O guia completo do Mercado Financeiro

Por Redação Onze

mercado financeiro

Compreender os conceitos do mercado financeiro dará aporte para dominar as operações e adquirir o conhecimento necessário para desenvolver uma gestão financeira eficiente. Acompanhe o guia completo.

Saiba mais: Como calcular a rentabilidade dos investimentos.

O que é o mercado financeiro

O mercado financeiro pode ser entendido como o ambiente em que ocorre a venda e compra de câmbio (dinheiro estrangeiro), valores mobiliários (títulos e ações), e mercadorias (produtos agrícolas, ouro, entre outros).

Para fins de negociação, existem diversas instituições que visam facilitar o negócio entre os agentes, monitorando e regulando as transações.

Investidores

Dentro do mercado financeiro, existe o agente que possui recursos e busca formas de multiplicá-lo. Este é o investidor. Os caminhos possíveis para investir são inúmeros e dos mais diversos, porém, todos partem de um ponto em comum: o dinheiro é aplicado de forma a valorizar e trazer frutos pré-estabelecidos em comum acordo das partes envolvidas.

Nas aplicações de renda fixa, por exemplo, o agente que investe pode projetar seus possíveis rendimentos antes mesmo de aplicar o dinheiro. Assim, ele saberá se suas finanças valorizarão de maneira prefixada (com juros definidos), pós-fixada (relacionada a um indicador) ou híbrida (quando há juros fixos, mas também há variação de um índice de preços).

No caso da renda variável, por outro lado, não existe garantia certa de retorno. A aplicação de finanças em ações de uma empresa na bolsa de valores pode render ou dar prejuízo, valorizar ou desvalorizar, dependendo dos rumos do mercado.

Instituições

Se por um lado há quem investe o dinheiro, na outra ponta existem instituições, empresas ou agentes que captam os recursos para diversos fins, como financiamento de maquinário, pagamento de dívidas, entre outros.

Dessa forma, o mercado financeiro possibilita o fluxo da economia de forma fluida.

 

Como funciona o mercado financeiro

O mercado financeiro funciona de forma a relacionar os agentes, possibilitando as negociações para investir e tomar recursos. Graças ao mercado financeiro, os agentes não precisam estabelecer contato, já que a ponte é realizada por meio de aplicações da própria instituição.

O primeiro passo para compreender o mercado financeiro é conhecer os agentes envolvidos.

Os principais agentes do mercado

Existem três agentes principais dentro do mercado financeiro. São eles:

●       Emissores de títulos

São as empresas de capital aberto, o governo e os bancos.

As empresas estão aptas à emissão de dois tipos de títulos: as ações e as debêntures. As ações são uma pequena fração de uma empresa e, por meio delas, é possível se tornar sócio de uma marca. As debêntures, por sua vez, são títulos de uma dívida da empresa que garantem ao investidor receber a quantia investida com as devidas correções estipuladas na hora da contratação.

Já o governo é o responsável por emitir títulos de dívida pública, uma ação chamada de Tesouro Direto. Com os recursos que consegue captar por meio das negociações de venda, o governo se torna capaz de investir em obras de infraestrutura, saúde e educação, mantendo, dessa forma, o bom funcionamento da máquina pública.

Os títulos de Tesouro Direto são considerados de Renda Fixa, e são os mais seguros no mercado financeiro hoje. Isso se deve à posição que o Governo ocupa, ou seja, ele nunca deixará de pagar os empréstimos que tomou, já que isso causaria um colapso em outras instituições e na economia geral.

Os bancos, por sua vez, emitem títulos de renda variável ou fixa, além de oferecerem a opção de caderneta de poupança para o recebimento de recursos. Os chamados LCI, LCA e CDBs são espécies comuns de títulos de renda fixa que apenas instituições financeiras são capazes de prover, ainda que seja possível adquiri-los por meio das corretoras de valores, além da aquisição de ações dos próprios bancos pela Bolsa de Valores.

