Quanto custa previdência privada? Tire suas dúvidas
Descobrir quanto custa previdência privada é um dos primeiros passos para quem deseja calcular se o investimento vale a pena.
Indicada para quem não quer ficar dependente dos valores pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a previdência privada é recomendada principalmente para cenários de longo prazo.
Mas calcular se o investimento vale a pena pode ser mais complexo do que parece. É necessário considerar as taxas e os regimes de tributação, para comparar com outras opções em renda fixa.
Neste artigo, você vai descobrir quanto custa uma previdência privada e também vai conhecer as vantagens dessa aplicação para quem deseja se aposentar com conforto e tranquilidade.
Vamos lá? Siga a leitura.
Quanto custa a previdência privada?
Antes de abordar quanto custa previdência privada, é preciso entender como funciona essa aplicação, também chamada de Regime de Previdência Complementar (RPC).
Funciona assim: o segurado contribui com uma quantia mensal, que pode ser correspondente a um percentual do salário, por exemplo, por vários meses. Em seguida, esses valores são reinvestidos pela seguradora ou o banco responsável pela gestão dos recursos.
Ao chegar a uma idade ou período pré-estabelecido, o segurado ganha o direito de escolher entre receber integralmente o valor economizado e os respectivos rendimentos, ou passar a receber uma remuneração mensal.
Por se tratar de um regime facultativo, a previdência privada não tem vínculo com a previdência pública. Ou seja: você pode ter ambas, de forma que uma complemente a outra no futuro. Mas, para funcionar dessa maneira, a previdência privada opera no regime de capitalização. Ou seja: é o segurado que paga pelo próprio benefício no futuro.
Ela costuma ser recomendada para quem possui renda mensal maior do que o teto de contribuição do INSS, de R$ 6.101,06. Nesse caso, se o trabalhador dependesse apenas do INSS, ele não conseguiria se aposentar com o mesmo nível de renda, e seria obrigado a reduzir o padrão de vida, a não ser que investisse de forma separada.
Mas, afinal, quanto custa a previdência privada? Bom, a contribuição mensal varia para cada perfil de investidor.
Há planos de previdência privada da Caixa que aceitam, por exemplo, investimento mensal de R$ 200,00, mas é possível investir muito mais do que isso. Agora, para calcular os custos da previdência privada para o investidor, é necessário entender como funcionam as taxas desse regime previdenciário.
Taxas da previdência privada
Se você não analisar suas opções de investimento com atenção, a previdência privada pode ser um tiro no pé, principalmente quando falamos de investimentos de curto prazo.
Caso você invista um valor que vai precisar retomar em poucos anos, você corre o risco de ver o investimento rendendo menos do que o CDI, a poupança e até a inflação.
Isso acontece porque, antes que os juros compostos comecem a trabalhar a seu favor – o que leva tempo – as taxas já são cobradas pelas seguradoras ou bancos desde o início. Entenda, a seguir, as principais:
Taxa de administração
A exemplo de outros investimentos em renda fixa, a taxa de administração é cobrada anualmente na previdência privada, e incide sobre o valor total aplicado.
Existem alguns poucos fundos de previdência privada que não cobram taxa de administração, mas eles são raros.
É preciso atenção à taxa de administração, porque ela pode superar os 2,5% ao ano, o que é mais do que cobram muitos fundos de investimento em renda fixa.
Taxa de custódia
Comum em fundos de renda variável e de renda fixa, a taxa de custódia é cobrada pelos serviços de custódia oferecidos pelos bancos, corretoras e seguradoras.
Há planos de previdência privada que não cobram essa taxa de custódia, e cabe a você analisar e comparar as opções para descobrir a melhor opção.
Taxa de carregamento de entrada
A taxa de carregamento de entrada merece bastante atenção do investidor, porque é cobrada sobre cada aplicação feita na previdência.
Como o próprio nome diz, sempre que um valor entra para o bolo total, essa taxa é cobrada. Se a taxa de carregamento de entrada é de 1%, por exemplo, e você investiu R$ 1000, R$ 100 serão retidos.
Vale a pena ficar atento para buscar os planos de previdência com as menores taxas, ou que isentem os investidores dessa taxa.
Taxa de carregamento de saída
Da mesma forma que existe uma taxa de carregamento de entrada, pode existir uma taxa de carregamento de saída, relativa aos saques da previdência.
