Dinâmica de grupo: como fazer uma inesquecível

Por Redação Onze

Dinâmica-de-grupo

Integrar, acolher e estimular são alguns dos objetivos de uma dinâmica de grupo. Essa é uma ferramenta cada vez mais utilizada pelas empresas, mas que deve ser precedida de planejamento para que seus benefícios sejam aproveitados.

Se não for assim, o que seria uma atividade educativa e lúdica pode se tornar entediante e constrangedora. Sobre esse aspecto, cabe destacar que a  importância que as dinâmicas recebem nas empresas e a forma como são conduzidas faz toda a diferença nos resultados alcançados.

A gigante de tecnologia Google fez um estudo junto a 180 times de trabalho e obteve descobertas muito interessantes. A empresa, que é uma das maiores do mundo, utilizou as dinâmicas para entender suas equipes e o que mais incentivava o engajamento e performance.

Batizado de Projeto Aristóteles, o estudo identificou que os melhores grupos são compostos por pessoas que respeitam as emoções umas das outras, que não se importam em depender umas das outras e que se preocupam de forma genuína com o que estão fazendo.

Todos são aspectos que podem ser trabalhados em dinâmicas de grupo, assunto deste artigo.

O que é dinâmica de grupo?

Dinâmicas de grupo são atividades de gestão de pessoas, realizadas nas empresas em formatos diversos e para atingir objetivos variados.

O uso mais comum da dinâmica de grupo é como uma ferramenta de recrutamento e seleção ou em processos de desenvolvimento e treinamento de pessoas. São as famosas rodas de apresentação e atividades que os candidatos precisam fazer em determinada etapa do processo seletivo.

Vale deixar claro, entretanto, que, além de servir como uma porta de entrada e cartão de visitas, uma dinâmica é útil também como recurso para engajar e motivar. Ele pode, por exemplo, se materializar como jogos, brincadeiras, desafios ou debates empregados para que os times se conheçam melhor, solucionem problemas, eliminem conflitos ou desenvolvam habilidades.

Mais à frente, vamos apresentar exemplos de dinâmicas que vão ajudar você não apenas a entender o conceito, mas também como aproveitá-las para atender às necessidades da sua empresa.

Para que serve a dinâmica de grupo

Embora as dinâmicas sejam mais utilizadas na apresentação de colaboradores ou promoção de engajamento e interação entre os times, esse tipo de iniciativa serve aos mais variados objetivos.

Nesse sentido, vale citar novamente o estudo conduzido pela Google, que identificou a partir de dinâmicas o que suas equipes desejavam para se tornarem mais eficazes e elevarem a performance: resumidamente, fazer parte de algo importante e contar com os colegas para gerar resultados.

Benefícios da dinâmica de grupo nas empresas

Se não gerasse resultados efetivos, a dinâmica de grupo não seria até hoje uma prática tão difundida. Na verdade, ela não sai de moda em virtude dos benefícios que proporciona, dentre os quais destacamos:

  • Acelera a adaptação de novos colaboradores
  • Melhora o clima organizacional
  • Ajuda a reduzir tensões e conflitos
  • Promove o bem-estar
  • Serve como estímulo ao trabalho em grupo
  • Aproxima as pessoas
  • Aumenta a motivação para o trabalho.

4 dicas para organizar uma dinâmica de grupo inesquecível

Tomando como referência as recomendações da SBDG, fica a questão: como tornar uma dinâmica de grupo realmente interessante? Temos quatro dicas que vão ajudar você a ter sucesso nessa iniciativa.

1. Defina um objetivo claro

Toda dinâmica precisa ser associada a uma meta, pois, só assim, será possível avaliar seus resultados mais à frente. Entre os objetivos comuns de uma dinâmica de grupo, podemos destacar:

  • Integrar novos colaboradores ao grupo;
  • Aproximar os membros de uma equipe;
  • Posicionar a empresa em processos de mudança de cultura organizacional;
  • Amenizar tensões e promover o entendimento.

2. Saber quem são os participantes

Por mais que uma dinâmica possa ser feita em grupos grandes, o ideal é que a atividade seja direcionada a poucas pessoas. Dessa forma, fica mais fácil para a organização conhecer a fundo o perfil de cada um e, assim, elaborar uma proposta que seja mais “a cara” dos participantes.

3. Estimule a criatividade

Nada pior do que uma dinâmica de grupo entediante, previsível e que não faça as pessoas pensarem. Além de dar a sensação de perda de tempo, dinâmicas com conteúdo pobre podem até causar constrangimentos ao expor a vida pessoal ou traços de personalidade.

Por isso, ao promover uma atividade, além de seguir o que já é feito, tente adaptá-la ao gosto das pessoas que vão participar. Com criatividade e um pouco de imaginação, é possível promover atividades que gerem reflexão e que sejam, ao mesmo tempo, lúdicas e divertidas.

Uma dinâmica pouco criativa é aquela que simplesmente replica na empresa o que costuma ser realizado em outras. Um exemplo nesse sentido é aquela que convida o colaborador a escolher alguém do grupo com quem gostaria de estar em uma ilha deserta.

Pode funcionar bem na sua empresa? Até pode. Mas não seria muito mais criativo promover um momento diferente, pensado justamente a partir do que se conhece sobre o grupo, em vez de seguir a linha do “mais do mesmo”?

4. Busque personalizar ao máximo as atividades

Quando os profissionais envolvidos na dinâmica de grupo buscam conhecer as pessoas que vão participar, dão um passo decisivo para torná-la mais atraente.

Para se ter uma ideia de como é possível personalizar as atividades, algumas empresas, em vez das atividades em grupo, optam por fazer jogos eletrônicos ou vídeos com os participantes.

