Depreciação acumulada: saiba o que é e como analisar
Você já ouviu falar que determinado carro está desvalorizado, com baixo valor de mercado? Pois saiba que o mesmo acontece com praticamente todos os bens que fazem parte da nossa vida pessoal e profissional. Trata-se da chamada depreciação acumulada, um cálculo que sempre deve ser priorizado na contabilidade com foco em novos investimentos.
Além disso, ao calcular a depreciação acumulada você pode estabelecer a vida útil de tudo o que está dentro do negócio, ajudando a criar estratégias mais seguras para as tomadas de decisões. De olho em seu sucesso, vamos mostrar no artigo abaixo o que é a depreciação acumulada e suas taxas, além de apresentar a tabela de depreciação 2019 e a tabela de depreciação de bens. Vamos lá?
O que é depreciação acumulada?
Praticamente todos os bens que nós adquirimos possuem uma vida útil devido ao uso frequente, além da obsolência e desgaste natural. Seja um computador, uma retroescavadeira, uma máquina de impressão, cadeiras, pisos, carro e dezenas de outros produtos, incluindo insumos e maquinários.
Desta forma, a depreciação acumulada nada mais é do que o cálculo sobre quanto determinado bem dura e qual o valor das perdas, seja por hora ou ano. No entanto, na contabilidade, o cálculo sobre a desvalorização segue uma tabela de depreciação de bens estabelecida pela Receita Federal no artigo 305 do RIR/99.
Segundo o documento, as máquinas e equipamentos começam a depreciar após dez anos de uso e os carros com cinco anos. Ainda, os móveis e utensílios ao atingirem 10 anos e os imóveis a partir de 25 anos após a construção.
Apesar disso, a tabela de depreciação de bens não é obrigatória nos cálculos. Afinal, no caso dos imóveis, por exemplo, existem muitas variáveis, como projeto de fundação, qualidade dos materiais utilizados, entre outros fatores.
Basicamente, a regra deve ser apenas um norte para o investidor. Dessa maneira, é possível analisar as perdas ao longo dos anos, projetando novas aquisições e evitar gastos com manutenções.
Como é contabilizada a depreciação?
Para realizar a contabilidade da depreciação acumulada, é preciso levar em conta três aspectos:
- Vida útil;
- Método de depreciação;
- Base de cálculo da depreciação.
Para isso, a depreciação é dividida em dois tipos:
- Linear: a depreciação é feita a cada ano, com o mesmo valor;
- Acelerada: é realizada com mais frequência no primeiro ano, menos no segundo e assim por diante.
Assim, podemos afirmar que a contabilidade da depreciação se baseia em uma engenharia de custos, na qual a agilidade dos cálculos ao longo dos anos define qual o tipo ideal para cada bem.
Geralmente, as empresas do Simples Nacional e Lucro Presumido sempre ficam de olho na tabela da Receita Federal para não perderem muito dinheiro ao longo do tempo.
Dessa forma, o cálculo leva em consideração o tempo de uso e o percentual de taxas definido pelo governo em cada item, como você vê em alguns exemplos na tabela de depreciação 2019:
Bens | Taxa anual de depreciação | Vida útil (anos) |
Edificações | 4% | 25 |
Instalações | 10% | 10 |
Máquinas e equipamentos | 10% | 10 |
Móveis e utensílios | 10% | 10 |
Veículos | 20% | 5 |
Equipamentos de informática e comunicação | 20% | 5 |
Tratores | 25% | 4 |
Fonte da tabela
O que são ativos imobilizados?
Os itens da tabela de depreciação de bens tratam-se dos produtos e serviços necessários para o funcionamento de uma empresa, como imóvel, computadores, ferramentas, veículos etc.
Não se enquadram nessa categoria os imóveis que estão voltados para a obtenção de renda para determinada empresa, como o aluguel de um terreno para a construção de um estacionamento, por exemplo. Esse último entra no rol de propriedade para investimento.
Os ativos biológicos também não se enquadram, assim como a exploração de recursos minerais, como jazidas de petróleo, gás natural ou carvão.
Os ativos imobilizados fazem parte das empresas que são tributadas no Lucro Real e leva em conta o desgaste dos bens pelo uso ou perda da utilidade. Como retorno, a empresa ganha reduções nos impostos, como de Renda e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Taxa de depreciação
Quer entender como funciona a taxa de depreciação? Confira abaixo como se realiza o cálculo da depreciação acumulada, começando pela linear.
Depreciação linear
Ele deve ser feito com base na seguinte fórmula: Da = (VN – VR) ÷ N:
- Da: depreciação anual;
- VN: valor novo;
- VR: valor residual ou de sucata;
- N: vida útil em número de anos.
Para calcular a depreciação de algo use 100% / vida útil. Assim, determinado equipamento com vida útil de 10.000 horas sendo comprado a R$ 200.000, com 10% de valor residual, terá o seguinte cálculo na depreciação acumulada:
- Depreciação = (V0 – Vr) ÷ Vida útil
- Depreciação = (R$ 200.000 – R$ 20.000) ÷ 5 anos
- Depreciação = R$ 36.000,00/ano ou R$ 18,00/h
Dessa maneira, o equipamento vai valer, contabilmente R$ 200.000 (valor de compra) – R$ 36.0000 (depreciação), totalizando R$ 164.000 no primeiro ano, valor que vai se reduzindo a cada ano.
Depreciação acelerada
Nessa fórmula, a depreciação varia a cada ano. Coloque os anos da vida útil em ordem crescente, como 1,2,3…Depois, some-os de acordo com a vida útil estabelecida.
Em seguida, você terá uma taxa de depreciação. Esse número será dividido pelo valor de aquisição, deduzido do residual. Veja o exemplo com base no mesmo equipamento demonstrado anteriormente:
- Vida útil = 5 anos => 1+2+3+4+5=15
- Coeficientes são aplicados sobre V0 – Vr = 180.000,00
Desta forma, você vai conseguir acompanhar a depreciação acumulada da sua empresa para estabelecer estratégias financeiras sólidas e, assim, garantir o crescimento e sustentabilidade do negócio. Saiba mais neste artigo.
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