Qual o rendimento da previdência privada?
Assim como em todo tipo de investimento, um dos principais fatores que definirão a renda que você terá na aposentadoria é o rendimento da previdência privada.
Neste artigo você vai entender para onde vai o valor contribuído para a previdência privada e os principais fatores que impactam o retorno obtido. Assim, você conseguirá selecionar o melhor e mais adequado plano para o seu perfil e contexto de vida.
Qual o rendimento da previdência privada?
Não é possível saber antecipadamente quanto renderá a previdência privada, já que, assim como no caso dos outros tipos de investimento, o valor acumulado no futuro depende, principalmente, de quatro fatores.
O primeiro é o montante contribuído ao longo dos anos. Quem fez aplicações em valores mais altos, consequentemente terá rendimentos maiores. Então, quanto mais você conseguir economizar e investir hoje, melhor resultado terá no futuro.
O segundo fator mais relevante é o retorno obtido nos investimentos. Ao contratar seu plano de previdência privada, você deverá escolher um fundo de investimento, que é para onde vai o seu dinheiro.
Cada fundo tem uma estratégia diferente, mais conservadora ou arrojada, para atender diversos perfis de investidor. Por isso, é muito importante que, antes de escolher um fundo, você avalie seu perfil de investidor.
Algumas perguntas que podem te ajudar a definir seu perfil:
- Você está disposto a ver o valor de seu patrimônio flutuar para obter maiores retornos no longo prazo?
- Por quanto tempo você pretende deixar o dinheiro investido?
Se a resposta para a primeira pergunta for não e/ou você pretender manter o dinheiro investido por um prazo muito curto (ex.: 2 anos), um fundo mais conservador, como um que investe apenas em renda fixa, provavelmente é o mais indicado para seu perfil. Mas é importante entender que, ao optar por um fundo de renda fixa, provavelmente você obterá um menor retorno no longo prazo.
Além disso, cada fundo conta com um gestor, que investirá o seu dinheiro nos ativos com maior potencial de valorização, respeitando as regras e o perfil do fundo.
A legislação brasileira permite que sejam aplicados até 70% dos fundos de previdência em renda variável (ações) – que apresenta maior retorno esperado, mas que também conta com um risco maior. Dessa maneira, fundos com alta alocação em renda variável são mais compatíveis com os perfis mais agressivos e com longo horizonte de investimento.
Contudo, cada fundo conta também com suas próprias regras. Assim, para quem prioriza a segurança – abrindo mão de um potencial retorno mais alto -, existem fundos que investem apenas em renda fixa.
O terceiro e o quarto fator que mais impactam o rendimento da previdência privada são as taxas e os impostos. Ambos podem diferir significativamente dependendo do plano e do fundo que você escolher. Então continue lendo para entender o que levar em consideração.
O que pode influenciar no rendimento da previdência privada?
O retorno dos fundos de previdência privada depende tanto dos investimentos escolhidos pelo gestor quanto do cenário econômico.
A rentabilidade dos fundos de renda fixa é impactada diretamente pelas taxas de juros. Dependendo da estratégia de cada fundo, no curto prazo a rentabilidade pode aumentar ou diminuir em decorrência de uma baixa ou alta das taxas juros (por exemplo, quando o Banco Central altera a taxa Selic). Mas, no longo prazo, de maneira geral, menores taxas de juros implicam menor rentabilidade para os fundos de renda fixa.
E essa é exatamente a situação atual. Por isso é tão importante avaliar a possibilidade de aplicar em fundos que investem pelo menos um pedaço do patrimônio em renda variável. E lembre-se que, se você já tiver uma previdência privada, você pode fazer a portabilidade para outro fundo sem nenhum custo e sem incorrer em pagamento de impostos.
Já os fundos com alta participação de renda variável na carteira estão mais sujeitos aos ciclos econômicos. Assim, esses fundos tendem a performar melhor quando a economia está em expansão ou quando a expectativa é que haja uma recuperação à frente.
De maneira geral, a melhor opção são os fundos diversificados, que investem em diversos tipos de títulos de renda fixa e em ações, tanto de empresas brasileiras e como estrangeiras. Dessa maneira, o fundo não fica exposto apenas aos riscos domésticos e pode apresentar uma boa performance mesmo quando o Brasil passa por alguma crise.
Tenho que pagar alguma taxa?
O rendimento da previdência privada é sempre o primeiro a ser lembrado, mas é necessário pensar também sobre os custos envolvidos, particularmente as taxas e os impostos.
