Comparação de fundos: como escolher para o seu portfólio

Por Redação Onze

Fazer a comparação de fundos de investimento é uma tarefa essencial para quem deseja entregar a gestão do seu patrimônio aos melhores analistas do mercado financeiro.

De acordo com dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) de abril de 2020, a indústria de fundos conta com mais de 20 mil fundos de investimento, divididos em cinco grandes tipos.

  • Fundos de renda fixa
  • Fundos de previdência
  • Fundos de ações
  • Fundos multimercados
  • Fundos cambiais.

Juntos, esses fundos reúnem um montante superior a R$ 5 trilhões, o que mostra que o brasileiro tem o hábito de confiar a gestão dos seus investimentos para profissionais especializados no assunto.

Diante desta profusão de fundos, como encontrar o ideal para você? A boa notícia é que essa tarefa é mais fácil do que parece. Neste artigo, você vai entender como fazer a comparação de fundos na prática. Elencamos todos os critérios que você precisa considerar para não errar.

Por que comparar fundos de investimento

A comparação de fundos é essencial para quem deseja dar o destino correto para o próprio dinheiro, com a segurança de que está tomando a melhor decisão possível.

Da mesma forma que você compara escolas para matricular o seu filho, compara notebooks para encontrar o modelo de melhor custo-benefício e compara maçãs na fruteira, também precisa comparar os fundos de investimento para descobrir aquele que é mais indicado para o seu perfil.

Diversidade de estratégias

Como vimos, os fundos de investimento podem possuir estratégias muito diferentes, de acordo com a classe de ativos nas quais investem. Mesmo entre os fundos de mesmo grupo, a estratégia pode variar bastante, impactando os riscos e a rentabilidade. Com mais de 20 mil produtos à disposição do investidor, não resta outra alternativa: é preciso comparar.

Encontrar o mais adequado ao seu perfil

Ao comparar os fundos de investimento, você consegue selecionar aquele ou aqueles que fazem mais sentido para o seu portfólio, com base no seu perfil de investidor e nos seus objetivos de curto, médio e longo prazo. Se você procura estabilidade e segurança, por exemplo, não faz sentido investir em fundos de ações.

Acertar na diversificação

Os fundos de investimento não são excludentes. É perfeitamente possível montar uma carteira com diversos fundos, se isso fizer sentido para a sua estratégia.

De fato, a diversificação é recomenda para quem deseja proteger seu patrimônio contra oscilações específicas de algumas classes de ativos. Investindo em diferentes fundos, você consegue conciliar uma exposição à previdência privada, renda fixa, ações, mercado imobiliário, dólar e ouro, por exemplo. Tudo vai depender dos seus objetivos e da estratégia do seu portfólio.

Evitar arrependimentos

Ao fazer a comparação de fundos, você tem certeza de que tomou a melhor decisão e evita arrependimentos futuros, que podem acabar custando caro, principalmente se você escolher fundos de investimentos com mais exposição ao risco do que você realmente deseja.

Tipos de fundos para comparação

A seguir, elencamos, de forma resumida, os principais tipos de fundos para você comparar:

Fundos de renda fixa

Os fundos de renda fixa são os mais tradicionais do Brasil. Segundo a Anbima, há 2.624 fundos desse tipo no país, com patrimônio líquido superior a R$ 2 trilhões.

Tributação

A tributação dos fundos de renda fixa varia de acordo com o prazo de investimento. A alíquota do Imposto de Renda é de 15% para resgates após 720 dias, mas pode chegar a 22,5% caso o resgate ocorra antes de 180 dias. O IOF é cobrado apenas para resgates dentro de 30 dias, e oscila entre 96% e 0% dos lucros.

Ativos

Investem em ativos de renda fixa, como títulos públicos do Tesouro Direto, debêntures, CDB LCI, LCA.

Rentabilidade

A rentabilidade dos fundos de renda fixa costuma se aproximar bastante do CDI, cujo valor depende da taxa básica de juros da economia, a Selic. Em geral, o CDI é o benchmark dos fundos.

Ideal para conservadores

Os fundos de renda fixa são ideais para quem tem perfil de investimento conservador e não suporta a ideia de perder dinheiro com investimentos. Eles também são indicados para aquele percentual do seu patrimônio que você deseja deixar livre de risco.

Fundos de ações

Com R$ 393 bilhões sob gestão, os 2.585 fundos de ações do Brasil investem, basicamente, no mercado acionário. Para Guilherme Benchimol, CEO da XP Investimentos, esses fundos são a melhor opção para o longo prazo.

