Contratos futuros: saiba tudo sobre essa operação
Uma dúvida que acontece com frequência para quem está estudando começar a fazer investimento em ações é descobrir que são contratos futuros. Diferente das compras diretas tanto nas ações de renda variável quanto na renda fixa, aqui estamos trabalhando com possibilidades de ganhos que podem acontecer.
Ou seja, estamos falando em capital especulativo. Contratos futuros pode parecer um nome que indica algo muito fora da realidade, mas nada mais são que um acordo no qual um investidor concorda em comprar um ativo na data de vencimento e outro o vende em um preço predefinido.
Se eu faço um contrato futuro de compra com outro investidor a um preço predefinido, ele deverá me vender nesse valor, independente se o ativo que ele está a vender valorizou ou desvalorizou.
Entendeu onde estão os riscos e as possibilidades de lucro dos contratos futuros? Ainda não? Então até o fim desse artigo você vai entender!
Antes de começar a explicação, é interessante entender quais são os diferentes tipos de ativos que podem ser negociados com contratos futuros. São eles:
- Índice futuro da Ibovespa;
- Dólar futuro;
- Café;
- Milho;
- Boi Gordo;
- DI Futuro;
- Euro;
- Ouro.
Como cada item acima tem suas próprias particularidades. Para nós, é interessante focar apenas nos dois primeiros: o índice futuro da Ibovespa e o dólar futuro. Confira mais nos trechos a seguir!
Quais índices são negociados nos contratos futuros?
O IND é o índice futuro da Ibovespa e diz respeito ao mercado de ações. Esse índice é formado pelas 66 ações mais negociadas na B3. Ou seja, os contratos futuros desse índice só permite a negociação destas ações. Neles, as operações são negociadas com base nas expectativas da variação do preço dos títulos.
Já o dólar futuro (DOL) é um índice para negociação de moedas estrangeiras. Assim como no índice acima, aqui as negociações são feitas de acordo com o que os investidores esperam da variação cambial. Ou seja, as expectativas deles em relação à valorização ou desvalorização da moeda.
Principais características dos contratos futuros
Agora que você já sabe o que são os contratos futuros e conhece um pouco sobre os principais ativos negociados dessa maneira, você precisa entender algumas de suas características e particularidades.
Nos próximos parágrafos, você vai entender quem lucra com a alta dos ativos e quem lucra com a baixa. Sim, é possível ganhar dinheiro quando todos estão perdendo!
Quem lucra com a alta do mercado futuro?
Quando você opera no mercado futuro, você pode operar de duas maneiras distintas: comprado ou vendido. Se você está operando comprado, você lucrará com a alta do mercado.
Afinal de contas, você está comprando um ativo por um preço menor do que a sua valorização. Por exemplo, se você negocia a compra futura de uma ação que custa R$ 5 e, ao final do dia, ela está valendo R$ 7, você está comprando abaixo do valor de venda.
Quem lucra com a baixa do mercado futuro?
Naturalmente, quem opera vendido lucra quando o mercado está em baixa. Usando o mesmo exemplo acima, imagine que você está operando vendido e concorda em vender o seu ativo por R$ 5 em uma data predeterminada.
Ao chegar o vencimento, seu ativo desvalorizou e seu preço passou a ser R$ 2. Ainda assim, o comprador te pagará R$ 5. Ou seja, você lucrou R$ 3 ao vender por R$ 5 um ativo que valia R$ 2.
Facilidade e flexibilidade
Se você está lendo sobre contratos futuros pela primeira vez, pode estar a pensar que é um tipo de operação difícil. Entendemos que pense assim, mas os contratos futuros são fáceis e também bastante flexíveis.
Isso acontece pois o processo é semelhante ao da compra e venda de ações. Além disso, pode fazer tudo online na Bolsa de Valores.
Além disso, não faltam maneiras de lucrar com os contratos futuros. Afinal de contas, você pode tanto investir apostando na valorização quanto na desvalorização. Quando você compra e vende ações, você pode lucrar apenas com os dividendos ou caso seus títulos valorizem.
Alavancagem e Liquidez
Uma particularidade bem interessante dos contratos futuros é a possibilidade de movimentar valores acima dos que você possui em conta. Sim, é como comprar ações com um dinheiro que você não tem. O nome disso é alavancagem.