Companhias de tecnologia também procuram personalizar essa etapa em seus processos seletivos, realizando o que se chama do meio de TI de hackathon – uma espécie de maratona de programadores para discussão de novas ideias e projetos de softwares e hardwares.

5 dinâmicas de grupo para fazer na sua empresa

Levando em conta as dicas que já demos, tente adaptar as sugestões de dinâmicas abaixo ao contexto da sua empresa, de maneira que elas realmente cumpram com os objetivos propostos. Quanto mais divertidas, menos entediantes ou constrangedoras elas serão.

1. Dinâmica do doce/azedo

Antes de fazer essa dinâmica, procure saber se entre os participantes há alguma pessoa diabética ou com restrições alimentares. Trata-se de uma atividade que pode ser feita em grupos de cerca de 10 a 15 pessoas que já se conhecem.

O objetivo é identificar possíveis problemas de relacionamento nos times, ajudar as pessoas a se autoavaliarem e, assim, melhorar a convivência.

A ideia é simples: cada pessoa recebe uma bala de sabor azedo (tamarindo, por exemplo) e um bombom. A azeda será dada a uma pessoa que tenha “pisado na bola” e o bombom a alguém que tenha feito algo positivo e notável. É permitido que mais de um bombom ou bala sejam dados a uma mesma pessoa. O participante também pode se presentear.

Depois da distribuição, cada um é convidado para apresentar ao grupo as razões ao distribuir balas e bombons, tomando o cuidado ao expor as críticas de forma construtiva.

2. Debate das qualidades

Nessa dinâmica, o objetivo é chamar a atenção para qualidades potencialmente “ocultas” nas pessoas. A expectativa é que essa descoberta gere motivação e autoconhecimento.

Para realizá-la, os organizadores precisarão apenas garantir que haja papel e lápis para todos os presentes, que deve, sentar-se em roda. Não há limite de participantes.

No início, o responsável por coordenar a dinâmica deve chamar a atenção do grupo para o fato de que, no dia a dia, os defeitos tendem a ser muito mais comentados que as qualidades individuais.

A atividade começa com a pessoa à direita do coordenador escrevendo no seu papel a qualidade que melhor define o colega à sua direita e assim sucessivamente. Esse papel não deverá ser assinado ou conter qualquer identificação.

Na sequência, os papéis devem ser dobrados, misturados e redistribuídos no grupo. Nessa parte, cada um recebe um papel, abre e lê a qualidade inscrita em voz alta, escolhendo uma dentre as pessoas que ele entende ter essa qualidade. No fim, cada um diz a qualidade que escolheu para a pessoa da direita e todos debatem sobre o que foi exposto.

3. Teste do abrigo

Esse é um teste recorrente em processos seletivos e serve para induzir as pessoas a refletirem sobre seus valores, além de identificar padrões de comportamento. Também ajuda a avaliar como as pessoas agem sob pressão.

É indicada para grupos maiores, a partir de 30 pessoas que devem ser distribuídas em grupos menores.

Cada grupo recebe cópias de uma espécie de aviso. Trata-se de uma situação fictícia, na qual uma cidade está ameaçada de bombardeio. Um benfeitor tem um abrigo que comporta até 6 pessoas. No momento, 12 indivíduos estão interessados em entrar:

  • Um músico adicto de 40 anos
  • Um advogado com 24 anos
  • A esposa do advogado, com 24 anos, recém saída de um manicômio. Eles só podem ficar juntos
  • Um padre de 75 anos
  • Uma prostituta, com 35 anos
  • Um assassino ateu, com 19 anos
  • Uma estudante universitária que fez voto de castidade
  • Um físico, com 28 anos de idade, que só entra no abrigo com uma condição: levar consigo sua arma
  • Um orador fanático, com 21 anos
  • Uma menina de 11 anos e Q.I. baixo
  • Um homossexual, com 48 anos
  • Uma pessoa com problemas mentais, com 31 anos e epiléptica.

No final, todos os grupos devem apresentar e debater a decisão tomada diante dos outros grupos. Se você achou o teste interessante, depois de ler este material, veja o artigo publicado sobre o Teste do Abrigo no portal IBC Coaching.

4. Uma tarefa em grupo

Na linha de “pegadinhas”, esta atividade é feita em subgrupos. A ideia é sugerir que cada um pense em 5 perguntas e uma tarefa para outro grupo responder e realizar.

Com as perguntas e tarefas prontas, o coordenador revela que, na verdade, elas são destinadas ao próprio grupo que as idealizou. No fim, as tarefas podem ser cumpridas, estimulando a cooperação e o espírito de equipe.

5. Jogo da mímica

Outro jogo simples e lúdico que serve para avaliar a capacidade dos participantes de se comunicar é o conhecido jogo da mímica.

No início, o coordenador da atividade distribui fotos ou fichas contendo imagens que devem ser representadas pelos integrantes por mímicas na frente de todos. Cabe aos demais tentar adivinhar o que o integrante quer dizer, considerando ainda uma contagem de tempo.

Para se inspirar: empresas que fazem dinâmica de grupo

Um bom exemplo do poder que uma dinâmica de grupo bem conduzida tem está no livro “Projetos Brasileiros – Casos Reais de Gerenciamento”, de autoria de Paul Dinsmore, Américo Pinto, Adriane Cavalieri e Margareth Carneiro.

Na obra, são relatados casos reais de empresas que tiveram pela frente o desafio de reformular totalmente processos e até a própria cultura. Em um deles, é relatada uma bem-sucedida experiência na qual as dinâmicas de grupo foram decisivas em um processo de mudança para uma estrutura hierárquica matricial.

Acesse o site da Onze para conferir outros artigos sobre o assunto.