É fundamental salientar que, ao adquirir esses títulos ou até mesmo abrir uma poupança, o investimento será emitido ao banco responsável pelo título em questão. Em decorrência disso, se a instituição vier à falência, o investidor poderá perder parte de seus recursos.

Por outro lado, valores até 250 mil reais (por CPF e por banco) contam com aporte do Fundo Garantidor, um seguro que garante maior segurança e tranquilidade às finanças dos agentes.

●       As Instituições

Dentre as instituições financeiras, a Bolsa de Valores é a principal responsável por oferecer aos emissores de títulos e investidores a possibilidade de negociar a venda e compra de moedas, papéis, contratos e mercadorias. Contudo, dentro do mercado financeiro nacional, essa troca deve ser sempre realizada com o apoio de uma corretora.

A Bolsa de Valores é responsável, ainda, pelo papel de agente de liquidação e custódia. Isso significa que ela reúne os títulos dos investidores e das empresas, recebe e repassa as finanças negociadas entre esses agentes, assegurando que as normas de emissão desses títulos sejam respeitadas e colocadas em prática.

Outro grande papel da Bolsa diz respeito à mencionada custódia. Trata-se do dever de garantir que o título estará armazenado de forma segura e no nome do investidor, e não da corretora, para que não haja riscos caso a corretora vá à falência.

As corretoras são outras instituições, menores e intermediárias, responsáveis pela distribuição das ofertas. Elas são capazes de administrar fundos de investimentos no intuito de otimizar o acesso dos clientes a mercadorias que exigem um alto valor para serem adquiridas e minimizam riscos possíveis por meio de uma boa administração e pela diversificação de papéis em seus fundos. No entanto, sua principal função é cumprir as ordens de seus clientes.

●       Compradores e vendedores de títulos

Também conhecidos como negociadores, os agentes dividem-se em dois grupos: os investidores e os vendedores. Os investidores são fundamentais para as negociações e são os agentes que garantem o funcionamento do mercado financeiro e da Bolsa. Dentre seus atributos, está a possibilidade de negociar títulos a qualquer momento, enquanto as empresas negociam quantidades limitadas e uma vez somente.

Em uma situação em que o investidor adquire ações diretamente da empresa, e na primeira oferta do mercado, há o que é chamado de Mercado Primário. Quando existe troca de proprietários nas negociações entre investidores, acontece o que se chama de Mercado Secundário. Como é de se esperar, existem bem mais operações de mercado secundário do que no primário.

 

Os tipos de investimento

Além dos emissores, empresas e negociadores, existem também os tipos de investimentos que designam títulos específicos, vantagens, riscos e remunerações variadas, atraindo os mais diversos investidores. Uma das principais preocupações diz respeito à escolha do destino de seu investimento.

Ao realizar a compra de uma ação ou outro tipo de investimento, o agente que realiza a aplicação adquire alguns direitos. Em alguns casos, os benefícios giram em torno de conseguir dinheiro por meio de um empréstimo, em outros, é possível até mesmo se tornar sócio de uma empresa.

Ainda que existam diversos tipos de investimentos, no geral, eles são classificados em dois grupos: investimentos em renda fixa ou investimentos de renda variável.

●       Renda Fixa

Dentro da categoria Renda Fixa estão os investimentos que fornecem todas as informações já no momento da contratação, ou seja, qual será a taxa de juros após correção monetária ou qual será o indexador. Em vista disso, o investidor já sabe o quanto pagará pela aplicação, mas, por outro lado, não terá conhecimento sobre o valor final dessa aplicação.

É possível afirmar que os títulos de renda fixa mais comuns são a Caderneta de Poupança, os do CDB, Tesouro Direto, Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) ou do Imobiliário (LCI).

Segue um exemplo de investimento em renda fixa. É possível investir em Títulos do Tesouro Direto, que pagam uma taxa de juros mais o IPCA, que é o índice oficial da inflação, ou aqueles que são corrigidos pela Taxa Selic. Nos dois casos, o investidor não terá consciência do valor final do título, uma vez que os indexadores variarão no período que engloba desde o momento em que o título foi comprado até o momento em que o agente receberá o valor corrigido.