Nesse caso, um percentual do valor que você receberá fica com a seguradora, o banco ou a corretora.
Tributação da previdência privada
Outro fator que você precisa considerar no momento de calcular quanto custa previdência privada é a tributação.
Para entender melhor, é preciso dividir os dois principais tipos de previdência privada:
O PGBL é indicado para quem já declara o Imposto de Renda utilizando o formulário completo, porque é possível deduzir os aportes até o limite de 12% da renda anual.
Por outro lado, no VGBL o IR incide apenas sobre a rentabilidade do investimento. Ele é mais indicado para quem faz a declaração anual pelo formulário simples.
Agora, seja qual for o tipo de previdência privada que você optar, precisará escolher entre dois regimes de tributação:
- Progressivo: 15% da sua aplicação fica retida na fonte, podendo chegar a 27,5%
- Regressivo: a retenção na fonte varia de 35% a 10%, dependendo do tempo que o dinheiro ficar aplicado.
Analisando as tributações, você vai notar que, à primeira vista, a tabela regressiva parece ser mais vantajosa no longo prazo, já que, acima de dez anos, a tributação é de 10%. Mas é preciso especial atenção para não sacar os valores no curto prazo. Em menos de dois anos, se for solicitado o saque, a tributação fica em 35%. Acompanhe:
Tributação na tabela regressiva
- Até dois anos: 35%.
- De dois a quatro anos: 30%.
- De quatro a seis anos: 25%.
- De seis a oito anos: 20%.
- De oito a dez anos: 15%.
- Acima de dez anos: 10%.
Agora compare com a tabela progressiva:
Tributação na tabela progressiva
Neste caso, as alíquotas aumentarão conforme os valores investidos crescerem. Não há relação com o prazo.:
- Até R$ 22.847,76 no fim de um ano: isento de Imposto de Renda.
- De R$ 22.847,76 até R$ 33.919,80: 7,5%.
- De R$ 33.919,92 até R$ 45.012,60: 15%.
- De R$ 45.012,72 até R$ 55.976,16: 22,5%.
- Acima de R$ 55.976,16: 27,5%.
Por que fazer previdência privada
Agora que você já sabe quanto custa uma previdência privada e como calcular as taxas e a tributação, é hora de entender quais são as vantagens desse tipo de investimento.
Reunimos, a seguir, os principais argumentos, de forma resumida:
Planejamento financeiro do futuro
A previdência privada é um investimento no seu futuro, e garante que você não chegará ao fim da vida dependendo apenas dos valores que o INSS proporcionar. Mais do que uma garantia futura, significa planejamento familiar e financeiro, de olho no longo prazo e em uma aposentadoria confortável.
Rendimentos acima do teto do INSS
Como já explicamos, o teto das aposentadorias do INSS é de R$ 6.101,05.
Convenhamos: não é um valor baixo. Mas, para quem tem um padrão de vida superior a esse rendimento, com dezenas de custos fixos, ser obrigado a viver com menos pode ser uma dor de cabeça no futuro.
Por isso, a previdência privada surge como uma opção para quem deseja receber vencimentos acima do teto do INSS no futuro, porque ela complementa a previdência pública.
Abatimentos no Imposto de Renda
Abater o investimento em previdência privada do imposto de renda é uma vantagem única de quem adere a um plano PGBL e faz a declaração completa.
É possível abater até 12% da renda anual, desde que esse montante esteja aplicado em previdência privada.
Outros fundos de investimento em renda fixa não oferecem essa vantagem.
Sem taxa de come-cotas
Outra vantagem da previdência privada em relação a outros fundos de investimento em renda fixa é a inexistência da taxa de come-cotas. Esse mecanismo tem alíquotas que vão de 15% a 22,5%, dependendo do prazo e das características de cada fundo.
Na previdência privada, você não precisa se preocupar com o come-cotas.
Favorecimento dos dependentes
Finalmente, outra vantagem da previdência privada está relacionada à sucessão familiar.
A previdência privada não entra em inventário. Isso significa que é possível transmitir os valores aplicados na previdência privada para herdeiros ou dependentes, sem pagar o Imposto sobre Causa Mortis e Doação (ITCMD).
Gostou das dicas deste artigo? Entendeu, na prática, quanto custa a previdência privada para o investidor? Deixe um comentário contando seus planos para se aposentar com maior conforto e tranquilidade.