Desemprego friccional: entenda o que esse índice econômico significa
O desemprego friccional é um nível normal de desemprego temporário. Ele existe no chamado “entre empregos”, quando a pessoa está em busca de sua primeira oportunidade ou voltando ao mercado de trabalho após um período de pausa.
Considerado saudável, esse desemprego faz parte de qualquer economia e traz, até mesmo, benefícios para o mercado. Acompanhe o artigo abaixo que explicaremos tudo o que você precisa saber sobre essa variável mensurada dentro da taxa de desemprego, assim como as diferenças com outros tipos de desempregos.
O que é desemprego friccional
Em resumo, o desemprego friccional é um desemprego temporário. É aquele tempo entre sair de um trabalho e encontrar outro, sendo que sua principal característica é seu caráter temporário de curto espaço de tempo.
Essa variável mensurada dentro da taxa de desemprego e muito estudada por economistas é considerada natural e ocorre continuamente. Afinal, é normal que os profissionais fiquem um tempo sem emprego em ocasiões de curto prazo. Veja alguns exemplos:
- Quando uma pessoa sai de um emprego e logo está à procura de outro;
- Quando, na construção civil, uma obra acaba e os funcionários ficam parados até começar outra;
- Recém-graduados à procura do primeiro emprego;
- Quando uma pessoa está desempregada por conta de uma transição de carreira;
- Pessoas que, por algum motivo, ficaram fora do mercado de trabalho (por escolha) durante um período e que desejam voltar.
Desemprego saudável
De forma simples, o desemprego friccional é considerado como um desemprego saudável e acontece mesmo que haja desenvolvimento econômico porque é natural. Ou seja, mesmo em um país em seu pico econômico, é possível encontrar casos de desemprego friccional porque sempre existirão pessoas alternando de postos de trabalho ou mesmo que não estão no mercado, mas estão procurando por emprego.
Taxa de desemprego saudável
Apesar dessas pessoas também estarem desempregadas, esse desemprego é considerado saudável por conta de seu caráter temporário. Isso, claro, desde que esteja com taxas que variam ao redor de 3% a 4% em média. Acima disso, suas causas já são por outros fatores que, consequentemente, são maléficos para a economia.
No entanto, é preciso se atentar a alguns fatores locais que podem fazer a taxa variar de acordo com a época do ano. Por exemplo, em cidades universitárias, essa taxa costuma aumentar nos meses de férias escolares, como julho e janeiro, quando os estudantes terminam os estudos e iniciam a sua procura de emprego.
Outro exemplo importante é em regiões agrícolas em que as taxas costumam aumentar nos períodos entre safras. Além disso, as circunstâncias econômicas também proporcionam uma variação dessa taxa, sobretudo quando o mercado de trabalho está mais saturado e sem grandes ofertas de emprego.
Benefícios do desemprego friccional
Apesar de parecer um paradoxo, o desemprego friccional proporciona diversos benefícios para o mercado de trabalho. Alguns deles são:
- Promove a inovação;
- Incentiva as pessoas a uma procura ativa de trabalho;
- Não permite que o trabalhador fique acomodado sempre no mesmo trabalho, tornando o mercado mais ágil e menos rotineiro e inflexível;
- Mostra que as pessoas estão buscando melhores postos de trabalho;
- Permite que as empresas possam expandir o uso de mão de obra se necessário.
Outras formas de desemprego
Além do desemprego friccional, existem outras formas de desemprego, conforme veremos a seguir:
Desemprego estrutural
Esse tem um caráter definitivo e é o que causa maior preocupação. Ele ocorre, principalmente, quando a mão de obra humana é substituída por novas e sofisticadas tecnologias. Além disso, também ocorre com as mudanças de hábitos de consumo.
Entre alguns exemplos do que pode causar o desemprego estrutural, podemos apontar:
- Mudanças na forma de consumo;
- Robotização do processo de produção industrial;
- Implantação de Inteligência Artificial nas empresas;
- Introdução de caixas autônomos em supermercados;
- Instalação de caixas eletrônicos em agências bancárias;
- Uso da Internet para fazer serviços bancários, compras online, entre outros;
- Implantação de processos robotizados em empresas, visando otimizar o trabalho e reduzir a mão de obra;
- Introdução de novas tecnologias que substituem a mão de obra humana por computadores e máquinas automatizadas.
Esses empregos dificilmente serão adquiridos novamente. Portanto, para frear esse desemprego, esses profissionais precisam se reinventar, voltar a estudar e fazer reciclagens para conseguir novas colocações no mercado de trabalho.
Desemprego conjuntural
Já o desemprego conjuntural, por sua vez, é aquele que surge em momentos de recessão da economia causado, principalmente, por crises internas ou externas, reduções no desenvolvimento econômico e no crescimento de um país.
Quando uma crise ocorre, as empresas deixam de contratar novos profissionais e, muitas vezes, reduzem o quadro de funcionários para cortar gastos e se proteger em meio à crise, causando o desemprego conjuntural.
Um exemplo desse desemprego é o que vem acontecendo no mundo todo em 2020, em decorrência da pandemia da Covid-19. No Brasil, por conta da crise causada com o coronavírus, apenas no mês de março e primeira quinzena de abril de 2020, 804 mil pessoas perderam o trabalho e precisaram recorrer ao seguro-desemprego.
Nos Estados Unidos, os números do desemprego conjuntural foram ainda maiores. Em apenas oito semanas, o número de desempregados subiu para 36,5 milhões. Antes da crise, o país tinha o percentual considerado de “emprego pleno”, com uma taxa de 3,6% de desemprego. Porém, segundo o Departamento do Trabalho, o país encerrou o mês de abril com uma taxa recorde de 14,7%.
Desemprego sazonal
Como o próprio nome sugere, esse desemprego ocorre sazonalmente, ou seja, em determinados períodos. Esse já é um fenômeno previsível, portanto, não causa grandes impactos na economia.
Aliás, é considerado como período sazonal qualquer fator externo que possa interferir no desempenho de uma empresa e seu negócio, seja de maneira positiva ou negativa. Nesses casos, podemos citar as condições climáticas ou datas comemorativas.
Por exemplo, nos meses de novembro e dezembro, muitas lojas contratam funcionários temporários para as vendas de Natal. No entanto, ao passar as festas de fim de ano, eles são demitidos, causando o desemprego sazonal.
Isso também ocorre na agricultura. Na época da colheita, mais pessoas são contratadas. Já quando ela acaba, mais pessoas são demitidas. O desemprego sazonal também ocorre nas cidades praianas, que têm uma taxa de emprego muito maior nos meses de verão e férias.
Dicas finais
O desemprego friccional é considerado saudável em qualquer economia. Mesmo que o desenvolvimento econômico de um país esteja no seu pico, ele pode estar presente.
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