Em outro cenário, o agente que compra um título pré-fixado, seja o de um certificado de Depósito Bancário (CDB) ou do Tesouro Direto de algum banco, saberá, já no momento de contratação, o quanto o valor será corrigido pela taxa fixada, podendo projetar o valor ao final da aplicação.

●       Renda Variável

Os títulos de renda variável, por outro lado, não se relacionam a nenhum indexador, nem contam com taxas de correção pré-fixada, de maneira que se torna impossível determinar o rendimento final da aplicação. Fica visível o quanto a renda variável traz riscos, porém, também oferece maiores expectativas de lucro para investidores a longo prazo.

Há, nesta categoria, ações de empresas, moedas, mercadorias (como a soja, por exemplo) e outros tipos de contratos que existem na Bolsa de Valores. Ainda que não seja possível determinar o rendimento, hoje existem análises sobre os fundamentos do título de renda variável que podem indicar possíveis bons retornos, como a análise de variáveis da empresa que está negociando as ações na Bolsa.

 

As áreas de atuação

O mercado financeiro conta com algumas áreas de atuação que podem ser divididas da seguinte forma:

●       Mercado de Crédito

O mercado de crédito é o local responsável por negociar os recursos de curto, médio e longo prazo, seja para empresas ou pessoas que buscam dinheiro para capital de consumo ou giro.

Aqui, o Banco Central é o responsável por reger e fiscalizar o mercado de crédito e, por meio do Conselho de Política Monetária, normatiza os juros básicos da economia, que incidem sobre os empréstimos.

●       Mercado de Capitais

O Mercado de Capitais diz respeito às ações, aos títulos e outros produtos relacionados a sociedades corretoras, bolsas de valores e outras instituições financeiras. Quando o investidor opta por uma LCA ou LCI de uma instituição de investimento, ele está aplicando no mercado. O mesmo acontece com quem compra um lote de ações na Bolsa de Valores, por exemplo.

●       Mercado Monetário

O mercado monetário é o local em que são feitos os empréstimos de curto prazo, ou seja, aqueles que possuem vencimentos em menos de um ano. A negociação acontece por meio de títulos do Tesouro, e as instituições financeiras (como bancos) e o Banco Central são os agentes envolvidos nesse mercado.

●       Mercado de Câmbio

O mercado de câmbio é o local responsável por realizar a troca de moedas de um país pela moeda de outra nação. Ou seja, pessoas que viajarão para outro país e precisam comprar dólar, por exemplo, devem buscar por um mercado de câmbio.

 

As principais instituições de investimentos da área

Existem diversas instituições envolvidas nos investimentos do mercado financeiro. As principais são:

Banco Central do Brasil

O Banco Central é a principal instituição por trás do controle de todas as ações do mercado financeiro. É possível realizar investimentos de maneira direta por meio do BC ou utilizá-lo como forma de assegurar a integridade das aplicações, servindo como ponte entre o seu investimento e as outras instituições.

Esta instituição conta com algumas particularidades, devendo, obrigatoriamente, garantir reservas cambiais em solo estrangeiro, além das reservas do país, e monitorar sistemas nacionais e transições, também sendo a responsável pela emissão de todo o dinheiro que circula no Brasil.

Se o mercado financeiro entra em desequilíbrio, ou se uma instituição quebra, é o Banco Central que deve prestar auxílio aos investidores e reestruturar o equilíbrio perdido.

Instituições financeiras secundárias

Existem outras instituições que também atuam no mercado financeiro, de forma complementar ao Banco Central. Contudo, elas não promovem a mesma fiscalização. São elas: corretoras financeiras, bancos, sociedades, cooperativas de crédito, entre muitas outras.

Elas são as responsáveis, de forma resumida, por colocar valores em circulação e emitir determinados documentos. As finanças movimentadas por essas instituições serão utilizadas por investidores como meio de lucrar com juros.

 

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