Ações em tesouraria: entenda o que são e como funcionam

Por Redação Onze

ações

As ações em tesouraria representam um sinal positivo para os acionistas, que são os principais beneficiados por esse artifício contábil.

Isso se considerarmos os seus efeitos nos investimentos de longo prazo ou em situações em que o objetivo é ter renda passiva com os ativos.

Seja como for, trata-se de uma condição que qualifica a empresa perante o mercado, já que sinaliza sua disposição em gerar valor.

Quer saber o que acontece quando uma companhia utiliza esse método, além de outras informações relevantes sobre o assunto? Avance na leitura e descubra!

Ações em tesouraria: o que isso significa?

Toda companhia que negocia papéis no mercado financeiro oferece uma quantidade limitada de ações. Essa estratégia é muito coerente, já que esses ativos nada mais são do que pequenas partes da empresa que são vendidas na bolsa.

Acontece que a própria organização pode recomprar suas ações e, nesse caso, ela tem que deixá-las estocadas. Vem daí a expressão “ações em tesouraria”, usada para designar os papéis que a empresa retira do mercado para manter sob sua custódia.

Situações previstas para as ações em tesouraria

Cabe ressaltar que esse é um negócio fortemente regulamentado, como mostra o Artigo 30 da Lei 6.404/1976. Entre as regras desse tipo de operação, importa conhecer a que diz que a empresa só poderá retirar de circulação no máximo 10% das suas ações.

Além disso, esses papéis não deverão pagar dividendos nem dar direito ao voto em assembleias, como acontece respectivamente com ações preferenciais e ordinárias. Sendo assim, em que situações uma empresa recorre à recompra de ações para mantê-las em tesouraria? É o que vamos ver a seguir.

Geração de valor para acionistas

Existem diversas maneiras de uma empresa ter o seu valor de mercado aumentado. Entre elas, está a recompra de ações, considerada uma forma artificial de incremento no patrimônio.

A conta é simples: se uma companhia tem 200 ações e tira 20 do mercado, então as 180 restantes passam a valer mais, já que há uma redução na oferta. Dessa forma, ela se habilita a pagar dividendos maiores aos acionistas, o que é bom para atrair novos compradores.

Aumento de patrimônio

Pelos fundamentos contábeis, a retirada de ações do mercado leva a empresa a aumentar o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL), que consiste no lucro líquido dividido pelo patrimônio líquido.

Desse modo, a companhia com ações em tesouraria passa a apresentar registros contábeis ainda mais positivos, o que, em consequência, gera boas avaliações no mercado. Afinal, empresas lucrativas têm no RPL um importante indicador de sucesso, mesmo que isso seja obtido por meio de um artifício.

Outra maneira pela qual as ações em tesouraria permitem o aumento patrimonial é o fato de elas serem usadas como preparação para emitir novos papéis. Dessa forma, a empresa continua gerando valor para seus acionistas, ao mesmo tempo que se coloca em condições de atrair novos.

Proteção contra aquisições agressivas

Há, ainda, situações em que a recompra de papéis pode ser utilizada como uma defesa para garantir que um quadro societário se mantenha. Afinal, são donos da empresa aqueles que detêm a maior quantidade de ações ordinárias.

Digamos, nesse caso, que chegou ao conhecimento do conselho de administração que um grupo estrangeiro desconhecido está planejando uma forte investida para adquirir participação majoritária na empresa.

Para impedir que isso aconteça, a companhia recompra uma parte das ações. Recolocadas no mercado, elas garantem que nenhum outro investidor venha a ameaçar o controle do seu destino.

Por que uma empresa tem ações em tesouraria?

Como acabamos de ver, motivos não faltam para que uma empresa de capital aberto passe a ter ações em tesouraria.

Cabe ressaltar que a companhia pode recolocar essas ações no mercado, inclusive reemitindo-as por um preço maior do que pagou. No entanto, esse excedente captado não será reconhecido no Demonstrativo Regular do Exercício (DRE).

Não deixa de ser também uma estratégia especulativa, já que a recompra de ações, em curto prazo, tem o efeito de empurrar para cima os preços dos ativos. Dessa forma, o interesse dos compradores é atiçado, levando a bolsa a registrar aumento no volume de negociações, o que impacta o mercado como um todo.

Outro aspecto que vale frisar é que o preço de recompra tem que estar abaixo do valor real da ação; do contrário, a operação não seria vantajosa para a empresa.

O que as ações em tesouraria indicam ao investidor geral?

Seja como for, geralmente as ações em tesouraria são usadas como mecanismo para aumentar o valor dos papéis em circulação no mercado. Isso é bom em longo prazo, já que serve como estímulo para que os ativos sejam mantidos sob custódia a preços acima do que teriam normalmente.

Então, se você souber que uma empresa realizou a recompra das suas ações, avalie a situação com bastante atenção, porque isso pode indicar uma boa oportunidade.

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