Tanto as taxas como os impostos impactam diretamente no valor a ser resgatado ou recebido como renda quando chegar a hora de usufruir do seu patrimônio acumulado no plano. Por isso, é importante entendê-los bem para conseguir fazer uma avaliação no momento de contratar seu plano.
Taxas
Nem todas as taxas estão presentes em todos os planos de previdência privada. Certas taxas são comuns a todos os fundos, mas algumas taxas podem ser facilmente evitadas. Então fique de olho ao contratar seu plano para minimizar os custos e, consequentemente, maximizar o retorno de sua previdência.
É preciso pesquisar bem entre os planos que lhe interessarem, pois pode haver grande variação de uma instituição para outra, impactando diretamente o valor final do seu plano. Conheça algumas taxas:
- Taxa de administração: é um valor percentual cobrado sobre o valor que está investido. É denominado como uma taxa ao ano, porém a cobrança é feita proporcionalmente ao dia. A taxa de administração serve para remunerar a instituição responsável pelos serviços prestados na administração e gestão do fundo. Todos os fundos cobram taxa de administração, mas alguns cobram um valor muito acima do mercado. Dessa maneira, antes de definir em qual fundo investir, compare a taxa de administração com outros fundos de mesma estratégia (fundos de renda fixa com outros de renda fixa, multimercados com multimercados etc.). Em geral, fundos de renda fixa cobram até 1,2% a.a. e fundos multimercado até 2,00% a.a., então evite fundos com taxa de administração maior que esses patamares;
- Taxa de carregamento: também chamada de taxa de entrada, é descontada sobre o valor de cada contribuição feita ao seu plano de previdência. Assim, o valor real do seu aporte será o resultado da contribuição menos o desconto da taxa. Atualmente, a maioria dos fundos já não cobra essa taxa, então evite qualquer fundo que faça essa cobrança;
- Taxa de saída: similar à taxa de carregamento, porém o descontado é realizado sobre o valor do resgate ou da renda. A maioria dos fundos também não cobra mais essa taxa, então evite fundos que tenham taxa de saída;
- Taxa de performance ou rentabilidade: é um percentual cobrado por alguns fundos sobre a rentabilidade que exceder um determinado índice de referência. Ela serve como um incentivo para o gestor estar sempre buscando maximizar o retorno do fundo, respeitando seu perfil de investimento: o gestor só recebe a taxa de performance quando o fundo vai bem.
Impostos
Sobre todo resgate ou renda recebida incidirá Imposto de Renda. A alíquota e a forma de cobrança dependem da tabela de IR e do modelo do plano escolhidos.
Na tabela progressiva, o imposto é cobrado conforme o valor do resgate ou da renda recebida. Quanto maior o valor, maior será o imposto pago.
Valor de resgate ou renda | Alíquota |
Até R$ 1.903,98 | Isento |
De R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 | 7,5% |
De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 | 15% |
De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 | 22,5% |
Acima de R$ 4.664,68 | 27,5% |
Já quem opta pela tabela regressiva tem o imposto cobrado de acordo com o prazo em que é mantido o investimento. Desse modo, quanto mais tempo o valor ficar no plano, menor será o imposto.
Tempo de acúmulo do plano | Alíquota |
Até dois anos | 35% |
Dois a quatro anos | 30% |
Quatro a seis anos | 25% |
Seis a oito anos: | 20% |
Oito a 10 anos | 15% |
Acima de 10 anos | 10% |
O modelo do plano também impactará os impostos pagos. Caso o beneficiário escolha a modalidade PGBL, poderá deduzir até 12% da renda bruta tributável na declaração de IR completa. Porém, no momento dos resgates ou recebimento de renda, o IR incidirá sobre o valor total (contribuições mais rendimentos). O real benefício é postergar o pagamento de IR e reinvestir esse valor, acumulando, assim, um patrimônio maior no futuro.
Já no caso do VGBL, não existe esse benefício fiscal, porém o IR é cobrado apenas sobres os valores do rendimento. Assim, o VGBL é mais indicado para quem faz a declaração de IR no modelo simplificado.
Previdência privada vale a pena?
Para a maioria das pessoas a resposta é sim! Você tem algum objetivo de longo prazo? Se aposentar, comprar um imóvel, pagar a faculdade dos filhos? Então a previdência privada provavelmente é a melhor maneira de investir o dinheiro que você vai precisar lá na frente. Com a previdência privada você consegue pagar menos Imposto de Renda do que em qualquer outra modalidade de investimento, aumentando, assim, o patrimônio que você vai acumular no futuro.
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Agora que você já sabe como ocorre o rendimento da previdência privada, conheça ainda mais sobre esse assunto com nossos artigos.