Quem é o investidor de risco?
Entrar no mercado financeiro e começar a investir em aplicações arrojadas é um jogo que exige alguma experiência, para além do próprio perfil do investidor. O que muitas pessoas não sabem é que esse investidor não precisa ser uma pessoa física, em todos os casos. É possível ser um investidor de alto risco sendo uma pessoa jurídica.
As instabilidades do mercado são inerentes ao negócio e quanto maior o risco, maior poderá ser a variação da rentabilidade. O importante, portanto, é não se jogar totalmente no escuro. Mas como saber se o passo seguinte é muito mais arriscado do que se poderia prever?
Acompanhe os tópicos seguintes e saiba mais:
Como saber se você tem o perfil de investidor de risco
O investidor de risco também é chamado de “venture capitalist”, e tem o perfil considerado agressivo porque faz grandes apostas em suas aplicações. Mas essa “agressividade” não quer dizer irresponsabilidade.
Para ser um investidor de risco, é preciso estudar o mercado atentamente para saber em quais aplicações e em qual momento a aposta pode ser mais assertiva, levando em consideração aspectos econômicos, políticos e os seus impactos.
Para as empresas, ser um investidor de risco requer ainda mais cuidados e uma preparação que não é trivial. Além de já ter alguma estabilidade financeira, é preciso que o seu gestor tenha um bom conhecimento de economia e finanças, que ele saiba qual é exatamente o patrimônio líquido da empresa, qual é a margem possível para o risco nesse capital de giro, se existe alguma quantia guardada para casos de urgência financeira e que faça uma análise minuciosa das opções disponíveis no mercado.
Como calcular os riscos e o retorno
Um bom investidor de risco talvez já tenha essa percepção mais apurada, mas para os iniciantes nem sempre a balança entre os riscos e o retorno financeiro é plenamente compreensível.
Para facilitar o processo e começar a entender essa equação, é bom reforçar que os investimentos de risco são aqueles de renda variável, e não de renda fixa. Sendo assim, não será possível ter certeza do valor do lucro de antemão.
Se você é um investidor conservador, que gosta da segurança de saber que ao menos o seu capital inicial terá retorno, talvez os investimentos de risco não sejam os ideais para os seus objetivos.
Por outro lado, se você gosta de arriscar e sabe que não haverá uma promessa de retorno 100% assegurada, é provável que você esteja pronto para ser um investidor de risco.
Mas lembre-se que o seu patrimônio não poderá ficar totalmente comprometido nessas operações. No mercado financeiro, é comum você escutar que quanto maior o risco, maior poderá ser o seu retorno nos investimentos.
Para que essa expectativa fique mais próxima da realidade, existe um estudo muito detalhado sobre as modalidades e um acompanhamento diário das oscilações do mercado e, mesmo assim, nem sempre dá certo. Ou seja, os investidores de risco também precisam se acostumar com a falta de previsibilidade ou garantias na rentabilidade.
Quais os tipos de investimento de risco
Para tentar diminuir os riscos e aumentar os lucros, como vimos, é preciso fazer uma análise atenta de qual tipo de aplicação se enquadra melhor no seu perfil de investidor de risco.
Quanto mais você se identificar com uma ou mais delas, mais fácil será assumir este ou aquele risco de maneira mais segura, evitando perdas desnecessárias. A regra geral e que contempla uma boa parte dessas modalidades é tentar investir uma quantia razoável (nem tão baixa que possa ser considerada irrisória e nem tão expressiva que possa comprometer o seu patrimônio), buscando uma rentabilidade bem mais significativa do que esse valor inicial.
Como identificar e escolher as melhores aplicações
A seguir, analisaremos as vantagens e desvantagens das modalidades mais recorrentes e procuradas no mercado financeiro para o investidor de risco:
Bolsa de Valores: Esta é uma das mais indicadas pelos especialistas e também uma das mais arriscadas. Como depende das oscilações do mercado, a todo o momento, as variáveis que interferem nos seus resultados são inúmeras.
Se hoje a empresa na qual você investiu está em alta, amanhã pode ter alguma notícia desfavorável ou denúncia grave contra ela, mudando todo o cenário. Portanto, a dica é investir em várias empresas, diversificando as suas aplicações e minimizando os riscos.
Câmbio: Investir em moeda estrangeira costuma ser um bom negócio, até porque a desvalorização do Real não é uma novidade por aqui. Este investimento é considerado de risco porque são muitos os fatores externos que podem derrubar uma cotação, seja ela do Dólar, Euro, Libra, etc.
Eventuais guerras entre os Estados Unidos e os países do Oriente Médio interferem diretamente nessa modalidade, portanto a falta de previsibilidade é enorme e é bom ficar atento. Nesse sentido, vale a regra de ouro de sempre diversificar, optando por mais de uma moeda para investir.
Day Trade: Este talvez seja o investimento de maior risco, isso porque é de curtíssimo prazo e, como o próprio nome diz, está relacionado aos resultados das operações do dia no mercado. As variações das ações, portanto, são diárias e podem subir ou descer muito rapidamente, gerando lucros ou prejuízos, como se fosse uma gangorra.
Nesse sentido, em quanto mais ações você investir, melhor poderá ser a sua chance de não perder tanto ou de ganhar muito. Acompanhar as oscilações também vai fazer toda a diferença, porque você poderá saber exatamente quando ocorre o pico da alta do investimento e aplicar ainda mais.
Investimento-Anjo: Investir em empresas que ainda estão em processo de desenvolvimento, como as startups, é um tipo de aplicação que está em alta. Não exatamente pelos valores dos rendimentos, mas porque muitas dessas empresas estão na moda e pega bem para o status do investidor de risco apostar alto em algo que pode estourar em poucos meses.
O problema é que não é possível prever quando essa empresa terá o seu turning point e, de fato, conseguir competir com os grandes concorrentes ou mesmo conquistar de vez os consumidores com as suas ideias inovadoras. Até lá, você poderá gastar muito dinheiro e até perder tudo se ela der errado no final.
Por outro lado, poderá ganhar muito dinheiro se ela der certo. Muitas vezes, esse investidor de risco acaba nem sendo mencionado pela empresa até que ela decole de vez, e por isso ele é chamado de “anjo”, ou seja, anônimo.
Oferta Pública Inicial ou IPO: O termo vem do inglês “Initial Public Offering” (IPO) e é muito usado no mercado financeiro pela própria sigla estrangeira. Em todo caso, vale a pena explicar que a Oferta Pública Inicial é a aquela que disponibiliza ativos no mercado para conseguir investimentos diretos e que possam alavancar certos empreendimentos. Nesse sentido, o investidor de risco pode adquirir cotas de um fundo de investimento, ações e equity dessa empresa, ou qualquer outro ativo.
Contratos futuros: Essa modalidade atende a negócios que tem um contrato estabelecido como certificado da aplicação. Ou seja, existe um valor fixo na compra, mas a venda pode ser feita pelo valor de mercado. Isso significa que o rendimento final pode ser muito maior do que o capital inicial investido, mas o risco de se perder muito também existe. É muito usado com as commodities, como o petróleo.
Nesse caso, o preço do barril é um dos que mais varia no mercado internacional e sofre diretamente os impactos não apenas econômicos, mas também os da geopolítica entre os países.
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