Qualidade de vida na terceira idade: como se preparar financeiramente
Garantir a qualidade de vida na terceira idade deveria ser uma prioridade para todos, mas as estatísticas mostram o contrário. Em vez de se preparar financeiramente, muitos brasileiros não estão dando atenção ao seu próprio futuro e correm risco chegar aos 60 anos sem as reservas necessárias.
Para você ter uma ideia, mais da metade dos brasileiros não possui uma reserva financeira para complementar sua aposentadoria. Para evitar essa situação, é melhor começar a planejar sua melhor idade o quanto antes, seguindo nossas dicas:
- Importância da qualidade de vida na terceira idade
- Como os brasileiros lidam com a questão
- Qual o papel da saúde financeira na terceira idade
- 5 dicas para se preparar financeiramente para a terceira idade
- Previdência privada para garantir a qualidade de vida
Ao final do artigo, você saberá como se preparar para as próximas décadas na era da longevidade.
Por que se preocupar com a qualidade de vida na terceira idade?
A preocupação com a qualidade de vida na terceira idade deve começar cedo, pois estamos vivendo cada vez mais. No mundo todo, o envelhecimento da população é uma realidade impulsionada pela queda nos nascimentos e aumento da longevidade. A tendência é que o número de idosos ultrapasse o de mais jovens.
Segundo dados do IBGE, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou 30,8 anos entre 1940 e 2018, saltando de 45,5 anos para 76,3 anos em média. Em relação aos idosos, a longevidade passou de 4,5 anos para 8,2 anos a partir dos 80 anos de idade. Além disso, o Banco Mundial estima que em 2050 o Brasil terá 64 milhões de idosos, ou 29,7% da população total — uma clara inversão da pirâmide etária.
Outro dado importante é que 17,3% dos idosos entre 60 e 75 apresentam limitações funcionais para realizar atividades do dia a dia como fazer compras, cuidar da casa, administrar finanças e tomar remédios, e essa proporção aumenta para 39,2% a partir dos 75 anos, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE.
Na visão de Maristela Gorayb, coach e planejadora financeira, sócia da Unblur Coaching e Consultoria, a maior dificuldade dos adultos é ter a perspectiva de longo prazo em relação às finanças. “Temos que considerar que em algum momento, por mais longe que esteja, entraremos em uma outra fase em que a geração de renda não será mais possível ou suficiente”, alerta a especialista em finanças e transição de carreira.
Logo, o desafio é garantir os recursos para aproveitar a “melhor idade” com tranquilidade e segurança, já que esses anos vão se prolongar e exigem um planejamento financeiro mais robusto, principalmente, se falarmos em planos de saúde para a terceira idade.
Como os brasileiros veem a qualidade de vida na terceira idade?
No Brasil, grande parte da população não está pensando na qualidade de vida na terceira idade. De acordo com uma pesquisa da Anbima, de 2019, quase seis em cada dez brasileiros (56%) não só não poupam como não têm nenhum tipo de reserva financeira para encarar a aposentadoria. Além disso, apenas 21% vêm se preparando de alguma forma para a terceira idade.
Nos EUA, 29% das pessoas acima de 55 anos não possuem um plano de previdência, conforme relatório do governo norte-americano. Outro dado preocupante é que 61,5 milhões de brasileiros não contribuem com a previdência social por conta de baixos salários e endividamento, segundo dados da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar).
Ou seja: é grande o número de pessoas que não têm qualquer garantia de qualidade de vida na terceira idade e pode enfrentar problemas para se aposentar.
Qual o papel da saúde financeira na terceira idade?
A saúde financeira é a base para conquistar qualidade de vida na terceira idade, pois o custo de vida tende a aumentar — enquanto a renda pode diminuir drasticamente.
Segundo a pesquisa da Anbima, 47% acreditam que os gastos vão aumentar nos anos de aposentadoria. De fato, os planos de saúde para terceira idade são muito mais caros, os tratamentos são frequentes e as limitações de mobilidade exigem a contratação de mais serviços de transporte, manutenção doméstica e home care. Além disso, é mais difícil encontrar uma vaga no mercado de trabalho formal ou uma atividade para conseguir aumentar a renda.
De acordo com o economista Giácomo Balbinotto Neto, em entrevista à UFRGS, os gastos de saúde representam 54% da renda dos idosos, e a inflação médica anual gira em torno de 15% a 18%, contra 6% a 8% do índice financeiro geral.
