Previdência privada é um modo simples e fácil de começar a investir
Embora ainda gere muitas dúvidas e inseguranças entre investidores iniciantes, a previdência privada é simples e considerada hoje uma das opções de investimento disponíveis no mercado mais indicadas para quem está começando a acumular seu próprio patrimônio.
Voltada para objetivos de longo prazo, a previdência privada é apontada hoje como um importante instrumento de educação financeira, sobretudo devido ao formato do investimento: um boleto mensal ou débito em folha, no caso de planos corporativos.
Para quem não tem o costume de reservar parte do salário todos os meses para realizar aplicações ou formar uma reserva de emergência, a presença de uma “cobrança”, ainda que facultativa, pode ser um grande incentivo.
Além disso, o pagamento do título de previdência privada, seja de forma ativa ou via débito em folha, tende a soar mais familiar do que o emaranhado de opções de aplicações, desde títulos públicos, passando por fundos de renda fixa, multimercado e até ações em bolsa.
Gestores especializados
Quando comparada a outros investimentos, a previdência privada é fácil e não exige gestão ativa por parte do beneficiário.
Ou seja, não é preciso se preocupar com as constantes mudanças nos fundamentos de mercado ou das oscilações em bolsa.
A instituição financeira administradora do seu plano de previdência tem, por obrigação contratual, a função de realizar a gestão do fundo onde estará aplicado não só o seu dinheiro, mas o dos demais beneficiários do plano.
Esses profissionais possuem ampla experiência de mercado e precisam de certificação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) para atuar. Em sua maioria, são economistas, cientistas atuariais e outros especialistas da área financeira que, ao longo dos anos, atuarão para maximizar os rendimentos do fundo em questão, garantindo o melhor retorno possível.
Agilidade e flexibilidade
Ser um gestor de recursos também garante acesso a uma série de benefícios a esses profissionais. As operações realizadas por gestores de recursos e financeiras possuem uma taxação diferenciada, com menores custos de encargos. Quando um gestor de recursos, por exemplo, opta por vender parte das suas cotas em determinado fundo de renda fixa para alocá-los em outras opções, mais arrojadas, essa transferência ocorre sem que incida Imposto de Renda, garantindo não só agilidade, mas também maximizando ganhos ao longo do tempo.
Já quando uma pessoa física gerencia seus próprios fundos com vistas a poupar dinheiro para o futuro, essas operações são mais burocráticas. A realocação dos recursos exige, antes de mais nada, o resgate do valor aplicado em um lugar para reinvesti-lo em um novo produto financeiro. Esse processo, além de mais demorado, gera a cobrança de tributos (como Imposto de Renda e IOF em alguns casos), taxas e outros encargos. Tudo isso torna o processo de ajuste de uma carteira de investimentos mais moroso e, principalmente, mais caro.
É preciso lembrar, ainda, que essas movimentações são realizadas em massa. Ou seja, o seu dinheiro será movimentado junto com o de outros beneficiários. Embora o rendimento obtido não mude, sendo baseado no montante investido, o maior volume financeiro também contribui para reduzir os custos inerentes às operações de realocação e reinvestimento ao longo dos anos.
Estímulo institucional
Aderir a um plano de previdência privada pode ser ainda mais fácil e vantajoso quando a empresa na qual você trabalha oferece esses planos como parte dos benefícios, junto com vale alimentação, plano de saúde e participação nos lucros e resultados. Além da simplicidade envolvida no desconto em folha da sua contribuição mensal, em alguns casos as empresas realizam aportes adicionais, proporcionais ao pagamento efetuado pelo funcionário. Esses percentuais variam e podem chegar a até 100%.
Com isso, para cada real investido, o trabalhador consegue dobrar o seu rendimento no futuro, desde que atenda às regras de “vesting” – tempo mínimo de permanência na empresa para resgate total do investimento. Na prática, a empresa estimula a poupança entre seus colaboradores, garantindo menos estresse financeiro e prevenindo uma série de problemas que afetam a produtividade no ambiente de trabalho.
Exposição controlada
Os planos de previdência privada, dada a sua finalidade principal (garantir renda futura durante a velhice ou em caso de invalidez), são pensados justamente para pessoas comuns, com pouca ou nenhuma experiência no mercado de capitais. Exatamente por isso, eles possuem regras próprias que limitam a atuação dos gestores de recursos na hora de aplicar o seu dinheiro, visando a maior segurança desses fundos.
Embora a legislação tenha mudado ao longo dos últimos anos, permitindo até mesmo fundos previdenciários mais arrojados, com aplicação em bolsa e no mercado internacional, a exposição desses fundos à renda variável é controlada. Com isso, quem está começando a investir pode alavancar os seus rendimentos de forma um pouco mais segura do que se o fizesse de forma autônoma e desassistida.
Contudo, é preciso ter em mente que o retorno em investimentos de renda variável não é algo garantido e as oscilações de mercado são inerentes a esse tipo de aplicação. É exatamente esse risco que faz o rendimentos dos fundos de perfil agressivo serem potencialmente bem superiores aos de perfil conservador. Quanto maior o risco, maior a possibilidade de ganhos.
Portabilidade
Mesmo tendo em mente que as oscilações de mercado são naturais, é possível que você não esteja contente com a performance da previdência privada que você contratou. Tudo bem. Diferentemente de um fundo de investimentos comum ou de um título do tesouro, a previdência privada permite migrar de um plano para outro na mesma instituição financeira.
Nesses casos, o beneficiário pode garantir não só o rendimento alcançado até então, como a manutenção da carência e do cálculo regressivo da tabela do imposto de renda.
Se o problema for a instituição financeira, é possível realizar a portabilidade entre operadoras, desde que seja o mesmo tipo de plano (VGBL para VGBL, PGBL para PGBL). Nesses casos, o principal fator a ser considerado são as taxas administrativas cobradas – quanto menores as taxas, maior o seu rendimento.
Não precisa de banco
Embora os bancos também ofereçam planos de previdência privada, a contratação também pode ser feita via corretores de seguros e plataformas de gestores independentes. Essas opções são, inclusive, as mais indicadas. Diferentemente de grandes bancos, onde as taxas de administração e outros encargos tendem a ser maiores, operadores independentes, como a Onze, possuem taxas mais competitivas que podem maximizar o seu rendimento.