Quer saber mais sobre fundos de investimento? Confira esse guia essencial com 8 tópicos
Os fundos de investimento são uma boa opção para quem não tem o perfil mais arrojado para investir em ações, por exemplo, mas busca um tipo de investimento com retorno superior aos produtos de renda fixa e demais aplicações de baixíssimo risco.
Os fundos de investimento já têm uma popularidade considerável entre os investidores.
Este artigo pretende explicar o que são fundos de investimento, como é feita a aplicação, para qual tipo de investidor eles são ideais, além de tentar esclarecer a crescente popularidade desses produtos financeiros.
1. O que são fundos de investimento?
Um fundo de investimento reúne as aplicações de diversas pessoas, denominadas cotistas, para aplicar esses valores em produtos diversos. Simplificando, trata-se de uma carteira de ativos financeiros que são oferecidos por um gestor na forma de cotas.
Dessa forma, um fundo pode ser composto por títulos de renda fixa, ações, títulos do tesouro público, dentre outros produtos, que variam de acordo com a estratégia dos gestores do fundo.
Para tornar a sua composição e suas regras transparentes, todo fundo de investimento possui um regulamento, no qual são estabelecidas as suas regras. Dentre essas regras, estão as que se referem à aplicação, ao resgate e aos custos envolvidos.
Além de investir seus recursos, os cotistas também pagam uma taxa de administração pelo trabalho de gestão dos recursos, que inclui aquisição ou venda de ativos.
Antes de ser oferecido ao público, um fundo de investimento precisa obter o registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que também é quem regulamenta o setor.
2. Como aplicar em fundos de investimento?
A aplicação nos fundos de investimento se dá por meio da compra de cotas. Para adquiri-las, o investidor precisa procurar uma corretora, gestora ou um banco que ofereça esse tipo de investimento.
Geralmente, existem valores mínimos de investimento e taxas atreladas.
Ser capaz de fazer a aplicação mínima é um dos fatores principais para saber se você terá acesso a determinado fundo de investimento.
Via de regra, as empresas solicitam documentos pessoais, o preenchimento de um cadastro e a declaração de que o investidor está de acordo com o regulamento do fundo.
Algumas empresas solicitam a abertura de uma conta-corrente, mas não é uma regra geral.
3. Quem pode investir em fundos de investimento
De forma geral, não existe uma faixa de renda ou uma classe social específica para a qual esse tipo de investimento é destinado. Para se ter uma ideia, é possível aplicar valores mínimos que começam em cerca de R$ 50 e que podem chegar a mais de R$ 100 mil.
4. Quais são os principais tipos de fundos de investimento?
Os fundos de investimento são divididos de acordo com a sua composição, sendo que os principais disponíveis no mercado são:
- Fundos de investimento em ações
- Fundos de investimento curto prazo
- Fundos de investimento multimercado
- Fundos de investimento cambiais
- Fundos de investimento renda fixa
- Fundos de investimento CDI
- Fundos de investimento imobiliários
- Fundos de investimento referenciados
É importante observar que o tipo de título não aponta, necessariamente, o seu nível de risco, embora fundos de investimento em ações sejam, em geral, mais arriscados enquanto fundos de renda fixa costumam ser seguros.
Já um fundo multimercado pode ser tanto de baixo risco como de alto risco.
Esse tipo de característica geralmente é apresentado pelas corretoras ou bancos já na listagem de fundos disponíveis, facilitando a escolha do investidor.
Na imagem acima retirada do site do banco Bradesco, podemos notar a classificação dos fundos de acordo com os graus de risco baixo, médio e alto.
5. Existe prazo mínimo de resgate?
Embora não exista um prazo mínimo para resgate do dinheiro aplicado na maioria dos fundos de investimento, é preciso considerar que um resgate em curto prazo pode prejudicar os rendimentos.
Ao aplicar em fundos de investimento, é essencial saber que muitos têm uma alíquota de imposto regressiva. Ou seja, quanto mais tempo você mantém o seu dinheiro investido, menor é o imposto pago no resgate.
É o caso dos fundos de investimento de curto prazo, que têm prazo médio de vencimento igual ou abaixo de 365 dias.
Caso o investidor opte por manter o dinheiro aplicado por menos de 180 dias nesse tipo de fundo de investimento, a alíquota de Imposto de Renda será de 22,5%. Por outro lado, se deixar o dinheiro aplicado por mais de 180 dias, a alíquota cai para 20%.
