Rendimento da poupança e 5 alternativas de investimento
Conhecer o rendimento da poupança é o primeiro passo para aceitar que existem opções melhores de investimentos –- e tão seguras quanto.
Atualmente, em março de 2020, o rendimento da poupança é de 2,62% ao ano, ou 0,21% ao mês. Isso significa que, em vários meses, a caderneta de poupança perde até para a inflação.
Se você faz parte do percentual de 62% dos brasileiros que ainda investem na poupança, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgado em março de 2020, chegou a hora de entender quais alternativas existem para deixar de perder dinheiro.
Neste artigo, você vai entender qual é o rendimento da poupança, vai descobrir como calcular e vai conhecer alternativas mais interessantes para o seu dinheiro.
Qual é o rendimento da poupança
O rendimento da poupança depende de dois indicadores econômicos, a Taxa Selic e a Taxa Referencial (TR).
O cálculo é feito da seguinte forma:
- Poupança = 70% da Taxa Selic + Taxa Referencial (TR)
Em março de 2020, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) baixou a Taxa Selic para 3,75%, chegando ao menor patamar histórico e renovando os recordes alcançados em 2019.
O movimento seguiu a tendência mundial de redução da taxa de juros, o que é explicado, em parte, pela pandemia mundial provocada pelo Coronavírus.
Já a Taxa Referencial segue em 0% desde 2018.
Portanto, o rendimento da poupança em março de 2020 é o seguinte:
- Poupança = 70% de 3,75% + 0%
Fazendo o cálculo, chegamos ao valor de 2,62% ao ano.
Ao dividir esse valor por 12, concluímos que o rendimento mensal da poupança é de 0,21%.
Isso significa que, se você investir R$ 10 mil na poupança, receberá R$ 21 em juros ao fim do mês.
Ao fim do ano, esse valor será de R$ 262.
Muito pouco, concorda?
Poupança rende mais do que inflação?
De acordo com o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que mede a inflação oficial do país, foi de 0,25% em fevereiro de 2020.
Com a poupança rendendo 0,21%, isso significa que a poupança está perdendo para a inflação.
Em novembro de 2019, o rendimento da poupança ficou abaixo da inflação do período pela primeira vez desde 2015.
Com a taxa Selic fixada em 3,75%, a tendência é de que a inflação continue superando o rendimento da poupança ao longo de 2020.
É o que mostra a estimativa das instituições financeiras consultadas pelo Banco Central no boletim Focus, enviado semanalmente. A edição mais recente, de 23 de março de 2020, aponta que a inflação de 2020 ficará em torno de 3,04%.
Com a poupança rendendo 2,62% em 2020, isso significa que quem possui dinheiro aplicado na caderneta vai ver o seu valor de compra reduzir com o passar dos meses.
A inflação, como você sabe, mede a variação geral de preços no país, acompanhando quanto as famílias gastam a cada mês para comprar os mesmos itens – o que inclui alimentação, moradia, saúde etc.
Se a inflação é de 3% ao ano, isso significa que o seus R$ 100 do início do ano conseguem comprar R$ 97 ao fim do período.
Por isso, faz sentido buscar aplicações financeiras que superem a inflação do período e garantam a manutenção do seu valor de compra. Caso contrário, você acaba perdendo dinheiro.
Mas quais são essas aplicações?
5 investimentos com rendimento superior à poupança
Apesar da facilidade para investir e para resgatar os valores, a poupança está entre os piores investimentos no que diz respeito à rentabilidade da aplicação.
Em vez de crescer, você vai ver o seu patrimônio diminuir com o passar dos meses. Na prática, o dinheiro é corroído pela inflação.
Mas a boa notícia é que existem investimentos de renda fixa tão seguros quanto à poupança, com rendimentos superiores.
Listamos os principais a seguir:
1. Tesouro Direto
Os títulos do Tesouro Direto são emitidos pelo Governo e são considerados uma das modalidades de investimento mais seguras do mercado.
Na prática, o Tesouro Nacional emite esses títulos para arrecadar dinheiro e você empresta dinheiro ao Governo quando compra.
Há títulos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA, que protege o seu patrimônio, rendendo mais do que a poupança. Mas, para quem busca liquidez total, com possibilidade de resgate sem perda de valor a qualquer momento, o título indicado é o Tesouro Selic.
2. LCI/LCA
Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito Agrícola (LCA) são títulos emitidos por bancos e instituições financeiras para captar recursos para esses setores.
A rentabilidade varia de acordo com o prazo da aplicação e a instituição financeira que emitiu os títulos, mas o retorno tende a ser superior à poupança, com a vantagem de que esses títulos ainda estão isentos do Imposto de Renda.
3. CDB
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são títulos emitidos por bancos e instituições financeiras para financiar as suas atividades operacionais.
Na prática, você empresta dinheiro para o banco. Em troca, o banco paga uma taxa de juros superior à da poupança.
4. Fundos de investimento em renda fixa
Fundos de investimento em renda fixa são geridos por gestores, com o objetivo de investir em títulos de renda fixa, que superem a inflação e o CDI do período.
Em troca dessa gestão, o fundo é remunerado com taxas de administração e de performance. Por isso, é necessário avaliar e comparar as opções com atenção antes de investir.
5. Previdência privada
Outra opção à poupança é a previdência privada, também conhecida como previdência particular.
Com aplicações mensais, a previdência privada permite complementar a previdência pública, do INSS, para garantir uma fonte de renda no futuro.
Os planos de previdência privada são oferecidos por bancos, seguradoras e gestoras e possuem a vantagem de abatimento no Imposto de Renda, dependendo do tipo de previdência privada.
Além disso, é possível migrar a previdência privada de um banco para outro, além de resgatar os valores em caso de necessidade, desde que sejam pagas as taxas acordadas.
Vale lembrar que o objetivo da previdência privada é um pouco diferente da poupança. Enquanto a poupança permite apenas guardar o patrimônio, a previdência privada cria uma fonte de renda no futuro, com foco no longo prazo.
Ao fim do prazo, você pode resgatar o valor total acumulado, com os respectivos juros, ou fazer resgates mensais, em situação semelhante à aposentadoria. E aí, gostou do texto? Então acesse o site da Onze e confira outros artigos sobre finanças e investimento.