Taxa de juros no Brasil: como ela é definida e cobrada?
Você sabe qual é a taxa de juros no Brasil? Sim, ainda que existam várias, há uma que serve como referência para as demais.
Considerada como norteadora da política monetária brasileira, ela influencia até mesmo nos investimentos que você possui no banco e nas probabilidades de consumo.
Neste artigo, falamos exatamente sobre isso, além de esclarecer qual é a realidade atual quando falamos em juros no Brasil. Continue lendo e tire as suas dúvidas!
Qual é a taxa de juros no Brasil?
No Brasil, a taxa básica de juros é a Selic, que serve como referência para outras taxas praticadas no mercado e também como um instrumento de controle da inflação.
Historicamente, ela conviveu com altos índices, mas essa é uma tendência em transformação. Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada em junho de 2020 – vamos falar mais sobre isso ao longo do artigo -, a meta para a Selic ficou definida em 2,25%.
Esse é o valor mais baixo já registrado na história brasileira. Além disso, existem indicativos de que o número pode baixar ainda mais.
Como a taxa de juros no Brasil é definida?
Se você não é muito familiarizado com o assunto, pode estar se perguntando o que é o Copom e qual é o seu papel na definição da Selic. Trata-se de um órgão vinculado ao Banco Central que hoje tem como principais objetivos analisar os relatórios de inflação e estabelecer a meta para a Selic.
Para isso, o Copom promove reuniões a cada 45 dias, em que é definida a manutenção ou a alteração da meta anual para a taxa básica de juros.
Essa decisão é tomada com base em análises sobre os contextos político e econômico do país e do mercado externo, além da avaliação do Produto Interno Bruto (PIB), do índice de inflação e das perspectivas de crescimento.
Diante de situações especiais e extremas, que tenham impacto imediato nos rumos da política monetária, pode ser convocada uma reunião extraordinária – o que é bastante incomum.
Quais são os impactos da taxa de juros no Brasil?
Mas, afinal, o que faz da taxa Selic um indicador tão importante para a economia brasileira, incluindo quem não é da área? Abaixo, veja quais são os principais impactos que ela pode gerar na sua vida.
Acesso ao crédito
A Selic, como já comentamos, serve como norteadora para as demais taxas de juros utilizadas no Brasil. Na prática, isso significa que um aumento em seu valor faz com que o acesso ao crédito seja dificultado.
Isso porque os juros pagos na hora de solicitar um empréstimo ficam mais altos, o que encarece a dívida e desestimula a população a recorrer às instituições bancárias.
Decisão de consumo
O cenário que acabamos de descrever é uma das formas de controlar o avanço da inflação e equilibrar a economia.
Ao aumentar a Selic e dificultar o crédito, o governo desencoraja o consumo por parte da população, o que faz com que a demanda caia e a oferta fique mais barata – por consequência, o índice inflacionário também vai ser reduzido.
Por outro lado, ainda é possível utilizar uma redução na Selic para tornar o acesso ao crédito mais barato e estimular o comércio, tanto por parte das empresas quanto dos consumidores.
Aplicações financeiras
Tudo isso ainda vai gerar impacto na rentabilidade alcançada na hora de investir o seu dinheiro.
Sabe a popular caderneta de poupança? O rendimento dela está atrelado à taxa básica de juros. O mesmo acontece com os investimentos do Tesouro Direto, sobretudo na modalidade Tesouro Selic.
Mas até o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e as Letras de Crédito (LC) e suas variações são afetados. O motivo? Todos eles são corrigidos pelo índice chamado de Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que acompanha as alterações da Selic.
A taxa de juros no Brasil é uma das mais altas?
Quem nunca ouviu dizer que o Brasil é um dos países com as maiores taxas de juros do mundo? Em parte, a informação é verdadeira.
De acordo com levantamento realizado pela MoneYou, em maio de 2020 o Brasil ocupava a oitava posição em um ranking que lista as maiores taxas de juros praticadas entre os 40 países mais relevantes em termos econômicos.
É importante ressaltar que estamos falando da taxa real, obtida quando descontamos a inflação do índice da taxa básica de juros. Em nosso caso, esse valor é de 0,38%, considerando a referência de maio.
Mas ainda que o resultado esteja longe do ideal, ele mostra um cenário promissor: o Brasil chegou a ser líder absoluto em 2015 quando a Selic fechou o ano em 12,54%.
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