Teoria de Dow: saiba qual a é sua importância nos investimentos
Charles Henry Dow foi um jornalista norte-americano interessado em tópicos como finanças, economia e avaliação de empresas. Fundador do The Wall Street Journal, uma das maiores publicações sobre economia existentes, ele também foi responsável pela co-criação da Dow Jones & Company, em parceria com Charles Bergstresser e Edward Jones.
Uma de suas maiores contribuições à essa área, no entanto, foi o invento do Dow Jones Industrial Average, desenvolvido no final do século XIX como parte de suas pesquisas sobre o comportamento dos mercados de capitais. Mais tarde, esse estudo foi aprimorado pelos estudiosos S.A. Nelson, Robert Rhea e William Hamilton e culminou na chamada Teoria de Dow.
Você já ouviu falar nesse conceito? Neste artigo, vamos explicar o que é a Teoria de Dow, quais são os seus fundamentos e como ela é usada até hoje no universo dos investimentos. Confira!
O que é a Teoria de Dow e como aplicá-la aos investimentos?
Apesar de ter quase 100 anos, a Teoria de Dow ainda é um dos principais indicadores utilizados para analisar os mercados voláteis, pois permite visualizar graficamente a movimentação dos preços de ativos.
A partir dessa Teoria, é possível perceber que o mercado de ações funciona praticamente da mesma forma desde que começou a operar. Assim, muitas das observações feitas por Charles Dow passaram a ser consideradas como axiomas da bolsa de valores estadunidense.
Basicamente, a Teoria de Dow consegue prever quais serão as oscilações nos preços das ações tendo como base fatores passados, tais como dados históricos de valores, padrões no gráfico e volume de ações negociadas, entre outros aspectos.
Esse indicador pode ser associado a outros tipos de avaliações para fundamentar as análises técnicas de forma geral. Alguns exemplos são:
- Índice de Força Relativa (IFR);
- Médias móveis;
- Bandas de Bollinger.
Os fundamentos da Teoria de Dow
Para entender como a Teoria de Dow funciona na prática, é preciso conhecer os 6 fundamentos básicos nos quais ela se baseia. Veja:
1 – O mercado é composto por três tendências
De acordo com Dow, era possível identificar tendências de alta e de baixa nas ações. A tendência de alta acontece quando há aumentos sucessivos no preço de um ativo, o que leva o gráfico de valores a exibir picos cada vez mais altos que o anterior. O mesmo acontece com a tendência de baixa, quando o preço da ação cai continuamente.
Assim, a Teoria de Dow classifica três tendências de movimentos nos preços dos ativos: primária, secundária e terciária. Elas podem ser comparadas aos movimentos do mar:
- Tendência primária: maré forte de subida ou descida, que pode chegar a 20% de variação dos preços no gráfico. Tem longo prazo, podendo durar meses ou anos;
- Tendência secundária: são as ondas que se formam conforme a maré sobe ou desce. Essa tendência representa uma correção da primária e pode retomar de 33% a 66% do movimento anterior. Tem médio prazo, durando entre três semanas e três meses;
- Tendência terciária: são as marolas formadas entre as ondas da secundária. Representa uma parada, ainda que temporária, na tendência anterior. A sua duração é inferior a três semanas.
2 – A tendência primária é composta por três fases
Dentro da tendência primária, a de marés, existem três fases distintas:
- A fase de acumulação é o melhor momento para comprar ações, mas geralmente só é percebido pelos investidores mais experientes. Eles conseguem identificar que a fase de baixa está passando, mas os receios pessimistas ainda estão dominando o mercado em geral;
- Na fase da participação pública, a força compradora volta e os investidores que seguem tendências começam a adquirir os ativos, fazendo com que se inicie um movimento de alta de mercado e os preços comecem a ficar mais elevados;
- Já na fase de distribuição, os ativos começam a se destacar ainda mais publicamente. A grande elevação no preço passa a ser conhecida pelo grande público de investidores, que iniciam a compra, e a fazer parte das manchetes dos jornais. Nesse momento, os traders que adquiriram as ações na fase de acumulação passam a vender os seus ativos, iniciando uma nova tendência de baixa.
3 – Os índices de preço já incorporam todos os descontos
Segundo a Teoria de Dow, os preços dos ativos já englobam de forma imediata os fatores que afetam a sua cotação. Por isso, informações corporativas, econômicas e até mesmo sobre fatores externos que possam impactar, como catástrofes naturais, já são descontados automaticamente.
Por essa razão, não é preciso realizar cálculos e análises paralelas para verificar o impacto desses fatores sobre o preço das ações.
4 – Índices e médias devem se confirmar
Em seus estudos, Dow observou que diferentes setores da economia americana eram impactados pelos mesmos fatores externos, sendo que o crescimento de ambos também estava interligado.
Ou seja, se o setor industrial estava em expansão, seria necessário transportar mais produtos. Por isso, o setor de transportes também deveria acompanhar esse crescimento.
Assim, índices e médias diferentes devem caminhar juntos para confirmar uma determinada tendência. Caso isso não aconteça e os índices mostrem comportamentos diferentes, não é possível dizer se a tendência é real.
5 – As tendências devem ser confirmadas pelo volume
O volume, embora seja considerado um fator secundário, pode atuar como um confirmador de tendências ao expor o número de ações negociadas e o comprometimento do mercado. Assim, o volume deverá se expandir ou se retrair na mesma direção da tendência primária.
6 – Uma tendência se mantém até que haja sinais de reversão
Por fim, o último fundamento atesta que só é possível verificar a existência de uma tendência enquanto não houver indícios da atuação de um movimento contrário. Alguns instrumentos utilizados para verificar a existência de uma tendência pelos investidores são: análises técnicas, padrões candlesticks e padrões gráficos.
Dessa forma, para verificar os sinais de reversão de uma tendência, é preciso fazer análises mais completas. De acordo com a Teoria de Dow, apenas um fechamento de preço acima de um fundo ou topo anterior poderia se enquadrar como uma mudança de tendência.
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