Análise vertical e horizontal: como usar a técnica para avaliar
As análises vertical e horizontal podem ser utilizadas tanto por empresários como por investidores de títulos de renda fixa ou variável. Elas auxiliam na tomada de decisões porque possibilitam a melhor compreensão da evolução de um negócio, permitindo ações mais certeiras. Por isso, conhecê-las e interpretar as informações é tão importante para o sucesso de um investimento.
Mas se você não tem familiaridade com o assunto ou quer se aprofundar nesse tema, não precisa ficar preocupado. Neste artigo iremos contar qual a diferença entre a análise vertical e horizontal, como avaliar cada uma delas e ainda como aplicá-las no seu negócio. Confira.
Qual a diferença entre análise vertical e horizontal?
Antes de mais nada, é importante entender a diferença entre esses dois tipos de análises. De modo geral, as análises vertical e horizontal são empregadas com o intuito de mostrar a dinâmica das operações de uma empresa, sendo que:
- Análise vertical: serve para analisar o percentual de representatividade de cada setor da empresa, possibilitando analisar os resultados separadamente e a influência de cada um deles no resultado final;
- Análise horizontal: permite avaliar a evolução dos resultados da empresa ao longo de um determinado período, que pode ser anual, semestral ou mensal, conforme as políticas da companhia.
Por exemplo, uma empresa multinacional pode utilizar a análise vertical para avaliar o desempenho de suas unidades em diferentes países. Já a análise horizontal, permite que cada uma dessas unidades tenha o seu desempenho avaliado ao longo de um ano.
As análises vertical e horizontal também podem ser aplicadas em diversos demonstrativos financeiros de uma empresa, tais como: balanço patrimonial, demonstrativo de resultados do exercício e fluxo de caixa. Dessa forma, é possível ter uma ideia mais clara do real cenário da empresa e tomar as melhores decisões gerenciais.
É importante dizer ainda que essas análises são complementares e devem ser aplicadas em conjunto. Além disso, é fundamental explorar ao máximo o que podem trazer de informação.
Como fazer a análise na prática?
Agora que você já entendeu a diferença entre a análise vertical e horizontal, vamos explicar como é feita cada uma dessas ferramentas.
Analisando verticalmente
A análise vertical é feita a partir de um cálculo bastante simples, que deve seguir a seguinte fórmula:
AV = ( valor do item / valor da base de cálculo ) x 100
Os valores são expressos em porcentagem. Para facilitar o entendimento do cálculo, vamos a um exemplo prático da aplicação dessa fórmula. Vamos tomar como exemplo uma empresa que tem um total de ativos de R$ 1,45 milhões e quer saber qual é a parcela de ativos circulantes dentro desse montante, sendo que eles correspondem a R$ 580 mil. Para fazer a cálculo da análise vertical teremos:
AV = ( 580.000 / 1.450.000 ) x 100 = 40%
Nesse exemplo, o ativo circulante corresponde a 40% do total de ativos da empresa. Portanto, caso a companhia precise de dinheiro em caixa rapidamente, poderá contar com uma parcela considerável do total de ativos que possui.
É possível fazer isso com qualquer área da empresa, sendo obtida a representatividade de uma determinada área no valor total, ou no lucro do negócio.
Analisando horizontalmente
Assim como mencionado anteriormente, o primeiro passo será fazer o cálculo da análise horizontal. Ele também é bastante simples de ser calculado e pode ser feito por meio da seguinte fórmula:
AH = [ ( valor atual / valor base ) – 1 ] x 100
O valor atual é representado pelo último resultado da empresa, e o valor de base é o valor anterior do mesmo parâmetro. Vamos a mais um exemplo prático para que você possa entender melhor.
Imagine que o balanço patrimonial de uma empresa no ano de 2018 foi de R$ 36.519,00 e, em 2019, foi de R$ 32.342,00. Aplicando a fórmula acima, teremos o seguinte cálculo:
AH = [ ( 32.342 / 36.519 ) – 1 ] x 100 = – 11,4%
Mais uma vez, os resultados são apresentados em porcentagem. Portanto, no exemplo acima, como o resultado foi negativo, é possível dizer que houve uma queda de 11,4% no balanço patrimonial de um ano para o outro. Quando esses valores são positivos, significa que a empresa atingiu um resultado bom, que indica crescimento.
Como usar as análises no meu negócio?
Como falamos anteriormente, as análises vertical e horizontal são complementares e devem ser feitas em conjunto. Entretanto, vale a pena destacar a importância de cada uma delas.
A análise vertical auxilia o empresário a identificar uma série de questões relacionadas à gestão patrimonial da empresa, como, por exemplo:
- Peso que as despesas representam sobre o patrimônio total;
- Montante percentual de dívidas;
- Impacto que os investimentos podem ter sobre o patrimônio;
- Percentual de receitas que a empresa terá para receber no curto e no longo prazo.
Já a análise horizontal permite avaliar o desempenho da empresa por um período. Por exemplo, se a empresa tem conseguido aumentar os seus lucros de um ano para o outro, se manteve-se no mesmo patamar, ou, ainda, se vem tendo prejuízos.
A gestão financeira de uma empresa é muito importante para que ela se mantenha saudável e viável ao longo do tempo. Por isso, vamos dar mais algumas dicas de como utilizar a análise vertical e horizontal no seu dia-a-dia:
- Tenha um software de gestão financeira: ele é fundamental para ajudar a controlar todos os valores que entram e saem do caixa, bem como impostos a pagar e dívidas. Fazer todo esse controle manualmente vai tomar um tempo precioso que você poderia usar para fazer o negócio crescer;
- Faça análises periodicamente: as análises periódicas permitem que você identifique possíveis problemas ainda no início. Além disso, com elas, é possível implantar melhorias contínuas no processo produtivo. Escolha um período de tempo que atenda melhor às necessidades da sua empresa;
- Aplique as análises em diversos relatórios: as análises vertical e horizontal não só podem, como devem, ser aplicadas a diferentes tipos de relatórios gerenciais como o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), o fluxo de caixa e o balanço patrimonial.
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