“Boa parte do meu patrimônio está em FUNDOS DE AÇÕES que investem, a longo prazo, em boas companhias brasileiras. Historicamente, não conheço nada mais rentável”, escreveu Benchimol em um post no LinkedIn em maio de 2020.

Tributação

Para os fundos de ações, o Imposto de Renda cobrado é de 15% sobre lucro que você obter ao vender as cotas dos fundos, independentemente do período de aplicação. Os fundos de ações não possuem come-cotas.

Ativos

Os fundos de ações devem investir a maior parte do patrimônio dos cotistas em ações da bolsa de valores. Alguns fundos têm autorização para investir em BDRs e também em juros, índices e moedas.

Rentabilidade

Por correrem mais risco, os fundos de ações tendem a alcançar uma rentabilidade superior à dos fundos de renda fixa em janelas mais longas, de dez ou mais anos. No curto prazo, porém, muitos deles podem registrar prejuízo. Em geral, o benchmark é o Ibovespa.

Ideal para investidores arrojados

Os fundos de ações são ideais para investidores arrojados, que entendem os riscos e estão dispostos a correr esses riscos em nome de uma rentabilidade maior no futuro.

Fundos multimercados

Embora não sejam os fundos com o maior patrimônio sob gestão, os fundos imobiliários são maioria no mercado financeiro brasileiro: há 9.903 fundos multimercados, de acordo com a Anbima, com R$ 1,1 trilhão sob gestão.

Tributação

A tributação dos fundos multimercados é semelhante aos fundos de renda fixa. O IOF é cobrado apenas sobre a rentabilidade de resgates que ocorrem antes de 30 dias de aplicação, e a alíquota vai de 96% a 0%. Já o Imposto de Renda depende do prazo de aplicação. A alíquota oscila entre 22,5% dos lucros, até 180 dias, e 15%, a partir de 720 dias.

Ativos

Os fundos multimercados são os mais flexíveis do mercado financeiro, porque podem investir em basicamente todos os ativos, misturando renda fixa, ações, câmbio e investimentos no exterior. Tudo depende da estratégia dos gestores e da leitura do momento.

Rentabilidade

A rentabilidade dos fundos multimercados varia de acordo com o nível de risco que eles correm e a sua capacidade de gestão. O benchmark costuma ser o CDI, ou uma combinação do IPCA e uma taxa fixa.

Ideal para investidores de perfil moderado

Os fundos multimercados são indicados para investidores de perfil moderado, que já possuem alguma maturidade no mercado financeiro e confiam na capacidade de gestão dos gestores. São boas opções para diversificação do patrimônio.

Fundos cambiais

Segundo a Anbima, há 58 fundos cambiais no Brasil, com R$ 6 bilhões sob gestão. Esses fundos podem negociar apenas moedas.

Tributação

A tributação dos fundos cambiais é igual à dos fundos de renda fixa: vai de 22,5% sobre o lucro em resgates antes de 180 dias até 15% para aplicações que superem 720 dias

Ativos

Fundos cambiais só podem investir em moedas ou ativos lastreados em moedas, como derivativos e mercado futuro. A principal moeda negociada é o dólar.

Rentabilidade

Os fundos cambiais não possuem uma meta de rentabilidade – ela fica atrelada às moedas. O objetivo não é lucrar ou ter prejuízo, apenas acompanhar as moedas de referência.

Ideal para proteção da carteira

Os fundos cambiais costumam ser procurados por quem deseja proteger parte do patrimônio contra a desvalorização do real. Ao dolarizar parte do seu dinheiro, você se protege contra isso.

Fundos de previdência

De acordo com dados da Anbima, os fundos de previdência fazem a gestão de R$ 920 bilhões no Brasil. São 2.174 fundos desse tipo à disposição dos investidores.

Tributação

A tributação dos fundos de previdência é complexa, porque esses fundos possuem regras muito específicas e exclusivas. Em geral, no entanto, é possível afirmar que os fundos de previdência oferecem benefícios tributários para quem investe a longo prazo. Há duas tabelas de tributação: progressiva e regressiva.

Na progressiva, a alíquota cobrada cresce conforme o valor aplicado, indo de zero a 27,5%, seguindo as mesmas regras do Imposto de Renda dos assalariados. Na regressiva, a alíquota começa em 35% para aplicações com prazo inferior a dois anos e vão até 10%, quando o prazo superar 10 anos. Essa alíquota de 10% é a menor entre os investimentos que cobram Imposto de Renda no Brasil.

Além disso, vale ficar atento às regras do PGBL e do VGBL, os dois tipos de previdência privada no país. O PGBL oferece um benefício fiscal extra, porque permite abater até 12% da renda tributável anual em aportes na previdência para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda. Por outro lado, a tributação ocorre sobre o valor total aplicado. Já o VGBL não tem esse benefício, mas o imposto é cobrado apenas sobre os rendimentos da aplicação, e não sobre o valor total.

