Por que o capital humano é o bem mais valioso de uma empresa
O capital humano é foco de pesquisas há décadas, mas ganha ainda mais relevância na atual era do conhecimento. Isso porque é cada vez mais visto como um patrimônio imaterial que pode definir a sustentabilidade de um negócio ao longo do tempo.
Em um cenário com mais tecnologia, concorrência e clientes exigentes, o potencial que a empresa tem disponível em educação, habilidade, experiência e atitude dos funcionários é mais importante. Isso porque são os colaboradores que impulsionam a inovação e adaptação da empresa a um cenário em constante movimento, especialmente em uma estrutura hierárquica mais plana, aberta a sugestões de todos.
Por isso há cada vez mais vontade em satisfazer e mensurar o conceito, que não está expresso em balanços financeiros, mas pode melhorar os resultados da organização sensivelmente. Em tempos de crise econômica, cortar funcionários apenas por questões de custo deve ser repensado pelos gestores, pois a perda pode ser maior do que se imagina.
Quer entender melhor o conceito de capital humano e saber como aprimorar habilidades e valorizar o bem-estar dos funcionários pode trazer benefícios para a empresa? Leia neste post.
O que é o capital humano?
Um profissional que tenha habilidades, conhecimento e personalidade que sejam importantes para o desempenho de suas funções na empresa e para a produção de valor econômico pode ser considerado um capital humano de sua organização.
A ideia central do capital humano é que cada trabalhador, do mais ao menos graduado, é importante para a empresa. Afinal, todos colaboram para o bom andamento dos negócios e para a criação de uma cultura empresarial.
Além do capital humano, uma organização tem outros dois tipos de capitais:
- Capital estrutural: conjunto de processos, marcas e patentes de uma empresa
- Capital intelectual: abrange o capital humano e o capital estrutural. Ou seja, agrega capacidades humanas e técnicas da organização.
Quando surgiu o conceito?
O conceito de capital humano surgiu a partir de estudos do economista Theodore Schultz, feitos em 1950. Schultz ganhou o Prêmio Nobel em 1979 e, na conclusão de suas pesquisas, relacionou o nível de satisfação dos trabalhadores com o quanto a empresa se preocupava com o seu bem-estar. O pensador observou que o investimento em pessoas, especialmente em quesitos como saúde e educação, era uma das razões para o crescimento econômico da época.
Posteriormente, o conceito foi desenvolvido por Gary Becker, da Escola de Chicago de economia. Para ele, o ser humano seria como um meio de produção. Isso significa que investimentos adicionais nos colaboradores geram retornos adicionais, assim como aconteceria com a manutenção de uma máquina que não está em plena funcionalidade.
Atualmente, segundo pesquisa da Deloitte sobre tendências do capital humano, cresce o conceito de empresa social, que tem a humanização dos colaboradores como base. Esse tipo de organização vai além de praticar ações de responsabilidade social ou definir missões. Segundo os 10 mil executivos entrevistados em 119 países, “significa reconhecer que a geração de lucros tem valor, mas que também devem considerar a satisfação dos colaboradores, clientes e comunidades onde se inserem”.
Qual é a importância do capital humano?
A empresa que satisfaz os anseios do seu capital humano, além de produzir maior valor econômico, consegue reter os colaboradores por mais tempo, reduzindo o índice de turnover. Dessa forma, os custos adicionais em cuidados com o bem-estar dos funcionários são compensados pela redução de gastos com demissões e treinamentos, no caso de admissões.
Essa política também é uma importante fonte de atração de talentos, que tem sido cada vez mais desafiadora em um cenário competitivo no mundo dos negócios. Gerações de profissionais mais jovens estão menos dispostas a aceitar um ambiente desumanizado apenas por conta de um bom salário.
Por isso o papel do setor de recursos humanos é essencial na manutenção do capital humano. As principais políticas adotadas por grandes empresas do mundo são:
Plano de carreira
O plano de carreira traça um caminho para ascensão de cada funcionário nos quadros da empresa. Ou seja, é um guia personalizado que visa sinalizar avanços na carreira à medida que o colaborador atinge expectativas e metas definidas. Geralmente o avanço vem por meio de uma mudança de cargo e reajuste salarial.
O plano de carreira serve tanto para a motivação do funcionário como para a empresa ter uma ideia do que tem de capital humano, e monitorar de forma mais organizada essa evolução.
Capacitação
Uma iniciativa importante é oferecer ferramentas que ajudem na atualização de habilidades dos funcionários, como palestras e cursos. Há diferentes formas de oferecer treinamentos: podem ser usadas plataformas de ensino à distância e também processos de mentoria e coaching, por exemplo.
