Conheça a história da bolha imobiliária no Brasil
Imóveis com o preço defasado, ninguém comprando estes bens, além de famílias com dívidas em bancos e organizações sem recursos para pagar seus credores. A bolha imobiliária no Brasil foi reflexo do mesmo problema ocorrido nos Estados Unidos.
O que começou aparentemente como algo promissor, terminou em uma grande quebra de bancos e empresas. Apostando alto em crédito e taxas de juros baixos, a crise de 2008 nos Estados Unidos, também chamada de subprime, tem efeitos no mundo todo até hoje.
Descubra neste artigo, a história da bolha imobiliária no Brasil e no mundo, os efeitos da crise e como está o mercado atualmente.
O que é a bolha imobiliária
O termo é uma analogia perfeita sobre o que aconteceu no mercado de imóveis dos Estados Unidos, que gerou a crise de 2008. E a bolha imobiliária no Brasil também aconteceu, mas em menor escala.
Em termos simples, a bolha imobiliária é um aquecimento muito brusco nos preços dos imóveis, impulsionados por uma grande especulação. Ou mesmo alavancados pelos cenários político, social ou econômico.
Dessa maneira, imóveis que têm um valor médio, passam a ter alto valor de mercado, e os que têm alto valor, passam a ter valores ainda maiores, e assim sucessivamente.
Por esse motivo, os preços dos imóveis estufam. Mas, como a maior parte dos consumidores não acompanha a subida monetária, os valores tendem a baixar na mesma intensidade com que subiram.
Isso faz com que aconteçam desgastes financeiros substanciais levando a perdas de investimentos e falência de construtoras e outras organizações, neste caso, os bancos.
Países que passaram por essa bolha
Veja a relação de países que passaram pela bolha imobiliária e tiveram em menor ou maior grau, sua economia e política afetadas:
- Estados Unidos;
- Japão;
- Bélgica;
- Islândia;
- Reino Unido;
- Irlanda;
- França;
- Luxemburgo;
- Espanha;
- Suíça;
- Holanda;
- Alemanha;
- Itália.
A bolha imobiliária no Brasil
No Brasil, a crise gerada pela bolha imobiliária dos Estados Unidos, apareceu em 2008. O momento no país era economicamente bom, e apresentava equilíbrio no pagamento de contas públicas e orçamentos do Estado.
Contudo, a crise que surge em um cenário econômico forte com o dos EUA, repercute no planeta todo, em diferentes níveis e, aqui no Brasil não seria diferente.
Ainda sob o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, houve queda leve no PIB, mas o país estava assegurado economicamente e o consumo era alto. Motivos que frearam a crise do Brasil no ano em que a “bolha estourou” nos EUA, e fez chegar a “marolinha” dita por Lula, à época do acontecimento.
Os eventos de 2008 a 2012 e a crise imobiliária
A maior crise imobiliária dos Estados Unidos, depois da quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, pode ser entendida por etapas que culminaram na quebra do sistema imobiliário norte-americano.
Os financiamentos excessivos
Por um longo período, que se iniciou nos anos 1990 e foi até a fase em que a crise acontece, os EUA iam bem no sentido de oferecer juros baixos e crédito imobiliário. Com isso, mais e mais pessoas compravam imóveis, assegurados por bancos que concediam o financiamento.
O erro dos bancos
Com cada vez menores taxas de juros, crédito para compra e a alta de ofertas de imóveis, os bancos se aproveitavam da situação para gerar receita. Porém, ter alargado demais essas condições foi um erro a longo prazo.
Um dos métodos adotados para estimular ainda mais este cenário, foi o de oferecer prêmios aos seus funcionários que tinham bom desempenho de vendas de financiamento. A expectativa era a de que as famílias americanas iam pagar seus imóveis no prazo. Ou seja, eram créditos e mais créditos para a população.
A “bolha estoura” e a crise acontece
Com o não pagamento de milhares de imóveis pelos compradores, os bancos então passaram a tomar o imóvel como seguro do valor não recebido. Foi neste momento que o valor dos imóveis, que estava crescente com a alta da concessão de crédito, despencou vertiginosamente. Já que uma vez não pagos, os imóveis perdiam o seu real valor.
Como está o setor imobiliário atual
Alguns dados sugerem que o setor está em um momento de recuperação, mesmo que lenta. Segundo pesquisa feita pela InfoMoney, com dados da ferramenta Economatica, até junho de 2019, houve alta de 8% nos rendimentos dos dividendos de fundos imobiliários. O que mostra um sinal positivo para o cenário.
Além disso, o Brasil passou recentemente por algumas mudanças políticas e econômicas, que estão lentamente gerando resultados ao setor. A queda dos juros bancários e a maior concessão de crédito, a aprovação da reforma da previdência e a inflação controlada geram otimismo para mais investimentos no setor.
A expectativa é de que em 2020, esse ritmo não se acentue muito, porém, continue a crescer lentamente, gerando mais investimentos no mercado imobiliário.
Vale a pena investir em imóveis hoje?
Com taxas de juros mais baixas, concessões de créditos e o consumo lentamente voltando a aparecer, o investimento em imóveis hoje pode ser uma alternativa. Não há uma certeza de que é válido fazer investimentos na área, porém, ao que tudo indica existem boas expectativas para a área.
Fundos imobiliários trazem a garantia de proteção e rendem bons dividendos anualmente, além de promover uma diversificação na carteira de investimentos. Também para a compra, venda a aluguel de imóveis, o momento traz oportunidades, já que com a retomada leve do ritmo de consumo, aumentam as chances de negócios.
Além disso, fatores como localização, tamanho do imóvel, construtora, arquitetura e benefícios agregados ao bem, influenciam em bons negócios. Ou seja, há de se fazer uma grande avaliação antes de escolher por investir em imóveis.
A história da bolha imobiliária no Brasil e no mundo mostram que a volatilidade do mercado pode ser brusca em determinados momentos. Ainda, apesar de o setor ter apontado para a alta e boas oportunidades, em um segundo momento, ele quebrou. O que prova que é preciso antes de investir, avaliar o cenário a longo prazo.
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