Ativos

Embora os ativos de renda fixa sejam os mais comuns em fundos de previdência, a legislação permite a exposição desses fundos ao mercado de ações. A estratégia vai depender do perfil de cada gestor.

Rentabilidade

A rentabilidade dos fundos de previdência costuma ser próxima ao CDI, no caso dos fundos que priorizam a renda fixa. Mas essa não é uma regra. Aqui, os retornos dependem da estratégia de cada fundo.

Ideal para quem deseja acumular patrimônio

Os fundos de previdência oferecem benefícios tributários para quem tem mentalidade de longo prazo e busca acumular patrimônio e poupar dinheiro por meio de aportes regulares. Por isso, esses fundos são indicados para o longo prazo, para quem está interessado em montar uma previdência para o futuro.

Fundos imobiliários

Os fundos imobiliários, também conhecidos pela sigla FIIs, gerem aproximadamente R$ 132 bilhões no Brasil. Há 473 fundos desse tipo no mercado.

Tributação

Os rendimentos dos FIIs são isentos de tributação, mas, ao negociar as cotas dos FIIs, você precisa pagar 20% sobre os lucros em Imposto de Renda.

Ativos

Os FIIs investem no setor imobiliário, comprando, vendendo e alugando imóveis, para proporcionar um retorno recorrente aos cotistas por meio dos aluguéis. Também há FIIs que investem em outros fundos imobiliários e em títulos do setor imobiliário, como LCI.

Rentabilidade

A rentabilidade dos FIIs varia muito, porque suas cotas são negociadas na bolsa de valores, no mercado de renda variável. O principal indicador do setor, que serve como benchmark, é o IFIX.

Ideal para diversificação de patrimônio e renda passiva

Os FIIs são ideais para quem deseja obter uma renda passiva, porque eles fazem a gestão e a operação de imóveis, sem que o investidor precise se preocupar com essa burocracia, mas consiga aproveitar os aluguéis. Como as cotas são negociadas na bolsa, eles são recomendados para investidores de perfil arrojado.

ETFs

Os ETFs são fundos de índices, que possuem uma carteira teórica criada com o objetivo de seguir o índice de referência. Há 22 ETFs no Brasil, com R$ 27 bilhões sob gestão.

Tributação

A tributação dos ETFs depende do tipo de ativos que compõem o fundo. ETFs de renda variável são tributados em 15%, assim como os fundos de ações. Já os ETFs de renda fixa dependem do prazo, podendo variar entre 25% e 15%. Neste caso, vale a pena analisar as características de cada ETF isoladamente.

Ativos

Os ativos aos quais os ETFs se expõem dependem do tipo de ETF e do mercado no qual estão inseridos. Há opções de todos os tipos. São fundos de gestão passiva, em que o objetivo não é “vencer o mercado”, mas replicá-lo.

Rentabilidade

O objetivo de qualquer ETF é replicar a rentabilidade do seu índice de referência. Por isso, a rentabilidade do ETF vai depender da rentabilidade do índice.

Ideal para diversificação e redução de custos

ETFs são boas opções para quem busca diversificação de patrimônio, já que, por meio de um único investimento, é possível se expor a diversos ativos. Além disso, a gestão passiva reduz custos de administração, o que faz diferença no longo prazo.

O que analisar na comparação de fundos

Agora que você já sabe quais são os principais tipos de fundos à disposição do investidor, deve ter ficado com uma boa ideia de quais classes de fundos fazem mais sentido para os seus objetivos.

Portanto, chegou o momento de entender efetivamente como funciona a comparação de fundos. Mas, antes de avançar, vale lembrar que você deve comparar apenas fundos de mesmo tipo ao avaliar critérios como riscos, volatilidade e rentabilidade. Não faz sentido comparar o rendimento de um fundo de ações, por exemplo, com um fundo de renda fixa.

Dados básicos

A primeira etapa é comparar os dados básicos dos fundos nos quais você tem interesse, porque as informações preliminares já vão reduzir o número de fundos no seu escopo.

Observe dados como investimento inicial mínimo, aporte mínimo e prazo de resgate. Dependendo do montante que você deseja investir, alguns fundos podem ser inviáveis para você.

Estratégia

Em seguida, é hora de comparar as diferenças nas estratégias dos fundos. Mesmo fundos que teoricamente pertencem à mesma classe podem ter estratégias distintas.