Para Maristela Gorayb, os mais jovens precisam pensar no futuro orçamento e na sua capacidade financeira: “com 20 ou 30 anos de idade, é muito difícil saber quanto tempo você irá se manter produtivo financeiramente para arcar com todas as suas despesas”. Ou seja: não basta estar saudável e disposto para aproveitar a última fase da vida: é preciso construir uma base financeira sólida.
5 dicas para se preparar financeiramente para a terceira idade
Se você quer chegar à terceira idade com a qualidade de vida esperada, o momento de agir é agora. Acompanhe as dicas para se preparar financeiramente.
1. Defina o padrão de vida que você quer ter
O primeiro passo para garantir sua qualidade de vida na terceira idade é definir como você quer viver aos 60 anos. “Se o INSS não for o bastante para o padrão de vida que se espera, será necessária uma boa reserva para enfim viver a tão sonhada independência financeira”, aconselha Maristela.
Atualmente, o teto do INSS é R$ 6.101,06 com a contribuição máxima, mas boa parte dos aposentados deve receber até dois salários mínimos com as novas regras da previdência. Então, quanto mais segurança, tranquilidade e conforto você desejar na terceira idade, melhor terá que ser o seu planejamento financeiro para ter uma boa renda.
2. Comece a trabalhar para você hoje mesmo
Quanto antes você começar a trabalhar pela sua independência, mais rápido alcançará sua meta de qualidade de vida na terceira idade. É o que chamamos de “pagar a si mesmo”: reservar uma quantia mensal para construir seu patrimônio e bancar seu futuro.
“O segredo é se acostumar a viver com menos do que 100% do salário líquido, racionalizar os gastos e pensar bem antes de comprar para que entre 10% e 20% do salário sejam destinados ao planejamento financeiro”, ensina Maristela Gorayb.
Isso significa gastar sempre menos do que você ganha e guardar ou investir religiosamente seu excedente financeiro mensal.
3. Tenha sua reserva de emergência
Antes de partir para os investimentos de longo prazo, você precisa ter uma reserva de emergência em uma aplicação conservadora como o Tesouro Direto ou ativos de renda fixa com alta liquidez, por exemplo. Esse dinheiro deve ser suficiente para sustentar você por um bom tempo em caso de imprevistos como perda do emprego ou problemas de saúde mais sérios.
“O ideal é ir guardando dinheiro mensalmente até acumular o equivalente a seis vezes o valor das despesas mensais. Depois, sim, começar a investir em produtos de longo prazo”, sugere Maristela.
4. Use o poder dos juros compostos
Quando estiver pronto para investir, você deve buscar produtos financeiros de longo prazo, que multiplicam seu patrimônio com o passar dos anos.
Essa “mágica” é possível graças ao poder dos juros compostos, como explica Maristela: “O que rendeu no primeiro mês se soma ao valor total aplicado, e a rentabilidade do mês seguinte ocorre sobre este total, que se soma novamente — e assim por diante”.
É o mesmo efeito que aumenta sua dívida quando você usa o crédito rotativo, mas dessa vez agindo em seu favor.
5. Invista cedo para lucrar o máximo possível
Por fim, pensar na qualidade de vida na terceira idade o mais cedo possível é uma forma de aproveitar o tempo para aumentar seus ganhos. “Quanto maior o prazo que se tem para investir, maiores serão os ganhos proporcionais aos valores investidos. Daí a importância de não deixar para a última hora o início de uma previdência e aproveitar o tempo como seu melhor aliado”, conclui Maristela.
Previdência privada: garantia de qualidade de vida na terceira idade
Existem vários tipos de investimento de longo prazo, mas a previdência privada é o único pensado exclusivamente para financiar a qualidade de vida na terceira idade. Por isso, vale a pena escolher um desses fundos para investir aquele dinheiro em que você não pretende mexer tão cedo e quer mesmo deixar para complementar o INSS.
Ao optar pela aposentadoria privada, você tem vantagens exclusivas como:
- Aplicações dedutíveis na declaração de IR em até 12% da renda bruta anual tributável (para os planos PGBL)
- Pagamento de IR somente no momento dos resgates ou recebimento de renda
- Opções de tributação pela tabela progressiva (a mesma aplicada sobre os salários) ou tabela regressiva (que pode chegar à alíquota de 10% em 10 anos)
- Ausência de come-cotas (antecipação de IR)
- Carteiras de ativos diversificadas para todos os perfis (renda fixa, ações, multimercados, etc.)
- Liberdade para fazer aportes como quiser e acompanhar sua rentabilidade.