Copom e a Selic: entenda tudo sobre a taxa básica de juros
Saber o que é e qual é a importância do Copom e Selic é entender aspectos básicos da economia nacional e até mesmo das suas finanças pessoais.
Afinal, as determinações do órgão ligado ao Banco Central, sobretudo em relação à taxa básica de juros, impactam a vida de toda a população, seja direta, seja indiretamente.
Se você quer se aprofundar um pouco mais no assunto, está no lugar certo: neste artigo, reunimos as principais informações para entender o assunto em detalhes. Acompanhe!
Copom e Selic: como os juros são definidos?
O Comitê de Política Monetária, ou apenas Copom, é vinculado ao Banco Central e tem entre as suas atribuições definir o valor da Selic, popularmente conhecida como a nossa taxa básica de juros. Vamos entender melhor como acontece essa definição?
Como é uma reunião do Copom?
Criado em 1996, o Copom é formado pelo presidente e diretores do Banco Central. O seu objetivo é definir diretrizes referentes à política monetária nacional. As suas decisões são baseadas no relatório da inflação e em um balanço de riscos, além de considerar pontos como:
- As atividades econômicas do país
- Os mercados de câmbio e monetário
- O cenário global, por meio das reservas internacionais e as suas dinâmicas
- As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB).
Inspiradas nas reuniões do Federal Open Market Committee (FOMC) dos Estados Unidos, os encontros do Copom prezam pela transparência. Por isso, o comitê divulga, uma semana após cada reunião, a ata na íntegra, com todos os tópicos e deliberações definidas.
Por se tratar de uma decisão complexa, que traz um impacto determinante na economia nacional, os encontros do Copom se estendem por dois dias.
No primeiro dia, costuma ser feita a apresentação de dados, pareceres técnicos e projeções do cenário macroeconômico. Já o segundo dia é reservado para as discussões e votação pela manutenção ou alteração na meta da Selic.
Quando acontecem as reuniões do Copom?
Os integrantes do Comitê de Política Monetária se encontram a cada 45 dias, normalmente, às terças e às quartas-feiras. Portanto, há oito reuniões durante o ano. O calendário anual dos encontros é divulgado com bastante antecedência, sempre até o mês de junho do ano anterior.
Calendário Copom 2020
Em 2020, o calendário de encontros do Copom é o seguinte:
- 4 e 5 de fevereiro
- 17 e 18 de março
- 5 e 6 de maio
- 16 e 17 de junho
- 4 e 5 de agosto
- 15 e 16 de setembro
- 27 e 28 de outubro
- 8 e 9 de dezembro.
Quem participa da definição da Selic?
Diversos diretores vinculados ao Banco Central participam da reunião do Copom, mas aqueles que têm interferência direta na definição da Selic são nove:
- Presidente do Banco Central do Brasil, que também preside o Comitê e exerce o voto de qualidade (desempate), quando necessário
- Diretor de Administração
- Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos
- Diretor de Política Econômica
- Diretor de Fiscalização
- Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural
- Diretor de Política Monetária
- Diretor de Regulação
- Diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania.
Vale ressaltar que, além desses cargos, outros participantes integram as reuniões do Copom e têm um papel fundamental, especialmente no primeiro dia, em que ocorre a apresentação de análises técnicas.
Eles fazem parte de áreas como: Departamento de Operações Bancárias e Sistema de Pagamentos; Departamento de Estudos e Pesquisas; Departamento de Operações do Mercado Aberto; e Departamento de Assuntos Internacionais.
Qual é a importância do Copom e da Selic na economia?
As decisões das reuniões do Copom, principalmente a respeito da taxa básica de juros, interferem diretamente no cotidiano das pessoas. Isso porque a Selic está ligada ao controle da inflação, que, por consequência, influencia nos hábitos de consumo, na rentabilidade de investimentos e na concessão de crédito por instituições bancárias.
Não à toa, as reuniões do Copom são bastante aguardadas por parte dos investidores. Muitas aplicações com rentabilidade pós-fixada ou híbrida, como CDB, LCA, LCI e Tesouro Direto, são influenciadas pelas variações da Selic.
Mas não precisamos ir longe. A taxa básica de juros e o papel do Copom também se manifestam nas nossas relações de consumo. Quando o Comitê define como meta diminuir a Selic, o poder de compra da população tende a crescer, porque as condições de crediário se tornam mais acessíveis, estimulando o consumo.
No entanto, quando a demanda supera a oferta, a inflação sobe. Nesse caso, uma das principais medidas utilizadas para conter o efeito é, justamente, elevar a taxa básica de juros.
Ou seja, Copom e Selic estão intimamente ligados e são termos que sempre vão aparecer em discussões sobre a economia nacional. Por isso, é importante estar familiarizado com eles.
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