Qual o custo de um filho?

Por Redação Onze

Dentre todos os momentos pelos quais passamos em nossas vidas e decisões que temos que tomar poucos são tão delicados e maravilhosos quanto os relacionados a ter um filho. Todos os eventos envolvidos rendem um bom livro, filme ou série.

Contudo, a seriedade também exige bastante dos pais. E o faz também na área financeira. O custo de um filho não é algo que possamos, definitivamente, chamar de barato. É necessário muito planejamento, estrutura e disciplina para proporcionar qualidade a nossos filhos. Em nosso artigo de hoje falaremos sobre como é possível fazê-lo.

Como é a família brasileira?

A tradicional família brasileira mudou consideravelmente. Se nossos avós costumavam ter uma quantidade de filhos que resvalava fácil nos dois dígitos (quando não ultrapassava), nas últimas décadas a média de filhos por família caiu drasticamente.

As oscilações econômicas, problemas sociais, a emancipação feminina para o mercado de trabalho foram fatores que contribuíram para a queda. No Brasil a média está, inclusive, abaixo da média mundial: 1,7 contra 2,1. O custo de um filho parece ter assustado muita gente…

E as mudanças não se restringem apenas à quantidade de filhos que constituía a “clássica família brasileira”, geralmente com pai, mãe e três filhos, ou mais. Nos últimos trinta anos esse formato se transmutou em famílias, em várias ocasiões, que optaram por não ter filhos.

Decidiu ter filhos? É hora de se planejar

Mas, a partir do momento que a decisão de ter um bebê está tomada é possível adotar algumas medidas e planejar o “financiamento” de outras de forma disciplinada e racional, para que o custo de um filho não seja tratado de forma inadequada.

Um ponto do qual as pessoas que decidiram ter um filho devem estar conscientes e que se faz muito pertinente falar é que a chegada de um bebê incorre em mudanças de hábitos por algum tempo. E as mesmas não são importantes apenas para proporcionar um ambiente saudável para o desenvolvimento do fofinho.

Na prática os valores gastos com passeios, viagens e outros itens comuns em uma vida “pré-filho” podem e devem ser destinados à manutenção do mesmo.

Também há os impactos na carreira, principalmente na das mulheres, que, em muitas ocasiões, injustamente são demitidas porque decidiram ter um filho. Independente desse triste fato, um período de afastamento das funções empregatícias em tempo integral é necessário, por isso, é importante verificar se apenas a outra parte do casal conseguirá arcar com todas as despesas e com o custo de um filho.

É importante também:

– Fazer pequenos reparos na casa;

– Quitar eventuais dívidas;

– Abrir uma conta de investimento;

– Criar de um fundo de reserva para o período em que um dos pais estiver longe do trabalho.

Contrate um bom plano de saúde, pois um bom pré-natal é praticamente garantia certa de um bom parto. Despesas como exames, consultas, testes sanguíneos e o teste do pezinho entram nessa conta. Sem contar com um bom hospital, um bom médico e a equipe que acompanhará a gestante.

Qual o custo de um filho?

Bem, já parece estar claro que o custo de um filho não é barato. Porém, de forma objetiva: de quanto, exatamente, estamos falando? Quanto custa aos pais bancarem um filho desde a gravidez até a idade adulta, digamos, até os 23 anos?

Segundo o Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (INVENT), as despesas variam de acordo com a classe social à qual a família pertence. Para famílias de classe alta o custo pode variar de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões.

Já para famílias de classe média o valor se enquadra entre R$ 320 mil e R$ 640.000. Veja a tabela a seguir:

Renda mensal da famíliaDespesa dos 0 aos 23 anos com o filho
Até R$ 2.000,00R$ 53.700,00
De R$ 2.000,00-R$ 6.000,00R$ 407.100,00
De R$ 6.000,00-R$ 25.000,00R$ 948.100,00
⮚      R$ 25.000,00R$ 2.000.000,00 ou além

 

Na maior cidade do Brasil e uma das maiores do mundo, São Paulo, esses valores podem ir de R$ 60.000,00 nas áreas mais humildes a até R$ 5 milhões nas áreas mais abastadas.

Em todos os casos, fica bastante evidente que esses montantes não são disponibilizados de uma hora pra outra. Ou seja, é necessário economizar. Então, como fazê-lo? Vamos lá.

Roupas, brinquedos e livros: Faça bom uso das redes sociais para encontrar sites nos quais seja possível encontrar brinquedos usados em bom uso a preços mais módicos. O mesmo é válido para livros. No caso do segundo, há também os sebos, ótima opção já que nos últimos anos eles elevaram a qualidade de seu serviço, oferecendo obras muito melhor conservadas e ainda a preços baixos.

Brechós e feiras populares são ótimas opções para roupas. Sem contar sites nos quais também se podem encontrar peças em ótimo estado a preços muito convidativos.

Mais atividades, menos “casulo”: A era digital é maravilhosa, nós sabemos. Mas ligou um alerta quando à forma de criação dos filhos já que uma cena muito comum é ver crianças muito pequenas com Smartphones, celulares e tablets se “divertindo”.

Além do problema do desenvolvimento da capacidade de se relacionar isso impacta o bolso dos pais negativamente em virtude dos altos preços. Uma solução, é trocar as atividades tecnológicas por outras ao ar livre como parques ou áreas de lazer de shoppings não pagas. Promova atividades e brincadeiras em sua casa ou na casa dos amiguinhos. Além de custar menos, essas atividades ensinam lições valiosas.

Puxe o freio de mão nas compras para o bebê: “Criança cresce igual abóbora”, já dizia vovó. De fato. Evite antecipar compras de roupas, fraldas e outros itens que, certamente, vão se perder já nas primeiras semanas de vida de seu pimpolho.

Aceite presentes dado por familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho ou conhecidos e compre o essencial. Observe com cuidado o desenvolvimento do bebê para, de posse de sua conta de investimento, desembolsar quando necessário.

Não o mime: Parece óbvio. Mas não é. E o que isso tem a ver com economizar? Amigos tem TUDO a ver. Muitos pais e mães são tomados por uma culpa incomensurável ao deixar os filhos com outra pessoa para poder trabalhar, por exemplo. Por isso compram “presentinhos” como forma de se desculpar.

Errado. Muito errado. O custo de um filho não precisa passar por este ponto. É importante explicar-lhes desde tenra idade que presentes são para ocasiões específicas ou especiais. Além de começar a ensinar-lhes o valor do dinheiro, é importante para não mediocrizar datas especiais e contribuir para evitar o consumismo.

Boa alimentação: Além da questão da saúde impacta positivamente ao economizar futuramente com consultas, exames, remédios e, talvez, até gastos com hospitais.

Bem, como pudemos ver é muito importante traçar um roteiro para receber um filho em nossas vidas. Ainda que o assunto possa parecer frio e calculista, ele não é. É necessário, exatamente para que recebamos o maior presente em nossas vidas de forma tranquila e prazerosa.

O custo de um filho, emocionalmente é zero, pois as alegrias que ele nos dá são infinitas. Porém, devemos ter os pés no chão quanto todas as suas necessidades e também as dos pais até que ele atinja a idade adulta.