O fundo Alaska Black FIC FIA – BDR Nível I, por exemplo, pode investir nos mercados de juros, moedas e índices, enquanto o Fundo Alaska Black Institucional FIA só pode investir em ações.

Embora ambos sejam fundos de ações da mesma gestora, as estratégias de gestão possuem diferenças – o que impacta a rentabilidade e volatilidade. Além disso, há diversas maneiras diferentes de explorar uma mesma classe de ativos. Cabe a você descobrir qual é a de cada fundo.

Riscos

Em seguida, você precisa analisar os riscos que os fundos estão correndo. Fundos de investimento que operam de forma alavancada e utilizam derivativos tendem a ser muito mais arriscados do que outros fundos de investimento, que não se alavancam. Neste momento, é preciso entender que uma maior exposição a risco deve ser compensada por uma maior rentabilidade.

Volatilidade

A volatilidade é um indicador que mostra quanto a cota de um fundo (ou o preço de um ativo) oscilou ao longo do tempo. Ela pode ser utilizada como um indicativo de risco, porque, quanto maior a oscilação, maior tende a ser o risco.

Investidores conservadores tendem a preferir fundos de menor volatilidade, enquanto os arrojados podem escolher os fundos mais voláteis. Mas não esqueça de analisar a volatilidade em conjunto com outros fatores, como a rentabilidade.

Rentabilidade

Em geral, a rentabilidade costuma ser a primeira coisa que o investidor compara ao analisar fundos. E faz sentido que seja assim, porque a rentabilidade mostra quanto seu dinheiro rendeu na prática, já livre de impostos e outros custos.

Vale a pena analisar a rentabilidade histórica em conjunto com a volatilidade, porque um fundo que entrega uma rentabilidade igual ou maior à de outro fundo, com menos volatilidade, pode ser considerado um destino melhor para o seu dinheiro. Afinal, isso significa que ele conseguiu um bom retorno correndo menos riscos.

Índice de Sharpe

O Índice de Sharpe é um indicador que facilita a sua análise da rentabilidade e do risco, porque mostra a relação entre risco e retorno dos investimentos. Quando o Índice de Sharpe é positivo, significa que o risco que o fundo correu foi compensado pela rentabilidade. Quando ele é negativo, ele mostra que você teria ganho mais ao deixar o dinheiro em um ativo livre de risco, como os títulos do Tesouro Direto.

Custos

Você também precisa analisar os custos de cada fundo e compará-los entre si. Em geral, os principais custos se resumem à taxa de administração e taxa de performance. Mas também há fundos que cobram uma taxa de carregamento, como fundos de previdência. Ao analisar os custos, você também precisa observar a tributação dos fundos de investimento. Neste caso, os fundos de previdência podem sair em vantagem, porque possuem benefícios tributários, principalmente no longo prazo.

Número de cotistas

O último fator que você precisa analisar ao fazer a comparação de fundos é o número de cotistas. Esse número não será definitivo para você tomar qualquer decisão de investimento, mas vale a pena entender de que forma o número de cotistas oscilou ao longo do tempo e se os cotistas estão satisfeitos com a gestão do próprio patrimônio.

Formas de comparação de fundos

Agora que você já sabe o que considerar na comparação de fundos, vamos listar algumas ferramentas úteis para você encontrar as respostas que precisa.

Ferramentas online

Há diversas ferramentas na internet para quem deseja se aprofundar na análise de fundos. Uma das principais é a ferramenta de performance de fundos previdenciários elaborada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Por meio dela, é possível comparar a rentabilidade histórica entre os fundos.

Outra ferramenta online que permite essa comparação é a do site Mais Retorno, que se dedica a analisar fundos de investimento. Infomoney, Magnetis, Verios e outras corretoras de valores também possuem ferramentas semelhantes para analisar a performance e as características dos fundos. Pesquisando, você vai encontrar a ferramenta mais adequada para os seus objetivos.

Regulamentos

Ler os regulamentos, as lâminas e as cartas dos fundos também é uma ferramenta para compará-los, embora isso seja mais cansativo e trabalhoso para o investidor. Essa análise é a ideal para conhecer o pensamento dos gestores em detalhes.

Casas de análise

Existem várias casas de análise que se dedicam a comparar fundos de investimento, como a Spiti e a Nord Research. Os profissionais especializados na indústria de fundos entregam recomendações de investimento para os investidores, de acordo com o perfil de risco e a classe do fundo.

Foco no longo prazo na comparação de fundos

Seja qual for o tipo de fundo que você esteja analisando, o foco da análise deve considerar o horizonte de longo prazo.

No mercado financeiro, mais do que saber onde investir, é preciso de paciência para obter resultados e perceber os efeitos dos juros compostos na acumulação de patrimônio.

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