Carteira de dividendos: o que é e como montar a sua?
Quem disse que comprar e vender ações na Bolsa de Valores é a única maneira de ganhar dinheiro com renda variável? A carteira de dividendos é uma das melhores alternativas no mercado de ações para quem quer ganhar dinheiro a longo prazo e realizar o sonho de viver de renda.
Por lei, toda empresa listada na Bolsa deve distribuir, no mínimo, 25% dos seus lucros para os acionistas. A esse lucro distribuído damos o nome de dividendos.
Quanto mais ações tiver de uma empresa, melhores os dividendos que ela deverá te pagar. Ainda assim, especialistas não recomendam que tenha apenas uma ação na carteira, mesmo que em grande quantidade.
O ideal é montar a mencionada carteira de dividendos. O que o termo significa? Quais são os diferentes tipos de dividendos do mercado? Como avaliar uma carteira de dividendos?
Isso é o que vamos te mostrar nos próximos parágrafos. Por isso, continue conosco por mais alguns minutos e entenda tudo o que precisa saber sobre a carteira de dividendos!
O que é um dividendo?
Você já sabe que o dividendo é uma espécie de remuneração que as empresas te dão com uma parcela dos seus lucros, que costuma ser de 25%.
O que você talvez não saiba é que o mercado de ações conta com uma série de empresas que pagam bons dividendos. Sua estratégia consiste em recompensar bem quem mantém seus papéis nas carteiras de investimento.
Além disso, é importante considerar que não existe apenas um tipo de pagamento quando falamos em dividendos. Por isso, confira abaixo as diferentes maneiras pelas quais os dividendos podem ser pagos.
Saiba mais: O que são dividendos e como investir para uma renda passiva
Como os dividendos podem ser pagos?
Existem cinco formas das empresas pagarem os dividendos aos seus acionistas. São eles:
- Dinheiro;
- Ações;
- Dividendo especial;
- Juros sobre capital próprio (JCP);
- Direitos de subscrição.
Conheça como cada uma dessas cinco formas de pagamento funcionam logo abaixo.
1. Dinheiro
A empresa disponibiliza em sua carteira um valor ou percentual predeterminado para cada ação em sua posse. Isso pode ser definido tanto em reais ou por meio de um percentual do valor de uma ação.
2. Ações
Você também pode receber dividendos na forma de ações adicionais da empresa. Ou seja, ao invés de ser pago com dinheiro, você aumenta o número de papeis que tem dessa mesma empresa.
É uma boa alternativa quando o preço das ações dessa mesma empresa está em crescimento, possibilitando um ganho maior na venda desses papeis.
3. Dividendo especial
Esse é um pagamento fora da agenda comum dos dividendos. Isso acontece em situações específicas, como a venda de uma parte da empresa, que causa um aumento no caixa.
Os ganhos podem ser compartilhados com os acionistas em um pagamento especial. O dividendo especial também pode ocorrer caso haja mudanças nos regulamentos da Bolsa de Valores ou nas próprias leis.
Dependendo da alteração, as empresas podem optar por pagar novos dividendos para evitarem ter de pagar mais no futuro, por exemplo.
4. Juros sobre capital próprio (JCP)
É uma alternativa aos dividendos. Nessa modalidade de pagamento, o investidor deve pagar 15% de IR – o temível come-cotas -, mas a empresa recebe isenção fiscal.
Por conta da isenção, se torna possível um maior repasse dos lucros para compensar o pagamento de IR feito pelos investidores.
5. Direitos de subscrição
Quando uma empresa emite mais ações no mercado, ela pode oferecer direitos de subscrição para os investidores como uma espécie de pagamento.
Um investidor com esse tipo de direito pode comprar ações dessa companhia antes mesmo de sua liberação no mercado. Normalmente, ele acaba pagando um valor menor do que o oferecido na abertura da venda.
Como avaliar uma boa carteira de dividendos
Agora que você já tem uma certa ideia de como os dividendos funcionam, precisa saber como escolher uma boa carteira de dividendos para melhorar sua rentabilidade.
Como falamos no início do artigo, ter uma grande quantidade de ações de apenas uma empresa não é boa ideia, mesmo que ela pague bons dividendos.
A carteira consiste em diversas ações que costumam pagar bem e descobrir qual é a ideal para você é um dos seus maiores desafios como investidor. Mas vamos te ajudar com essa tarefa.
Sempre que for analisar uma carteira de dividendos, existem três elementos que deve considerar: o preço da própria ação, o dividend yield e o dividend payout. Entenda um pouco mais sobre a influência de cada um nas próximas linhas.
Preço da ação
Se está investindo em uma carteira de dividendos, o preço que pagou por cada ação é um elemento que não pode ficar de fora. Por isso, é importante manter registrado o quanto pagou pelas ações das empresas que compõem a sua carteira.
Essa informação é muito importante para conseguir calcular o dividend yield e o dividendo payout.
Dividend Yield
Esse indicador mostra ao investidor o rendimento dos dividendos pagos por uma empresa. Ou seja, é fundamental para saber se uma empresa paga bons dividendos aos seus acionistas.
Ele é calculado usando o preço da ação que mencionamos no item anterior como base. O valor dos dividendos recebidos é a segunda variável desse cálculo.
Você dividirá o dividendo pelo preço da ação. Para exemplificar, imagine que comprou uma ação por R$ 15,00 e ela te pagou dividendos de R$ 2.
A conta fica assim: 2/15 = 0,1333…
Ou seja, o dividend yield dessa ação é de 13,33%. Agora, veja como calcular o dividend payout.
Dividend Payout
Esse é o segundo indicador para calcular se vale a pena colocar uma empresa em sua carteira de dividendos. Ele consiste em descobrir a parcela de lucros líquidos que uma organização está distribuindo como dividendo aos acionistas.
Para descobrir isso, é necessário analisar o dividend payout de ao menos 10 anos dessa empresa. Isso te permitirá estabelecer o perfil dessa companhia e descobrir se pagar bons dividendos faz parte de sua política no mercado financeiro.
A conta aqui também é simples: se a empresa tem lucro líquido de R$1000 e distribuiu R$ 320 em dividendos, seu payout é de 32%. Ou seja, ela paga dividendos em uma taxa acima do que o normal de 25% que mostramos ao longo do artigo.
Como escolher empresas que pagam bons dividendos
Com as fórmulas mostradas acima, você terá em mãos uma ferramenta valiosa para montar sua carteira de dividendos. Além do preço da ação, do yield e do payout, existem mais dois elementos a considerar antes de escolher uma empresa.
O primeiro deles é a saúde financeira da empresa. Se a organização está há anos sem lucrar, isso significa que ela não está pagando dividendos. Ou seja, é uma péssima ideia incluí-la em sua carteira.
Outro ponto a observar é a gestão da própria empresa. Como ela é feita? A empresa é reconhecida por ter uma gestão de qualidade e um modelo de negócios sólido e transparente?
Esses são alguns elementos que, embora mais subjetivos, devem ser considerados na sua escolha.
Quantas empresas devem compor sua carteira de dividendos?
Não faltam especialistas querendo te dizer quantas empresas devem estar na sua carteira. Por isso, até hoje não existe um consenso sobre a quantidade ideal.
Ou seja, a resposta para essa pergunta é: depende.
Se está pensando em montar uma carteira de dividendos, mas está com dificuldades mesmo com alguns elementos solucionados ao longo desse e dos outros artigos do blog?
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