Segundo uma série de artigos sobre o futuro do trabalho, feita pela consultoria empresarial Deloitte, o mercado terá diversas tecnologias com base em dados nos próximos anos. Por conta disso, exigirá habilidades humanas em segmentos como resolução de problemas, comunicação, escuta e interpretação. O trabalho dos colaboradores tende a se tornar mais analítico. Por conta disso, pode ser interessante para a empresa oferecer cursos focados nessas habilidades e também em técnicas de design thinking. A técnica, que consiste em organizar o processo criativo e encontrar soluções para problemas da companhia, pode ajudar a mapear novas habilidades em áreas que podem ser disruptivas ao negócio.
Além de melhorar a rotina de trabalho, essas iniciativas podem ajudar a entender melhor a cultura da organização e dar dicas de como construir uma boa relação com colegas de trabalho, clientes e fornecedores, inclusive incentivando a formação de líderes.
Um benefício claro para a empresa é que os erros na execução de tarefas ficam menores e os funcionários ficam mais produtivos.
Salário e bonificação
Ter uma boa política salarial, acima da média do mercado, e oferecer bonificações pelos resultados conquistados é uma forma de investir no capital humano da empresa.
Extra salarial, a política de remuneração variável geralmente corresponde a um porcentual da renda anual.Ela pode ser tanto restrita aos líderes da empresa como disponível para todos os funcionários e costuma ser paga ao final de cada ano, no fechamento do balanço financeiro da empresa.
Ao atingir metas e obter recompensas financeiras o funcionário se sente valorizado e encara a iniciativa como uma demonstração de confiança em seu trabalho. É uma forma eficaz de engajar funcionários.
Incentivo à autonomia
Para que o investimento no capital humano faça sentido, de nada adianta oferecer diversos benefícios, mas engessar a atuação de cada colaborador na empresa. Empresas repletas de burocracia e processos, além de hierarquizadas, correm o risco de represar o valor econômico que poderiam gerar.
Deixar os funcionários livres para atuar e propor processos novos é uma maneira eficiente de estimular a inovação. Dessa forma, eles ganham confiança para desenvolver habilidades, se sentem engajados e apoiam mais ativamente o negócio.
Desenvolvimento da liderança
Para incentivar funcionários e formar um bom ambiente de trabalho uma peça essencial são bons líderes. A liderança que se preocupa com o bem estar dos funcionários deve inspirar e, principalmente, passar confiança aos colaboradores.
Uma forma eficaz de fazer isso é incentivar que os líderes coloquem a “mão na massa”, e dêem exemplos, além de dar atenção à sua equipe e suporte quando necessário. Outras características de líderes modernos devem ser desafiar o funcionário de modo saudável, incentivar o trabalho em equipe e elogiar o trabalho dos colaboradores quando for pertinente.
Benefícios que produzam bem-estar
São oferecidos hoje no mercado benefícios que colaboram para o bem-estar do funcionário. Entre eles estão:
– Horário flexível e a possibilidade de home office semanal, que permite a ele passar mais tempo com a família, por exemplo
– Planos de saúde e programas de incentivo à prática de exercícios físicos, que permitem ter maior qualidade de vida
– Planos de previdência privada e programas de educação financeira, que promovem o empoderamento dos funcionários em relação ao bem-estar financeiro e contribuem para o aumento da produtividade.
Diferente do que se pode imaginar esses benefícios não representam necessariamente custos adicionais para as empresas.
No caso de home office ocasional, é possível diminuir custos fixos com água e luz e ainda aumentar a produtividade do funcionário. Já seguradoras que oferecem planos de previdência privada não cobram taxa de empresas que os oferecem a funcionários. O empregador só paga pelo benefício caso queira contribuir para o plano em conjunto com o funcionário, no chamado vesting, e ainda assim é possível obter benefícios fiscais sobre a folha de pagamento que diminuem esses custos.
Como a Onze Investimentos pode te ajudar
A Onze Investimentos é uma gestora independente regulada pela CVM e a Anbima que oferece planos de previdência para médias e grandes empresas.
Um de seus diferenciais é oferecer uma plataforma digital na qual tanto o setor de RH da empresa como os colaboradores que fazem a adesão ao plano acompanham todas as movimentações do plano, de maneira intuitiva e sem burocracias.
Além de planos de previdência privada para cada perfil de risco (conservador, moderado e agressivo), a gestora oferece um serviço de diagnóstico de saúde financeira dos colaboradores, com check ups regulares e serviços de planejamento financeiro personalizados.