Para fazer isso, porém, é necessário oferecer garantias que sejam capazes de arcar com eventuais prejuízos. Além disso, quando você opera alavancado, você não recebe o valor total do investimento, mas apenas o lucro. Por exemplo, se usou a alavancagem para investir R$ 50.000 e conseguiu R$ 53.000 na negociação, receberá apenas os R$ 3.000 extras.
O mesmo acontece quando tem prejuízo. Você paga apenas o valor que ficou em negativo. Se o exemplo acima tivesse resultado em R$ 47.000, você teria de pagar os R$ 3.000. É por isso que precisa garantir que é capaz de pagar caso não tenha bons resultados. Além do dinheiro, pode usar outros produtos financeiros como títulos de renda fixa ou ações em sua carteira.
Vale lembrar que, antes da concretização de quaisquer contratos futuros, você pode cancelar a operação e solicitar o resgate do investimento.
O que é a margem de garantia?
Se achou a oportunidade de operar alavancado uma boa opção é essencial que entenda como funciona a margem de garantia nos contratos futuros.
Como mencionamos antes, é necessário ter o dinheiro da margem de garantia – seja o valor propriamente dito ou títulos e ações em carteira – enquanto suas operações de alavancagem estiverem em aberto.
Esse dinheiro não poderá ser utilizado até o fechamento das operações. Caso a margem não precise ser utilizada, ela é retornada para a sua conta no fechamento das posições.
Não há uma margem de garantia fixa. Ela varia diariamente considerando o tamanho do contrato e a volatilidade do preço. Sua corretora também pode exigir margem adicional para controlar o risco das operações.
Riscos dos contratos futuros
Como já deve ter notado ao longo do artigo, investir em contratos futuros têm diversos riscos. Por outro lado, apenas o conhecimento e a experiência poderão te preparar para evitá-los.
Por isso, elencamos os principais riscos ao investir em mercados futuros. Saiba quais são logo abaixo.
Risco de mercado
É o risco das próprias oscilações dentro do mercado futuro, que acontecem de maneira orgânica e, algumas vezes, imprevisíveis. Mesmo que tenha vasto conhecimento e saiba prever tendências, ainda é possível ter prejuízo por conta de algum comportamento inesperado.
Risco de alavancagem
Da mesma maneira que pode ter grandes lucros com a alavancagem, também corre o risco de sofrer prejuízo. Por isso, é interessante não apenas ter uma margem de garantia, mas ter a certeza de que seus principais investimentos não serão afetados.
Risco de ajuste diário
Sempre tenha um valor disponível que possa ser usado para compensar perdas. O mercado futuro sofre ajustes diários e isso pode ocasionar perdas caso não esteja preparado.
Risco de alteração de margem
A margem de garantia também é ajustada diariamente. Caso tenha contratos futuros com vencimento para outro dia, é possível que a margem da Bolsa de Valores ou da sua corretora aumente.
Por isso, mais uma vez recomendamos ter sempre um valor acima da margem de garantia, de maneira a cobrir essas alterações que podem chegar subitamente.
Como funciona uma operação de contratos futuros
Para finalizar o artigo, vamos exemplificar uma operação prática com dois investidores que trabalham em contratos futuros. Imagine que o investidor A seja especializado em operar comprado, enquanto o B em operar vendido.
Agora, imagine que eles estejam operando com ações da empresa fictícia Petrox, identificada pela sigla PTR2. No início das operações, a ação está custando R$ 50. A valorização ou desvalorização do ativo é incerta, por isso tanto o investidor A quanto o investidor B pretendem operar contratos futuros desses ativos.
Assim, o investidor A resolve operar comprado, enquanto B coloca à disposição suas 100 ações da PTR2 operando vendido. Ou seja, na data de vencimento – que será no mesmo dia -, o investidor A comprará 100 ações do investidor B a R$ 50, totalizando R$ 5.000 de investimento.
A data de vencimento chega. As ações da PTR2 valorizaram 5%, com preço unitário de R$ 52,50. Quem lucrou com essa operação?
O investidor A! Por ter comprado as ações a R$ 5000, ele pode agora vendê-las por R$ 5.250, lucrando R$ 250,00 na operação.
Já o investidor B é quem sai perdendo com a valorização, já que vendeu seus ativos que agora valem R$ 52,50 a R$ 50,00. Caso ele opte por recomprar as 100 ações, deverá investir R$ 250,00 a mais.
Entendeu como os contratos futuros funcionam? Que tal aprender tudo sobre o mercado de ações e investimentos? Entre em contato conosco agora mesmo para caminhar rumo à independência financeira!