem avisos, foi criado o hedge de opções de compra e venda de ações. Quando as ações estão em alta, as opções ficam em baixa, e o contrário também. Por essa razão, se as ações desvalorizam e o investidor possui as opções, ele está resguardado contra grandes perdas.
Existe também o hedge cambial, mas este vamos explicar com mais detalhes abaixo.
Protegendo meus investimentos: como fazer?
A aplicação de hedge em operações cambiais é muito utilizada e tem como base o dólar,
moeda de referência de reservas internacionais. De uma forma ou de outra, mesmo sem saber, talvez você, investidor, já tenha praticado o hedge cambial. No caso mais simples, acontece quando se adquire dólar em espécie, de forma a fazer uma boa reserva cambial.
É interessante fazer isso no momento em que a moeda norte-americana está desvalorizada. Aí, espera-se até que ela se valorize. Isso é uma forma de hedge. A prática é muito utilizada por investidores em momentos de incertezas políticas e econômicas, de modo a resguardar patrimônio.
Todavia, a prática vai muito além disso e, não só pode, como deve, ser utilizada por quem está planejando uma grande viagem para outro país ou por quem pretende realizar compras no exterior sem ter que ficar se preocupando com variações cambiais constantes. Basta ficar atento e aproveitar as oportunidades de comprar a moeda quando ela está mais acessível.
O hedge cambial pode ser feito também em mercado futuro, com o investidor adquirindo o direito de compra ou venda de moeda com condições preestabelecidas para negociação futura.
Outra forma é adquirir títulos de fundos cambiais, que relacionam duas moedas, e o rendimento se dará por meio da variação do câmbio entre as duas com pagamento de juros.
Por fim, também é possível ter a opção de compra de moeda, com valores para a compra futura de moeda já acordados e definidos na hora em que se adquire o direito sobre o hedge. Quando se adquire o direito, paga -se, no ato, parte do valor acordado, o que é chamado de prêmio.
Por que utilizar hedge nos investimentos?
Os motivos para utilizá-lo nos investimentos podem ser muitos, mas todos indicam a mesma direção: segurança. Em todos os casos, o investimento em hedge deve ser moderado, pois seu valor de cobertura não deve se aproximar ao aplicado – deve servir somente como uma espécie de cobertura contra grandes oscilações.
Mesmo assim, para quem está começando no mercado financeiro e ainda não está habituado aos riscos de perdas que podem ocorrer, pensando somente nos altos lucros que o mercado oferece, dedicar tempo a entender o hedge e tratá-lo como mais um ‘investimento’ contra grandes variações pode significar a continuidade da operação do investidor iniciante no mercado.
Para investidores experientes e que buscam performance sem descuidar das suas operações a longo prazo, aplicar o hedge permite um maior controle sobre as suas atividades. Controle este que pode se desdobrar em maior poder sobre o futuro das aplicações, feitas pelo cuidado em moderar ameaças ao patrimônio investido.
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