No caso de fundos de longo prazo, que têm prazo médio igual ou superior a 365 dias, as alíquotas são ainda mais atrativas em relação ao tempo em que o dinheiro permanece aplicado:
- Até 180 dias – 22,5%
- De 181 a 360 dias – 20%
- De 361 a 720 dias – 17,5%
- Acima de 720 dias – 15%
Também é importante saber que, caso o valor aplicado seja resgatado em menos de 30 dias após a compra das cotas, haverá incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mais um motivo para evitar a venda apressada das cotas adquiridas de um fundo de investimento.
6. Quais são os principais custos dos fundos de investimento?
Além do Imposto de Renda sobre os rendimentos, existem taxas atreladas aos fundos de investimento que precisam ser levadas em consideração ao investir.
Primeiro, é importante saber que no regulamento constam todas as taxas que são cobradas por determinado fundo de investimento, valendo a pena dar uma boa lida para evitar surpresas.
Taxa de administração
Trata-se da primeira taxa básica. Como já dissemos, ela é cobrada para cobrir os serviços relacionados à operação e gestão do fundo de investimento pelo administrador responsável pelo seu bom funcionamento.
Essa taxa é cobrada aplicando-se um percentual sobre o patrimônio total aplicado ao fundo. Esse percentual costuma variar, mas geralmente fica em cerca de 2%.
Taxa de performance
Diferentemente da taxa de administração, que é fixa e paga independentemente dos retornos que o investidor recebe, a taxa de performance está atrelada ao bom trabalho que o gestor realiza.
Essa taxa incide, por exemplo, quando o rendimento do fundo supera o seu benchmark, que é basicamente uma taxa de referência perseguida pelo gestor, como a Selic ou o CDI.
Taxa de saída
Trata-se de uma taxa cobrada caso o cotista decida vender suas cotas antes de determinado prazo estabelecido pelo regulamento do fundo, o chamado prazo de liquidez.
IOF
O Imposto sobre Operações Financeiras incide caso o valor aplicado no fundo de investimento seja inferior a 30 dias da data de aplicação.
7. Como comparar fundos de investimentos
Para comparar os fundos de investimento e escolher o melhor para o seu perfil, é importante seguir alguns passos básicos.
Avalie o nível de risco atrelado
Retornos mais altos estão praticamente sempre associados a maiores riscos, então é importante avaliar, desde o início, se determinado fundo de investimento é capaz de garantir um retorno considerável e consistente.
Geralmente as empresas que oferecem esse tipo de produto possuem os seus próprios critérios de classificação dos fundos de investimento em relação ao risco atrelado. Para ter uma visão mais objetiva, no entanto, é necessário observar o próximo passo.
Analise o histórico de retorno do fundo de investimento
Apesar de retornos anteriores não serem garantia de retorno futuros, é mais provável que um fundo de investimento com retornos substanciais e consistentes por um longo período performe melhor que fundos com histórico menos consistente.
No caso dos fundos de investimentos, é bom avaliar:
- o número de meses em que o fundo apresentou retorno positivo e negativo;
- quantas vezes o retorno ficou acima de seu benchmark (muitos fundos de investimento são atrelados a determinados índices, como o Ibovespa ou o CDI, quando seu retorno supera esses índices, isso significa que sua performance está acima do esperado);
- a volatilidade do fundo;
- seu patrimônio líquido;
- a quantidade de cotistas;
No caso da volatilidade, trata-se de um aspecto importante pois, se você espera retornos positivos consistentes, é bom procurar índices com menores volatilidades. Os últimos dois itens são importantes para se ter uma ideia do tamanho do fundo e, consequentemente, da sua solidez.
Embora tamanho não seja exatamente uma garantia de bons retornos, é com certeza um indicativo de que ele possui uma boa administração e que tende a ser um investimento mais confiável.
Além disso, é importante avaliar o histórico desses dois quesitos e como eles estão variando nos últimos meses, já que também são um bom indicativo das perspectivas futuras do fundo.
Quedas significativas do patrimônio líquido total do fundo e do número cotistas representam sinais importantes de que existe algo errado com aquele investimento.
Compare as taxas atreladas aos fundos e como elas impactam seus retornos
Por fim, é bom lembrar que as taxas associadas aos fundos, sobretudo as de administração e de desempenho, devem ser levadas em conta antes de uma aplicação.
Considerar apenas os rendimentos nominais oferece um panorama parcial, já que os retornos reais são aqueles que você recebe após a dedução de todas as taxas e impostos atrelados aos fundos de investimento.