Previdência privada ou ETF: veja como escolher
Previdência privada e ETF’s são aplicações financeiras interessantes para investidores iniciantes buscando um pouco mais de retorno com risco controlado.
Nas próximas linhas, você vai encontrar tudo que precisa saber para escolher quanto e quando investir em cada aplicação, especialmente se busca investir para o longo prazo e para um futuro mais tranquilo e confortável.
Previdência privada ou ETF: um passo atrás
Antes de escolher entre previdência privada e ETF, é importante compreender o que são esses dois investimentos:
- Previdência privada: fundos de investimento que contam com benefícios fiscais para a aplicação de longo prazo.
- ETF: exchange-traded fund é um fundo de investimento negociado (comprado e vendido) na bolsa de valores, como se fosse uma ação, por meio de um home broker. Replica um índice, como o Ibovespa, e tem baixas taxas de administração.
Como você pode notar pela descrição de cada um dos investimentos, trata-se de aplicações bem diferentes. Enquanto a previdência privada é bastante popular no Brasil e é oferecida tanto por bancos quanto por corretoras para investidores de todos os perfis, os ETFs são mais restritos a um público com maior conhecimento sobre renda variável e bolsa de valores.
Isso não quer dizer que você deva desistir do ETF por se tratar de um produto menos “famoso” no Brasil. Mas significa que é importante ler bastante sobre o assunto antes de tomar qualquer decisão.
Previdência privada ou ETF: por onde começar?
A seguir, veja as principais características de ETFs e previdência privada:
Como funciona a previdência privada?
Trata-se de fundos de investimentos de longo prazo, oferecidos por diversas instituições financeiras. Quem busca esse tipo de produto geralmente tem o objetivo de receber uma renda recorrente na aposentadoria.
Entretanto, o investimento também pode cumprir algum outro objetivo, como a aquisição de bens imóveis, o pagamento da faculdade dos filhos, entre outros.
Os fundos de previdência são geridos por equipes profissionais que investem em diferentes tipos de ativo, com foco no longo prazo. Há fundos mais conservadores, com 100% do capital em renda fixa, por exemplo, e outros mais arrojados, com 70% em renda variável.
Características
A previdência privada se divide em dois tipos: Plano Gerador de Benefício Definido (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).
PGBL: mais indicado para quem declara o Imposto de Renda completo, pois permite ao investidor abater até 12% da renda.
VGBL: recomendado para quem opta pelo formulário simples, o VGBL tem IR apenas sobre a rentabilidade.
Em ambos os modelos (PGBL ou VGBL), é possível escolher entre a tabela regressiva e a progressiva de Imposto de Renda. A primeira é a que oferece maiores benefícios para o longo prazo (superior a 10 anos), já que a alíquota cai para 10% após esse período.
Como funciona um ETF?
Os Exchange-Traded Funds são fundos passivos de renda fixa e variável que “copiam” o desempenho de algum índice da Bolsa, como o Ibovespa. São populares em países como os Estados Unidos e vêm crescendo recentemente no Brasil.
Quando você compra um ETF, é como se estivesse comprando uma cesta com todos os ativos que compõem o índice de referência. Se o índice sobe, seu ETF sobe junto. Se cai, idem.
Na renda variável, é ideal para quem está começando e não tem a expertise ou o tempo necessário para estudar ação por ação e montar a própria “cesta” de ativos. Mas, como se trata do mercado de ações, é preciso se ater ao perfil de risco do investidor.
Na renda fixa, pode ser uma alternativa para investir em fundos com baixa taxa de administração. Para esse caso, vale considerar também outros fundos, como aqueles que aplicam seus recursos em títulos do Tesouro Direto, com taxa zero de administração.
Características
Como o ETF é um fundo passivo, que apenas copia um determinado índice, ele cobra as menores taxas de administração entre os fundos de investimento. E com um baixo investimento inicial, permite ao investidor comprar diversas empresas ou ativos.
Embora seja mais conhecido pelas aplicações em renda variável, os ETFs permitem também a aquisição de índices de títulos de renda fixa. O IMAB11, por exemplo, replica a carteira do IMA-B (índice de títulos atrelados à inflação).
A tributação de um ETF de renda variável é de 15% sobre a rentabilidade, e a de um ETF de renda fixa é de 15% a 25%, dependendo do prazo médio dos títulos investidos.
Previdência privada ou ETF: como escolher?
Não basta escolher entre previdência privada e ETF para criar o seu portfólio de longo prazo. É preciso compor uma carteira diversificada, que comporte diversos tipos de ativos, sejam eles de renda fixa ou variável.
Ao mesmo tempo que a diversificação aumenta o potencial de ganho no longo prazo, também garante mais resiliência em tempos de turbulência no mercado.
A diferença está na dose, ou seja, quanto você vai destinar a quais classes de ativos de acordo com seu perfil de investidor — conservador, moderado ou arrojado.
Mas fazer essa calibragem não é uma tarefa fácil, e é nessa hora que entra o gestor profissional. Para quem busca uma complementação de renda para a aposentadoria, a previdência privada é uma excelente opção, pois conta com essa gestão ativa para realizar a melhor alocação de recursos.
Isso não impede que você invista em ETFs e outros produtos financeiros. Muito pelo contrário: este é um excelente primeiro passo rumo à sua educação financeira.
Para seguir nessa jornada de investimentos de longo prazo, confira três dicas finais:
- Fique atento à gestora do fundo para descobrir se o perfil de investimentos é adequado aos seus objetivos.
- Prefira planos de previdência que não cobrem taxa de carregamento de entrada e saída, aquele valor que você paga para fazer aportes ou resgates.
- Observe também a categoria do fundo e verifique se está alinhado ao seu perfil de investidor.
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