CDB ou Tesouro Direto?
No geral, o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e o Tesouro Direto possuem rendimentos muito semelhantes. Entretanto, cada uma dessas opções de aplicação em renda fixa tem algumas vantagens sutis, que podem fazer a diferença na hora de planejar um bom portfólio.
O que são CDB e Tesouro Direto?
Em resumo, CDBs são certificados de depósito emitido por bancos e instituições financeiras, enquanto o Tesouro Direto apenas negocia títulos emitidos pelo próprio Tesouro Nacional.
O Tesouro Direto é um programa modernizado do Tesouro Nacional Brasileiro, que oferece títulos públicos federais para aplicação de capital por pessoas físicas e pequenos investidores, mediante o uso de uma plataforma digital.
O Tesouro Direto oferece em geral opções de rentabilidade bastante superiores às de outros investimentos conservadores, como a caderneta de poupança. Além disso, por se tratar de um título público de emissão federal, tem imensa garantia e segurança.
Já o CDB é um título usado por bancos para a captação de recursos. O dinheiro que você deposita no CDB é reutilizado por bancos para empréstimos e financiamentos. Em troca do capital que você disponibiliza, o banco lhe proporciona um juro pré-determinado, ou seja, trata-se de uma aplicação de renda fixa.
Por que são boas opções?
Os dois possuem rendimentos semelhantes. A maioria dos CDBs possui rendimento atrelado à taxa de DI, que por sua vez acompanha de perto a Taxa Selic. Os títulos do Tesouro Direto podem ter juros pré-fixados ou também estar atrelados a índices como a própria Selic ou mesmo índices de inflação, como o IGPM e o IPCA.
Os CDBs, em termos de ganhos, podem apresentar alguma vantagem. Certificados negociados por algumas corretoras chegam a pagar rendimento próximo de 120% da Taxa de DI, o que supera consideravelmente a evolução da Selic.
Por outro lado, o Tesouro Direto ainda é mais seguro, já que está garantido em sua totalidade pelo próprio Tesouro Nacional. CDBs possuem cobertura do Fundo Garantidor, o FGC, mas até o teto de R$ 250 mil por CPF e Emissor.
Entretanto, se considerarmos grande parte dos investidores de pequeno e médio porte em renda fixa, esse valor faz com que as vantagens relacionadas à segurança simplesmente sejam equivalentes.
Exemplos de rentabilidade
A maioria dos CDBs possui prazos curtos ou médios de resgate. Geralmente o grande volume de negociações ocorrem com certificados cujos prazos de resgate estão num horizonte de 6 meses a 2 anos de aplicação.
Por outro lado, o Tesouro Direto possui opções para aplicação mais alongadas. Isso faz com que seja uma melhor opção em termos de constituição de poupanças ou complementos para aposentadoria e previdência.
Títulos em 2017 negociados no Tesouro Direto possuem opções de vencimento que variam do início de 2018 até o ano de 2050. A grande maioria deles, contudo, possui vencimento entre 2021 e 2035.
Em prazos menores, CDBs pagam até 120% da Taxa de DI, o que pode superar 9% anuais na atual conjuntura. Entretanto, possuem maior liquidez no caso de resgate antecipado, salvo algumas exceções e muitas vezes exigem menores gastos em taxas de administração e afins. Há, contudo, a opção de se investir no Tesouro Selic, com liquidez diária esse título rende a taxa Selic e pode ser adquirido a qualquer momento.
Para investir em qualquer uma das opções, Tesouro Direto ou CDB, é preciso possuir cadastro em uma instituição financeira. Entretanto, muitas corretoras eximem clientes de uma série de cobranças administrativas e cadastrais, enquantos os custos administrativos no Tesouro Direto são, de certo modo, constantes e invariáveis.
Avaliações da consultoria e da publicação Euromoney mostram que, em aplicações de cerca de 1080 dias, ou praticamente três anos, o rendimento bruto tanto para títulos do Tesouro quanto para CDBs, LCIs e LCAs tende a superar em 40% ou 50% o rendimento acumulado da poupança. Em termos líquidos, isso significa uma vantagem de pelo menos 30%.
Em outras palavras, se ao investir R$ 10 mil na poupança o investidor acumulasse R$ 12 mil após três anos, ele poderia ter pelo menos R$ 12,6 mil no mesmo período ao investir em outros títulos, mesmo deduzidos impostos e custos administrativos.
Mas três anos pode ser muito tempo para algumas pessoas. Nesse sentido, os rendimentos do CDB pré-fixado tendem a ser melhores. Especialmente em uma época de Selic em baixa, bancos de varejo restringem capital para empréstimos. O grosso dos “novos empréstimos” acaba ocorrendo por iniciativa de financeiras menores, que oferecem CDBs com maior rendimento, visando a rápida captação de recursos. Algumas corretoras e instituições associadas a empresas de crédito pessoal, por exemplo, oferecem hoje CDBs que pagam 118% ou 119% da Taxa de DI com relativa facilidade.