Conheça os títulos para securitização
Os recursos são essenciais para toda empresa. No entanto, a captação de fundos ainda é uma dificuldade para boa parte dos empresários. Mas, a boa notícia é que existe uma alternativa para que as companhias possam obter dinheiro em um curto prazo: a securitização.
No geral, ela ocorre quando transformam-se os créditos, sejam empréstimos, financiamentos ou parcelamentos, em valores para títulos e valores mobiliários que podem ser adquiridos e negociados por investidores.
Confira o artigo e descubra como a securitização funciona e se vale a pena investir nesse processo.
O que é securitização?
O termo securitização vem do processo de colocar ativos financeiros em vários grupos, como faturas emitidas e ainda não pagas, dívidas referentes a empréstimos, duplicatas, cheques e notas promissórias. Dessa forma, tornam-se um único ativo padronizado e negociável. E a palavra sugere justamente que esse processo seja feito de forma segura.
Esse agrupamento de diferentes ativos financeiros ocorre em títulos que não teriam uma grande atratividade ao mercado se estivessem sozinhos. Por isso, a ideia é transformá-los em em um grande ativo financeiro para ser negociado de forma mais rápida e fácil no mercado.
Dessa forma, são vendidos no mercado como títulos de renda fixa e quem os compra investe com um grande garantia de retorno.
Todavia, optar pela securitização pode trazer outras vantagens, como:
- Pagamento da dívida segundo o fluxo de recebimentos;
- Rigidez;
- Transparência;
- Maior controle de risco operacional;
- Possível aquisição de vários investidores;
- Transferência de ações;
- Risco é baseado em estudos e análises.
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Como é usado no Brasil
Inicialmente, um empreendimento era financiado no Brasil por meio de bancos ou recursos públicos. Todavia, a securitização iniciou uma alternativa que está ganhando cada vez mais espaço no mercado.
Assim, quem busca financiamento, pega os valores que tem a receber no futuro e os transforma em títulos. Por sua vez, estes são comercializados para investidores, sejam eles pessoas jurídicas ou físicas.
Então, o crescimento da securitização no Brasil ocorre porque ele é um importante instrumento para a atividade empresarial e também uma boa opção de destinação de recursos para o investidor.
Aliás, no Brasil, o instituto da securitização começou a ser utilizado, de forma amena, para operações de exportações no final dos anos 80. Mas foi na década de 90 que se inicia o seu desenvolvimento de forma mais efetiva. A importância da securitização cresceu de tal maneira que a cessão de créditos também passou a integrar o Código Civil Brasileiro.
Além do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central do Brasil (Bacen), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) disciplina as questões da securitização no país. O órgão tem a prerrogativa de fiscalizar o mercado de capitais.
Como funciona o processo?
Todo o processo de securitização é feito por uma instituição financeira especializada para realizar uma ação com mais segurança, conduzindo todas as etapas.
Veja o passo a passo no processo de securitização:
- Primeiro, deve-se conhecer a empresa para entender todo o histórico, perfil, clientes, entre outras informações;
- Verificar documentos que serão importantes para o processo;
- Buscar investidores interessados no projeto;
- Faça a proposta e espere pela aceitação ou negativa;
- Em caso de positiva, é hora de formalizar o mandato;
- Inicie auditoria financeira e jurídica;
- Assine os documentos;
- Dinheiro na conta.
E na etapa do mandato, não esqueça que ele deve ter as seguintes informações:
- Tipo de Operação;
- Quais as garantias;
- Valor estimado de emissão;
- Liberação do recurso;
- Prazo da operação;
- Custos da Operação;
- Outras informações.
E nesse processo, três elementos são importantes para a participação: o cedente, a securitizadora e os investidores. Veja a seguir o papel de cada um.
Cedente
O cedente é quem transfere o ativo para a empresa securitizadora. Ele vende à vista seus títulos e direitos creditórios. Mas por serem de baixa liquidez, esses títulos terão menores valores pagos.
Securitizadora
É a empresa especialista em securitização que intermedia e realiza toda a operação. Compra os ativos dos cedentes e faz o agrupamento para um único ativo de bom valor no mercado.
Investidores
É quem compra os títulos securitizados no mercado financeiro e fazem a ação com objetivo de ganhar dinheiro por meio dos investimentos. Esse investidor pode ser tanto pessoa física quanto jurídica.
Títulos de securitização
Há dois tipos de títulos de securitização muito usados no mercado brasileiro: os CRI e CRA.
Siglas de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), os dois títulos tem forma de rendimento, tributação e riscos parecidos, mas a diferença está no lastro. O que isso significa? De forma simples, o CRI está relacionado à securitização de dívidas imobiliárias. Já o CRA, é voltado ao agronegócio e produtor rural que tem dívidas.
No entanto, ambos recebem incentivo do governo e isenção de Imposto de Renda. Aliás, nem mesmo a alíquota de IOF incide sobre esses dois títulos. Todavia, existe uma terceira forma de securitizar dívidas: é venda de títulos para FIDCs.
Originado de Fundo de Direitos Creditórios, o veículo de securitização opera com a compra de dívidas (direitos creditórios) de empresas. A principal vantagem aqui é que, adquire-se os direitos com desconto, mas recebe-se o valor integral, com o risco de inadimplência.
Como é o processo de investimento?
A securitização tem diversas formas de operação de investimento. E no Brasil, quatro modalidades são as usadas. São elas:
- Securitização de Créditos Financeiros: os ativos securitizados são os empréstimos, financiamentos, leasings e hipotecas;
- Securitização de Ativos Empresariais: aqui, são securitizados cheques, duplicatas, parcelamentos, contratos de empréstimo, aluguéis, crediários, vendas no cartão de crédito, entre outros;
- Securitização de Créditos Imobiliários: a securitização é de Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRIs;
- Securitização de Créditos do Agronegócio: nesse caso, o ativo securitizado é o Certificados de Recebíveis do Agronegócio – CRAs.
Então, a securitização vale a pena?
Depende da situação. Para muitos especialistas, a securitização é um processo ainda em crescimento no Brasil. No entanto, é uma ferramenta importante para a dinamização de economia e influenciar empreendedores a buscar recursos para investir no negócio.
Para quem investe, essa pode ser uma opção interessante. Mas sempre é bom lembrar que há riscos e, por isso, deve-se pesquisar bem antes de realizar qualquer forma de investimento. Contudo, em geral, pode-se ampliar as possibilidades de mercado financeiro com menos burocracias do que em muitas instituições tradicionais.
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