Como fazer o cálculo de depreciação para investir melhor?

Por Redação Onze

De acordo com o SPC Brasil, 2 em cada 10 brasileiros guardam dinheiro em casa ou na conta corrente. Mas já imaginou fazer seu dinheiro render e não apenas ser poupado? Existem maneiras mais indicadas – e rentáveis – para utilizar o seu dinheiro.

Isso porque, essa maneira de poupar pode depreciar o seu dinheiro e fazer com que você perca importantes quantias. Para saber como investir melhor, é importante estar atento à depreciação dos bens, definir metas de investimento e ficar de olho nas dicas a seguir.

O que é depreciação?

Todo bem material tem uma vida útil e sofre desgastes naturais. Dependendo do produto, ele ainda pode ficar vulnerável às mudanças do mercado sobre seu valor. Assim, a depreciação é o processo de desvalorização que um bem material passará durante um determinado período de tempo.

Veja o exemplo mais conhecido de depreciação: a desvalorização de um automóvel. É senso comum que um carro começa a perder seu valor desde que sai da concessionária, pois cada quilômetro rodado significa desgaste cada vez maior ao longo do tempo. O veículo também sofre com a depreciação por obsolescência, já que a cada ano um novo modelo é desenvolvido pela fábrica, o que aumenta a taxa de depreciação.

Em termos contábeis, é importante ter este conceito em vista para controlar os ativos financeiros, pois indica quanto do valor do ativo foi utilizado. Além disso, compreender e entender esse conceito é importante para fins tributários, mesmo fora de um fluxo de caixa real, pois é possível deduzir o custo dos ativos tangíveis adquiridos como despesas de negócio, desde que sigam as regras de depreciação da Receita Federal, como veremos abaixo.

Quando se fala em investimento, é importante ter ciência sobre o produto a adquirir, sua relevância e vida útil. Por exemplo, enquanto um imóvel apresenta 4% de taxa anual de depreciação e tem vida útil de 25 anos, computadores e veículos chegam a 20% de depreciação anual e em 5 anos podem ficar obsoletos.

É preciso ainda comparar tudo isso ao tempo em que este bem será utilizado, à lucratividade que o equipamento ou produto poderá reverter à empresa nesse período e, aí sim, calcular o que seria mais vantajoso no momento. A depreciação é passível de deduções no Imposto de Renda, sendo um item importante nos relatórios contábeis de um negócio.

Como a depreciação de um ativo é calculada?

De modo mais simples, a depreciação de um bem é estimada com base em seu desgaste e obsolescência, considerando seu custo original, o seu valor residual e seu tempo de vida útil.

Ou seja, o custo de aquisição (somado ao custo de transporte e instalação do produto, dependendo do caso); menos o valor residual, que seria o valor estimado de revenda; dividido pelos meses de vida útil.

Veja o exemplo abaixo:

Custo de Aquisição (Custo de Transporte + Instalação do Produto) – Valor Residual

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Meses de Vida útil

Este método, conhecido como Depreciação Linear, é o método mais utilizado pelas empresas, por ser aceito para apuração do Imposto de Renda (IR), pela Receita Federal.

A Receita considera o cálculo de depreciação pois quanto maior a depreciação, menos imposto de renda a empresa irá pagar. Isto porque a depreciação é considerada despesa, pois assim como qualquer outra, reduz o lucro antes do imposto de renda.

Além disso, esse cálculo é importante tanto para obter o valor de um bem, como para levantamento de lucro no período de utilização do mesmo, além de considerar seu ativo para balanço patrimonial.

Desta forma, ao invés de considerar o  investimento do bem como despesa no ano corrente, a empresa evita reduzir artificialmente o lucro do ano em que fez a compra, prevenindo futuras erros na estimativa do lucro real dos anos seguintes, levando em conta o tempo total em que o ativo será utilizado, .

A partir desta conta, é possível também que a empresa estime valores de reserva mensais para a aquisição de um novo bem. Lembrando que estes cálculos, claro, servem apenas para bens depreciáveis, já que existem os bens não-depreciáveis, como veremos a seguir.

Existem bens não-depreciáveis?

De acordo com a Receita Federal, há também bens que não são depreciáveis, o que não significa que não apresentem riscos. São eles:

  • Terrenos (exceto reformas e construções)
  • Imóveis nunca utilizados para rendimentos da empresa ou com potencial de revenda
  • Bens registrados com quotas de exaustão, como jazidas, florestas, reservas de petróleo
  • Bens que raramente perdem valor com o tempo, como coleções de jóias e de arte
  • Bens sem condições de produzir ou que não estiverem funcionando;
  • Bens adquiridos no exterior por empresa instalada em Zona de Processamento de Exportação (ZPE).

Dessa forma podemos concluir que saber utilizar o cálculo de depreciação de bens ajuda estrategicamente o negócio e aumentar o lucro da empresa, já que a depreciação irá ajudar um gestor a escolher a mesma forma de investir, além de determinar a melhor destinação para cada ativo de seu negócio, agregando maior valor à companhia e aos seus investimentos.

Seguindo esta lógica, em linhas gerais é possível considerar que a compra de um equipamento cuja depreciação total anual de vida útil tenha um resultado menor do que sua lucratividade seja uma aquisição positiva para uma empresa, por exemplo.

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