10 critérios para escolher um bom fundo de investimentos

Por Redação Onze

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Com a taxa Selic (taxa básica da economia) na mínima histórica, patamar de 3% ao ano, é necessário diversificar a carteira de investimento de forma a incluir aplicações mais rentáveis. Nesse cenário, os fundos de investimento são boas alternativas.

Um fundo de investimento é um tipo de aplicação coletiva que reúne recursos de diversos investidores, chamadas cotistas. O valor total investido pelos cotistas é aplicado em diferentes tipos de ativos com o objetivo de render juros ao longo do tempo. Esses ativos são escolhidos com base no perfil do fundo – que pode ser conservador, moderado ou agressivo.

Quem fica responsável pela alocação do dinheiro é o gestor, que recebe uma taxa de administração pelo trabalho feito. Quando um cotista quer resgatar seu investimento, ele recebe a valorização proporcional a suas cotas no período em que o dinheiro ficou aplicado.

Fundos, portanto, são os produtos mais adequados para quem não quer correr muito risco e não tem tempo para ficar monitorando os investimentos.

Contudo, existem dezenas de categorias e milhares de fundos disponíveis no mercado. Por conta disso, pode ser difícil escolher e chegar à aplicação ideal para o seu perfil de risco e necessidade. Veja abaixo quais os critérios que devem ser observados para escolher o melhor fundo de investimento.

1) Selecione a categoria adequada

Analisando seu perfil de investidor, você se considera conservador, moderado ou arrojado? Seu perfil de risco ajuda a definir o tipo de fundo e a categoria ideal para você.

Apesar de existirem dezenas de tipos, há basicamente três grandes categorias de fundos no mercado: renda fixa, fundos de ações, ou renda variável, e fundos  multimercados (que misturam estratégias de renda fixa e renda variável).  Conheça abaixo as mais indicadas para cada perfil de investidor e objetivo de investimento:

Fundos de renda fixa

Têm pelo menos 80% da carteira composta por títulos do governo ou títulos privados emitidos por empresas. São indicados para investidores mais conservadores ou que tenham objetivos de investimento com prazo menor, já que há um menor risco de as cotas oscilarem ou se desvalorizarem no curto prazo. Seu rendimento tende a acompanhar a taxa Selic, mas alguns tipos podem oferecer uma rentabilidade maior.

Fundos multimercado

A estratégia desses fundos pode incluir diversos tipos de ativos, como ações, moedas, derivativos e renda fixa. São mais arriscados do que os fundos de renda fixa e tendem a ser mais rentáveis do que eles. Fundos multimercado são indicados para investidores moderados a arrojados ou tenham objetivos de investimento de médio e longo prazo. Isso porque as cotas de fundos multimercado oscilam mais do que os de renda fixa e geralmente têm prazo de resgate maior, que pode chegar a até 30 dias.

Fundos de ações

Os fundos de ações investem ao menos 67% de seus recursos em papéis negociados na bolsa de valores. São mais arriscados do que os fundos de renda fixa e multimercados, e têm potencial de rentabilidade maior do que ambos. São, portanto, recomendados para investidores arrojados ou que tenham objetivos de longo prazo. Isso  porque esses fundos costumam se valorizar em períodos maiores. Em prazos menores, sua cota pode sofrer grandes desvalorizações, dependendo dos acontecimentos políticos e econômicos, que costumam afetar bastante a bolsa.

2) Analise a estratégia

Entre os fundos de renda fixa, multimercado e ações, existem opções mais e menos conservadoras e que podem, portanto, ser mais ou menos rentáveis. O tipo de estratégia e classificação de cada fundo geralmente está descrita em seu próprio nome e explicada de forma mais detalhada em seu prospecto, documento que apresenta as informações mais relevantes da aplicação para o investidor.

Existem diversos tipos de categorias de fundos de ações, multimercado e renda fixa. A categoria do fundo costuma resumir estratégia. Por exemplo, fundos que investem a maior parte da carteira em ações de média e baixa capitalização na bolsa são classificados como “Ações Small Caps”. Outros que têm foco em ações de empresas de determinado segmento, como energia, podem ser classificados como “Ações Setoriais”, e assim por diante.

Um nível de classificação comum a todas as categorias é o de fundos ativos e indexados. Veja abaixo o que significam:

Fundo ativo

Um fundo ativo tem como objetivo superar um índice de referência (com o Ibovespa, por exemplo, ou o CDI). Para buscar uma rentabilidade maior, o gestor cria estratégias próprias e têm flexibilidade para mudar a carteira de ativos quando achar pertinente.

Fundo indexado

Fundos indexados não têm a mesma flexibilidade de estratégia dos fundos ativos, pois devem acompanhar a performance de um indicador, que pode ser o CDI, o Ibovespa ou algum índice de preço, por exemplo. É o caso dos fundos de  índice de ações (ETFs).

3) Verifique o retorno histórico e a gestão

Já sabemos que retorno passado não é garantia de rentabilidade futura, mas o investidor deve sempre verificar o retorno histórico do fundo, presente no anúncio do fundo na plataforma da corretora (caso não encontre, basta pedir para a instituição financeira). Esse é um dos meios mais eficazes de verificar a consistência dos resultados que são entregues pelo gestor.

O recomendado é analisar a rentabilidade do fundo ao menos nos últimos três anos, se possível na última década, e compará-la ao índice de referências para saber se ele está cumprindo o que promete.  Por exemplo, um fundo de renda fixa ativo que tenha desempenho inferior ao da taxa Selic em prazos longos pode não valer o investimento, já que os fundos de renda fixo costumam buscar superar esse índice de referência.

Não deixe de fora da sua análise também a performance do fundo em momentos de crise, e compare como ele reagiu em relação à média da categoria. É possível consultar dados por categoria no site da Anbima.

Além disso, verifique o histórico de retornos entregue pela gestora de investimentos e o gestor do fundo. A casa é renomada? É especializada? O gestor tem ampla experiência? São respostas que devem ser buscadas pelo investidor.

4) Cuidado com taxas altas

Cada fundo precisa remunerar o trabalho do seu gestor por meio da cobrança de uma taxa de administração. Contudo, esse valor, cobrado sobre o montante dos recursos aplicados por ano, varia muito entre os tipos de fundos e também as instituições financeiras.

Já entre fundos de uma mesma categoria é necessário verificar se os retornos obtidos ao longo do tempo compensam o custo. Afinal, maiores taxas devem ser pagas a gestores que façam um bom trabalho, superior ao de concorrentes e ao da média do mercado.

Com a Selic no patamar de 3% ao ano, taxas maiores do que 1,5% ao ano não são aconselháveis. Caso sejam maiores, é necessário verificar com lupa se o retorno que o fundo vem proporcionando compensa a cobrança.

De acordo com o tipo de estratégia do fundo podem existir ainda a cobrança de taxa de performance, geralmente equivalente a 20% do que superar o índice de referência do fundo.

Alguns fundos também podem cobrar taxa de saída caso o investidor queira resgatar as cotas antes do prazo mínimo de aplicação. Essa taxa muitas vezes é considerada abusiva e pode pesar bastante no bolso do investidor – é possível encontrar diversos fundos que não a cobram.

5) Analise a aplicação inicial

De nada adianta encontrar um bom fundo que não permite aplicação de valores que se enquadrem no seu orçamento. Em cada fundo a cota tem um valor, e o investidor pode optar por adquirir quantas cotas quiser.

Existem fundos que permitem aplicações a partir de R$ 100. Ou seja, o valor de cada cota é R$ 100. Contudo, fundos com bons retornos podem exigir um valor mínimo de entrada maior, como R$ 500 ou R$ 1.000. Isso significa que pode valer a pena acumular mais dinheiro antes de investir.

Em qualquer caso a compra da cota pode ser feita a qualquer momento. Mas não é comum que o investimento em fundos seja mensal, como acontece, por exemplo, com aplicações na previdência privada.

6) Verifique prazos e valores mínimos

Ao escolher um fundo é importante checar qual o prazo de carência, tempo em que as cotas do fundo não podem ser resgatadas. Isso é importante para quem deseja resgatar rapidamente o investimento no caso de uma crise econômica, por exemplo.

Os fundos também costumam exigir um valor mínimo para saque, que também deve estar no radar do investidor ao escolher o produto.

7) Fique atento à tributação

Dependendo do tipo os fundos de investimentos podem ter tributação diferente.

Fundos classificados como de longo prazo, os mais comuns no mercado e que carregam carteira de títulos com prazos maiores do que 365 dias, seguem a tabela abaixo:

  • 22,5% para aplicações de até 180 dias
  • 20% em aplicações de 181 dias a 360 dias
  • 17,5% em aplicações de 361 dias a 720 dias
  • 15% em aplicações de 721 dias ou mais

A exceção são fundos de ações, que têm alíquota de 15%, em qualquer tempo de aplicação.

8) Consulte rankings, mas não se renda a eles

A corretora XP, em parceria com escola de negócios Ibmec, divulgou os fundos que se destacaram em quatro categorias nos últimos três anos e na década. O ranking os divide por quatro categorias: ações, multimercado, renda fixa crédito privado e imobiliário. Entre os tópicos analisados, estão rendimentos consistentes ajustados ao risco do produto.

A associação de gestoras e bancos, a Anbima, divulga rankings diários com o desempenho médio por classe de fundo e tipo no dia, mês, ano e nos últimos doze meses. É um dado que pode dar uma boa noção se o seu fundo está rendendo acima ou abaixo da média.

É necessário ressaltar que, mais importante do que investir em um fundo renomado, que vem apresentando altos ganhos, é saber se ele é adequado ao seu perfil de risco e necessidade de investimento. Os rankings devem ser apenas uma forma de consulta, e não a determinante. Afinal, a rentabilidade passada de um fundo não significa que ele continuará a exibir bons resultados no futuro.

9) Priorize plataformas abertas

Acredita que seu gerente do banco irá dar a melhor sugestão para você? Saia do comodismo. Existem hoje milhares de plataformas abertas que oferecem fundos não apenas dos grandes bancos, mas das mais diversas gestoras independentes do mercado.

Mesmo os grandes bancos já têm uma plataforma aberta de produtos que pode ser consultada. Não fique com a primeira opção sugerida. Estude e analise cada alternativa.

10) Diversifique a carteira

Uma carteira de investimentos não deve ser composta apenas por fundos de um único tipo. Quanto mais recursos aplicados, maior deve ser a diversificação. Essa é uma forma eficiente de tornar sua carteira mais rentável sem, para isso, tomar muito risco e torná-la inadequada ao seu perfil de investimento.

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